Afirmar que um implante é para a vida, é um grande risco, já que existem muitos fatores que não podem ser controlados pelo médico-dentista, contudo não há dúvidas de que o implante dentário é a opção de reabilitação oral mais semelhante, em termos funcionais e estéticos, aos dentes naturais.
Em 1950 ocorreu uma das maiores revoluções da medicina dentária moderna – o implante dentário.
O implante dentário não é mais que uma raiz dentária artificial produzida em titânio, capaz de se unir ao osso humano, que irá servir de suporte para uma coroa dentária ou mesmo para próteses totais. Quase como por um acaso, a descoberta da osteointegração (processo pelo o qual o titânio se une intimamente ao osso), revolucionou a forma como a medicina dentária passou a abordar os pacientes com falta de dentes.
Em pleno século XXI, começamos agora a colher os frutos de uma revolução um tanto ou quanto desorganizada e que cresceu rápido demais, não havendo tempo para avaliarmos as suas implicações realistas a longo prazo.
As consequências…
Afirmar que ao colocarmos um implante o paciente nunca mais terá problemas é no mínimo um engano gigantesco. Muitas vezes a colocação de implantes é vista pelos pacientes como uma solução para deixar de ter problemas nos seus dentes, mas os avisos devem de começar logo nesta fase.
Comecemos já pelo final. O futuro da implantologia mundial não será a colocação de mais implantes, mas sim, salvar os implantes colocados no passado.
Os primeiros problemas podem ocorrer logo após a colocação cirúrgica do implante. Sabemos que o meio oral está exposto a milhares de bactérias, umas que vivem nas nossas bocas naturalmente e outras, que em alguns casos, se tornam agressivas ou em quantidades suficientemente elevadas (devido a maus hábitos de higiene oral e alimentação), tornando-se capazes de originar problemas como a carie dentária ou a doença periodontal.
Enquanto que a Carie Dentária não é um problema que possa afetar os implantes, no caso da Doença Periodontal, a história é completamente diferente…
A Doença Periodontal ou Periodontite é algo muito bem estudado e descrito há muitos anos. De uma forma simples, ocorre uma invasão bacteriana nos tecidos em redor do dente, neste caso osso, gengivas e ligamento.
Nos implantes, a ciência, avança diariamente. Novos protocolos emergem todos os dias que nos permitem salvar implantes que anteriormente se poderiam considerar perdidos, através da descontaminação da superfície dos próprios implantes já colocados ou mesmo, criando e regenerando osso em zonas muito comprometidas. Isto é, cada vez mais, o dia-a-dia da Implantologia.
As soluções…
Atualmente, pensa-se que 1 em cada 5 implantes colocados no mundo, terão algum tipo de perda óssea associada no futuro. Os números podem parecer assustadores, mas o importante será aprender algo com esta previsão. A colocação de implantes dentários não é algo que deva ser visto como rotineiro e sem preocupação. Existem fatores que devem ser avaliados e estudados, caso a caso, de forma a prevenirmos situações de insucesso no futuro.
Um implante colocado com uma técnica cirúrgica correta, numa posição correta, com uma reabilitação protética capaz de assegurar a função e saúde dos tecidos em volta e devidamente controlado ao longo da vida, é um tratamento eficaz, seguro e de enorme durabilidade.
LP CLINIC
Pedro Pimenta
