Regressar às origens
Um regresso às origens, às hortas biológicas e aos sabores da minha infância. Promover a utilização de produtos biológicos é muito mais do que uma mera questão de moda. A agricultura biológica permite-nos defender e promover um ambiente sustentável, preservar o que a Natureza tem de melhor para nos oferecer e recuperar o verdadeiro sabor de cada alimento. Para quem não tem oportunidade de ter um espaço dedicado ao cultivo caseiro de legumes e fruta, aconselho a aquisição de produtos biológicos que, felizmente, podem ser encontrados em qualquer parte do País. Destaque especial para o projeto Belong, que nos permite adquirir fruta e legumes biológicos à distância de um e-mail. Atualmente, tenho o privilégio de ter a melhor praça de peixe do mundo mesmo à mão, o Mercado do Peixe de Setúbal, onde se encontra o melhor peixe de sempre.
Ler
Lembro-me de ter uma discussão aces” com a minha mãe por querer ler ‘Os Maias’ assim que terminei o 1.º ciclo. Sou uma devoradora nata de livros. Dos romances aos livros técnicos, passando por artigos técnicos ou de opinião, crónicas e biografias, a leitura torna-me uma pessoa mais completa, com a mente mais aberta, obrigando-me a questionar e a refletir sobre os mais diversos assuntos. Pelo testemunho brilhante de vida, destaco o livro ‘A Missão – Diário de uma Médica em Moçambique’, da pediatra Patrícia Lopes, que, com numa escrita brilhante e próxima do leitor, partilha a experiência de um mundo tão diferente, que ensina que “quando se chega ao oceano, as leis do rio deixam de servir”.
Correr liberta-nos
O atletismo e a natação são os meus desportos de eleição. Durante anos, pratiquei a sério atletismo, mas a dedicação e o tempo que me exigia revelou-se incompatível com o grau de exigência e o compromisso que o curso complementar de piano, que frequentava em simultâneo, implicava. Inseparável dos meus ténis, sou apaixonada por corrida. Contudo, assim que o tempo o começa a permiti-lo, não dispenso umas boas braçadas ao ar livre. O desporto liberta-nos, desafia os nossos limites e ajuda-nos a (re)encontrar o equilíbrio na nossa vida. Não há desculpa para não se praticar exercício físico: uma grande dose de força de vontade e uns bons ténis são o suficiente para sairmos para a estrada e termos uns momentos só para nós. Para quem gosta de correr ou caminhar ao ar livre, são imperdíveis os vários percursos à volta da Barragem do Sabugal e da Serra da Malcata e os vários trilhos da Serra da Arrábida.
Música: uma arte para a vida
Uma paixão que tem crescido comigo. Fiz o curso complementar de música na vertente instrumento (piano) e, como tal, durante oito anos conciliei o ensino básico e secundário com a exigência do Conservatório de Música. Apesar de ter deixado de tocar piano a título profissional, a música define a minha personalidade. Contrariamente ao que se tenta fazer crer, temos músicos de excelente qualidade em Portugal e excelentes músicos portugueses em todo o mundo. Destaco as minhas cantoras de eleição (não, necessariamente, por esta ordem de preferência!) – Jacinta, Cristina Branco, Sofia Ribeiro, Ana Paula Russo e Elisabete Matos – por serem profissionais de excelência e verdadeiras embaixadoras musicais do nosso país! Como obra musical de eleição (e de coração), ‘Ubi Caritas’, para coro e orquestra, especialmente criada pelo meu irmão e padrinho João Andrade Nunes para o dia mais feliz da minha vida. Um destaque final para o agrupamento musical Entre Madeiras Trio que, numa composição inédita de saxofone (João Andrade Nunes), flauta transversal (Miriam Cardoso) e oboé (Filipe Branco), tem feito um trabalho notável e singular na divulgação de música contemporânea portuguesa.
A arte de bem receber
Os beirões dominam a arte de bem receber. Fico de coração cheio quando estou em casa rodeada de família de sangue e de coração (os meus amigos!). Sinto-me preenchida com a casa cheia, com a azáfama de preparar uma boa refeição, de pensar cuidadosamente em cada detalhe para bem receber. Para preparar uma mesa bonita só precisamos de flores frescas, uma boa toalha e guardanapos de linho e loiças elegantes e intemporais! A escolha de uma música agradável e de um bom vinho são o toque final. Todos nós temos (ou podemos recuperar) a maior parte destes elementos em casa das nossas mães e avós. Um ramo de flores frescas apanhadas no campo consegue, num gesto simples, dar um toque único a qualquer mesa. Inspiração e alguma criatividade são o traço diferenciador que nos permite transformar uma refeição simples numa refeição elegante e despretensiosa, cheia de detalhes memoráveis.