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Hoje, 25 de maio, é o Dia Mundial da Tiroide

Vamos saber mais sobre esta glândula cuja função é essencial à vida?

Na Semana Internacional da Tiroide, médicos e outros profissionais de saúde unem esforços para partilhar mais conhecimento sobre esta glândula, em forma de borboleta, vital para o bom funcionamento do corpo humano. Maria João Oliveira, Diretora de Serviço de Endocrinologia no Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/ Espinho E. P. E., fala-nos sobre a tiroide, abordando, ainda, a questão da hereditariedade nos problemas de saúde associados a esta glândula preciosa.

 

A tiroide é uma pequena glândula (pesa cerca de 15-25 gramas) com a forma de uma borboleta, que está localizada na face anterior da base do pescoço, à frente da traqueia. A função da tiroide, produção das hormonas T3 e T4, é essencial para a vida. As doenças da tiroide são relativamente frequentes. Embora se desconheçam os números exatos estima-se que cerca de 5-10% dos portugueses possam apresentar alguma forma de doença da tiroide, nomeadamente uma alteração na sua função.”, começa por explicar a especialista.

Maria João Oliveira, Diretora de Serviço de Endocrinologia na Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/ Espinho E. P. E.

Maria João Oliveira, Diretora de Serviço de Endocrinologia na Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/ Espinho E. P. E.

Mais comuns nas mulheres, há uma base genética para o surgimento das doenças da tiroide, afirma Maria João Oliveira. “As doenças da tiroide são mais frequentes nas mulheres, especialmente quando apresentam uma história familiar desta doença. As causas principais de alteração do funcionamento da tiroide são doenças autoimunes que podem ter uma base familiar/genética. A doença autoimune caracteriza-se por uma disfunção do sistema imunológico do organismo em que as células de defesa – linfócitos T e B que produzem anticorpos deixam de reconhecer certos tecidos e órgãos do organismo e atacam-nos como se fossem estranhos. Neste caso atacam a tiroide. A tiroidite de Hashimoto é a principal responsável pelo aparecimento do hipotiroidismo (situação em que há uma falha na produção das hormonas da tiroide). Tem uma grande associação familiar. Sabe-se que é mais frequente nas pessoas que apresentam outras doenças autoimunes ou uma história familiar de doença autoimune da tiroide ou outras, como lúpus, intolerância ao glúten, diabetes tipo 1 ou muito frequentemente uma despigmentação da pele denominada vitiligo. É relativamente frequente encontrarmos várias mulheres da mesma família com esta forma de tiroidite autoimune.”, salienta.

A especialista indica a doença de Graves, que não é tão comum como a Tiroidite de Hashimoto, como principal causa para o hipertiroidismo (excesso de T3 e T4), e que pode surgir em várias mulheres da mesma família, tendendo a ser mais grave em doentes fumadores. “É também uma doença autoimune e, neste caso, os anticorpos ocupam os recetores da TSH, hormona proveniente da glândula hipofisária, que é a responsável pelo estímulo da tiroide, e há produção excessiva das suas hormonas e libertação destas no sangue. Apenas se deve acrescentar que apesar da doença de Graves ser mais prevalente em mulheres com antecedentes familiares de doença autoimune da tiroide ela tende a ser mais grave nos doentes fumadores.”, alerta, prosseguindo: “O grande paradigma de doença hereditária da tiroide é um tumor maligno denominado carcinoma medular da tiroide. Este cancro, embora não muito frequente (o cancro mais frequente na tiroide é o carcinoma diferenciado), é hereditário em 20-30% dos casos. O tratamento principal deste cancro é a cirurgia, mas quando o endocrinologista se depara com um caso de carcinoma medular da tiroide tem obrigatoriamente de despistar se se trata ou não de uma forma hereditária, através da pesquisa de uma mutação genética, ou seja, a presença do gene RET. Caso este gene esteja presente os familiares de primeiro grau devem ser também testados e se apresentarem a mutação RET deverão também retirar a tiroide como forma de prevenção do aparecimento do carcinoma medular.”

A especialista salienta, ainda, que havendo ou não predisposição genética para a doença da tiroide, a mesma pode desenvolver-se, ou não:

É importante salientar que a predisposição genética ou uma história familiar de patologia tiroideia não garante que uma pessoa venha a desenvolver uma doença da tiroide, nem a ausência de história familiar significa que esta não possa surgir. Em caso de dúvida consulte um médico especialista, um endocrinologista.”

 

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