Enquanto a sociedade virtual revoluciona o tempo, a criatividade e as tendências, a moda continua a vestir memórias. E há um momento particular que assume destaque: o casamento.
As noivas querem participar na conceção do seu vestido e ser arrojadas. Encaram o casamento como um dos ‘fashion moments’ mais importantes das suas vidas. Esta ideia desperta a imaginação e há um lugar perfeito para explorá-la: o atelier.
O mercado dos vestidos de noiva em Portugal está a democratizar-se. As criadoras nacionais têm linhas arrojadas, há mais criatividade e menos tradição. As escolhas ‘standard’ estão a desaparecer com a chegada de ateliers cheios de pinta e novas perspectivas sobre fluidez e materiais naturais.
O romantismo permanece e as brumas dos sonhos ainda pairam sobre os vestidos e os acessórios das noivas, mas o #fast-digital-world tem novidades constantes que exigem diversidade, ritmo e um novo olhar de criadores e artistas, que transportam o tema do casamento para o planeta da moda.
As nossas escolhas são ‘made in Portugal’ e estão repletas de originalidade. Visite as redes sociais dos criadores nacionais, vá conhecer os seus ateliers, deixe-se inspirar e conte a história do seu casamento em português.
Joana Montez é uma das criadoras portuguesas com mais história e reconhecimento, inclusivamente internacional. O seu trabalho é original e a qualidade da confeção e dos tecidos é uma questão essencial para a sua marca.
Do seu atelier saem autênticas obras de arte, cada uma com um detalhe único, para que cada noiva sinta o prazer associado à exclusividade e à alta-costura. “O meu tipo de noivas procura originalidade e intemporalidade. Uma das minhas assinaturas é seguir as tendências de moda e fazer uma peça única”, explica-nos.
A designer lança para 2017 a coleção ‘Free Spirit’, cujo mote assenta na fluidez das formas e dos tecidos e que aqui lhe mostramos em primeira mão. Os modelos expressam delicadeza, pureza e volatilidade. O conceito da coleção é criado através de peças leves, saias fluídas e com pouco volume, formas de roupa casual, folhos e sobreposição de rendas, sem silhuetas forçadas. Num misto entre o contemporâneo e o intemporal, utiliza materiais como o ‘marocan´, a musselina de seda, o tule, as rendas francesa, ‘chantilly’, crochet e os bordados.
A UHMA, recentemente chegada aos corredores da moda, é uma marca de vestidos de noiva com coleções de linhas românticas e fluidas, que não esquecem a leveza e a comodidade. “Simples, elegante e única. É o que acreditamos que cada noiva deve ser”, pode ler-se no site da marca.
O conceito desta marca portuguesa é proporcionar à cliente uma experiência próxima e envolver a noiva na criação do seu vestido. No atelier, os tecidos são escolhidos com detalhe e as peças são trabalhadas por mãos portuguesas desde o desenho à confeção.
A coleção de 2017 é delicada e romântica, mas simultaneamente cool e atual. Nas propostas para o próximo ano, a marca alarga também o seu portfólio e abre o armário para madrinhas e convidadas.
A UHMA trabalha, ainda, com vários parceiros – joias, flores, decorações, design e convites – para criar looks personalizados.
Cata Vassalo propõe uma completa coleção dedicada a acessórios de noiva, que inclui peças como travessas, toucados, joalharia e até ramos. O estilo da criadora é vintage e utiliza várias técnicas e materiais como bordados, pentes/apliques.
As peças são feitas artesanalmente e inspiradas em cada noiva, que pode personalizá-la como desejar. “Desenvolvemos peças exclusivas adaptadas ao gosto, estilo e necessidade de cada cliente. Porque cada cliente tem a sua personalidade promovemos uma relação de proximidade, para que a nossa criatividade torne real o sonho de cada uma”, conta-nos a criadora da marca.
Em relação ao calçado, sugerimos a marca portuguesa Josefinas, que inovou ao propor sabrinas especiais para noivas, com o modelo Grace e o modelo Kate, inspirados no vestido de renda e na tiara de brilhantes das princesas. Duas alternativas sofisticadas e muito confortáveis (acredite, vai ser importante!). “As Josefinas Grace e Kate foram criadas a pensar num dos momentos mais especiais da vida de uma mulher. Grace Kelly e Kate Middleton são ícones femininos e uma verdadeira inspiração em termos de elegância e sofisticação, daí que as Josefinas tenham o seu nome”, diz-nos Sofia, relações públicas e co-fundadora da marca.
Para dar uma reviravolta nas escolhas de joias habituais das noivas, apresentamos as peças de Juliana Bezerra, com várias peças inspiradas na natureza, na joalharia antiga e na arte.
As joias são parte essencial da mensagem visual subliminar que se pretende passar neste dia e esta escolha não pode ser mais original. A artista utiliza técnicas artesanais – forja, fundição e cravação – e um processo minucioso. O resultado são joias despretensiosas, detalhistas e com uma aparência inacabada.
A juntar-se à narrativa da cor branca e das tendências de moda preponderantes na vida das noivas, chegam novos conceitos visuais. A fotógrafa Adriana Morais conta-nos a sua experiência: “O importante na minha área é ter muita cultura visual e isso acaba por abrir várias portas para a inspiração: as duas maiores são o impressionismo, pela cor, pouca definição e mancha; e o Kubrick, pelas linhas e simplicidade. Envio um questionário aos noivos e uma das perguntas que faço é ‘quem é o designer do vestido’. O impacto de um vestido de noiva numa fotografia é enorme”.
Os designers Luís Carvalho, Gonçalo Peixoto e Carlos Gil trouxeram o “OfficeCore” para a ModaLisboa Capital Fatos completos, saias lápis, gabardines,...