Há 10 anos, em 2013, Maria Guedes organizava o seu primeiro Market Stylista. Uma iniciativa que, naquela altura, pretendia “juntar um pequeno grupo de marcas amigas, na expectativa de que o público se quisesse juntar”. Ao longo dos anos, o evento foi tomando outras proporções e é, atualmente, “organizado de forma bastante mais séria e profissional”. O que nunca mudou, como nos conta Maria, foi o seu nervosismo, alegria, adrenalina e fascínio pelas marcas presentes.
Market Stylista
Mas como é que isto tudo começou? “O Market Stylista começou como um sub-produto do Blog Stylista”, explica-nos Maria. Já era habitual partilhar no seu blog “marcas novas e boas oportunidades de compras”. Por isso, trazer essa apresentação para o mundo físico fez-lhe todo o sentido.
A sua missão é alinhar a vasta oferta de produção nacional à enorme procura de produtos originais e de boa qualidade. Além disso, considera que a experiência sensorial ( mais especificamente, a experiência táctil) é importante nas escolhas de roupas e acessórios. No entanto, mais do que um momento de compras, Maria “sempre quis também que este fosse um bom programa de passeio, de encontros entre pessoas e de muita inspiração”.
“Era – e continua a ser – muito importante para a experiência de compra juntar pessoas, histórias, conversas e ambientes agradáveis”.
Hoje, passados 10 anos, a empreendedora não poderia estar mais feliz e honrada: “Fico feliz com a afluência que têm tido os Market Stylista, feliz com as trocas de experiências, feliz com as sinergias, feliz com as colaborações, feliz com as oportunidades de negócio que surgem nos mercados, feliz com os sucessos, e feliz com este coolness que sentimos quando usamos as marcas dos nossos designers locais. É uma honra enorme poder fazer parte desta transformação”.
Não deixa também de mencionar, que este marco representa que “há cada vez mais criatividade e empreendedorismo de qualidade em Portugal, bem como mais orgulho em comprar o que é nacional.”
“É uma surpresa que o que começou como um plano de juntar amigos se tenha transformado na minha profissão e que, passados 10 anos, não tenha sido apenas uma moda ou uma tendência.”
Por detrás de um grande projeto, está uma grande mulher
Em pequena sonhava ser designer de moda, sempre adorou desenhar roupa. No entanto, fruto de outra paixão, Maria Guedes, 44 anos, estudou Marketing e Publicidade: “Adoro a magia da comunicação visual, da criação de identidade de marcas e da forma como algumas imagens, sem poderem falar, falam tanto connosco”.
A moda voltou a surgir quando viajou até Nova Iorque para tirar um curso de Fashion Studies na Parsons School of Design. Quando regressou a Portugal, lançou um livro sobre estilo, “Tanta Roupa e Nada para Vestir”, e criou um Blog, que servia como complemento ao livro. Hoje é organizadora dos eventos Market Stylista e tem como hobby a sua marca de roupa Maria Guedes Lisboa: “Para sossegar e libertar a Maria pequena”, refere.
Ser empreendedora nunca foi um sonho ou vontade. Foram as experiências profissionais que a levaram a perceber que era a trabalhar nos seus próprios projetos que se sentia melhor. “Trabalhei alguns anos em agências de publicidade e estagiei com designers de moda em Nova York, mas rapidamente percebi que era a trabalhar nos meus próprios projetos que me sentia melhor. Mais livre, mais criativa, mais feliz”, conta.
A parte mais difícil deste caminho, que nos conta não ter sido escolhido, foi a incerteza do futuro. De resto, hoje em dia, adora trabalhar sozinha e não se imagina a fazer outra coisa.
Enquanto empreendedora, preocupa-lhe a segurança das milhares de pessoas que visitam o evento e o sucesso das marcas. “Não me sinto bem se não ‘entregar’ o meu trabalho bem feito, ou seja, conseguir uma boa comunicação, visibilidade e muito público”, explica.
E o que é que o futuro reserva?
Continuar a organizar eventos e chegar a um público estrangeiro maior, levando as marcas para fora das fronteiras portuguesas, são as grandes vontades de Maria. “Espero que o futuro nos dê oportunidade de continuar a crescer e de mostrar a mais pessoas o que de incrível se faz por cá”, conclui.
