“Que Ingrediente é este?” é uma rubrica semanal que tem como propósito abordar os vários princípios ativos que encontramos nos produtos de beleza. Esta semana #5 falamos-lhe de Péptidos.
Cláudia Abreu de Almeida, Farmacêutica e Especialista em dermocosmética, explica-nos o que são, para que servem, como se aplicam e a partir de que idade se podem usar os Péptidos.
Cláudia Abreu de Almeida, Farmacêutica & Especialista em dermocosmética
O que são?
Os péptidos são cadeias curtas de aminoácidos, ou, por outras palavras, são fragmentos de proteínas. Os péptidos utilizados na indústria cosmética pretendem mimetizar os que ocorrem naturalmente na pele e que são vitais para vários processos. São ativos que promovem a saúde cutânea, sempre com o objetivo de melhorar o seu aspeto através de abordagens distintas. Podemos pensar nos péptidos como “mensageiros” a nível celular. Essas mensagens trazem vários benefícios para uma pele cronologicamente envelhecida ou foto envelhecida, como a promoção da síntese de colagénio adicional nas camadas mais profundas da pele, uniformização da tez e ainda diminuição do movimento dos músculos faciais.
Para que servem?
Se o objetivo é retardar o processo natural de envelhecimento cutâneo e diminuir todos os sinais associados, como a perda de firmeza, elasticidade e a instalação de rugas e linhas de expressão, os péptidos são uma excelente adição à rotina de beleza diária! Existem centenas de péptidos nos produtos cosméticos. Todos eles com estruturas e propriedades cosmetológicas distintas. Os péptidos são reconhecidos por potenciar a síntese de colagénio e elastina e, consequentemente, aumentar a firmeza e a densidade cutânea e diminuir a aparência das rugas e linhas de expressão. São considerados excelentes aliados numa rotina de prevenção e correção de alguns sinais associados ao envelhecimento cutâneo. Determinados péptidos têm a capacidade de diminuir a formação de pigmento e de uniformizar a tez, revelando uma pele luminosa e radiante. Uma das funções mais revolucionárias de certos péptidos é a sua capacidade de diminuir a contração muscular e os movimentos faciais. São frequentemente comparados à ação da toxina botulínica. No entanto, os péptidos não têm a mesma notoriedade de resultados como os tratamentos da medicina estética, sendo interessante a complementaridade entre ambas as abordagens. Dentro da panóplia de funções dos péptidos, ainda conseguimos adicionar algumas ações, como hidratação, reforço da barreira cutânea, ação antioxidante e de regeneração de tecidos. Cada péptido é um caso particular que “envia uma mensagem” específica, por isso é importante sermos seletivos e ter em atenção qual o péptido presente na formulação.
Como se aplicam?
Produtos cosméticos com péptidos podem ser incorporados na rotina da manhã e da noite. Podemos encontrar estes ativos em séruns, cremes de olhos e cremes de rosto. São ingredientes cosméticos com uma boa tolerância e biocompatibilidade, estando adequados a todos os tipos de pele. Os péptidos podem ser um dos vários ativos do cocktail de prevenção do envelhecimento cutâneo. Podem ser perfeitamente combinados com ativos como o retinol, vitamina C e niacinamida.
Contudo, cada pele é um caso especial. Podem surgir alguns casos de eritema (manchas vermelhas), prurido (comichão) e sensibilidade com o uso dos péptidos na rotina. Poderá ser necessário apenas fazer na rotina da noite e complementar com cuidados calmantes, apaziguantes e regeneradores.
A partir de que idade se podem usar?
Tal como supracitado, os péptidos são ativos de antienvelhecimento reconhecidos. A idade mais recomendada para começar a incorporar estes ativos, será a partir dos 25/30 anos, idade em que a produção das fibras que suportam a pele (colagénio e elastina) começa a diminuir anualmente, sendo a melhor altura para prevenir o envelhecimento da pele. Poderão igualmente ser incorporados em situações de pele mais madura, para promover o preenchimento e melhorar a aparência de rugas, linhas de expressão e manchas.
