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Diogo Miranda, reconhecimento internacional

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 A elegância dos teus designs remete a uma intemporalidade centenária.Como descreverias o teu processo de reinterpretação dos clássicos?

DM: Acaba por ser o teu ADN, com o que te identificas e também pelo que queres que o teu trabalho seja reconhecido. De certa forma, sempre gostei de trabalhar o clássico porque respeita imenso o corpo da mulher e dá-te uma noção diferente do que esta quer e pode mostrar, aliando um twist de modernidade e coolness.

As tuas coleções combinam a estruturalidade da alfaiataria com a delicadeza de tecidos luxuosos e trabalhados, criando silhuetas tão femininas como modernas. Essa justaposição é-te natural ou implica um trabalho contínuo de fitting e edição?

DM: Acaba por ser natural, já faz parte do meu ADN, é automático! Claro que coleção após coleção vais melhorando e testando ideias, formas e até silhuetas, mas esse jogo dos tecidos estruturados/fluídos versus alfaiataria/feminilidade sempre foi um processo que me deu muito gozo em fazer.

Já criaste uma coleção de noiva, uma coleção unisexo, já apresentaste na Semana da Moda de Paris e tens showroom em Berlim, Paris, Londres e Nova Iorque. Quais sãos os próximos passos para o futuro?

DM: À medida que o tempo vai passando, amadureces. Existem coisas com que te começas a identificar mais e outras que vais largando porque naquele momento já não te preenchem. Acho que é assim com tudo na vida. Cada estação que passa surgem novas ideias, novos objetivos, umas possíveis, outras nem tanto, mas não quer dizer que desista delas facilmente. O essencial é continuar a fazer o que mais gosto e dar o máximo de mim.

Existe alguma mulher que seja a epítome da estética Miranda?

DM: Várias! Caroline De Maigret, Cate Blanchett, Isabelle Huppert, Vanessa Paradis, Marisa Berenson ou Queen Rania Al Abdullah…. 

Qual é o design do qual tens mais orgulho e porquê?

DM: Talvez ter conseguido criar uma imagem Miranda ao longo destes 11 anos de carreira. Quando vives num país onde o design de moda não é valorizado, conseguires criar uma marca, uma imagem, é o maior orgulho.

Sabemos que tens uma relação íntima com as tuas clientes e estás atento às suas necessidades e feedback. Fazes exatamente aquilo que queres no final do dia ou, como em qualquer outro trabalho, existem compromissos necessários?

DM: Quando tens uma base de clientes exigente e atentas, tens que estar ao nível delas de forma a deixa-las satisfeitas e contentes quando te pedem ajuda. Acho que tem que haver um balanço entre o que elas querem e o teu trabalho enquanto designer.

Que limitações sentes enquanto designer?

DM: Acho que as únicas limitações que acabo por sentir é o fato do público em Portugal ter pouca cultura de moda e não valorizar o que cá se faz.

Quais são as tuas maiores referências de estilo?

DM: Lee Radzwill, Grace Kelly, Tilda Swinton, Vanessa Traina, Gaia Repossi, Keira Knightley e Anja Rubik… 

Como encaras esta nova vaga de designers portugueses? Foi o crescimento do digital que permitiu a expansão do design português ou esta geração pensa simplesmente de uma forma mais irreverente?

DM: Acho ótimo! O facto de hoje em dia termos um fácil acesso a redes sociais, acabamos por atravessar o mundo de forma mais rápida do que há uns anos atrás e é bastante vantajoso. Acho que hoje em dia tens público para todas as marcas. Enquanto marca tens que focar num público alvo e trabalhar em prol do mesmo; não disparar para todos os lados, porque vais acabar por perder o foco.

Quais são para ti os maiores desafios que se advinham no futuro da moda de luxo?

DM: Talvez trabalhar cada vez mais com exclusividade de forma a garantir o luxo e exclusividade ao cliente. Cumprir todos os parâmetros do que significa “moda de luxo”: não é só o produto, mas toda a experiência.

Quais foram as lições mais importantes que aprendeste ao longo da tua carreira?

DM: Foram tantas e ainda continuam a ser! O mais importante é fazer sempre o que queres, o que te identificas de forma a ficares satisfeito, independentemente das opiniões alheias. Prefiro sempre arrepender-me do que fiz, do que pensar que poderia ter feito.


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