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Ute Lemper canta Pablo Neruda

Ute Lemper chega a Portugal antes da edição do seu novo álbum, ‘Forever: The Love Poems of Pablo Neruda’. Miguel Somsen esteve à conversa com a cantora, bailarina e atriz alemã. Conheça mais sobre esta mulher dos sete ofícios que se apresenta no dia 21 de fevereiro no Grande Auditório do CCB. E leia mais sobre o processo criativo da cantora, na edição de março da LuxWOMAN!

A que género de espetáculo iremos assistir em Lisboa a 21 de fevereiro?

Vou levar comigo seis músicos, a maioria deles dos quais gravou o disco. Já interiorizámos a música e tornámo-la nossa. Será grande o prazer de apresentar as 12 canções com arranjos de excelência e emoções fortes. Acho que vou cantar Kurt Weill no encore.

Cantora, dançarina, atriz, intérprete… O facto de descreverem Ute Lemper como a artista transversal por excelência é um elogio ou ainda reflete pouco de si?

Como tudo é bom, não me incomodam nada as descrições, mas incluiria aí também a de compositora. Porque adoro ser a inventora artística de projetos, estar na raiz da criação e contribuir com a minha imaginação e a minha experiência para um novo projeto de arte e música. É disso que gosto.

Todas as mães são multitaskers profissionais por natureza?

É realmente um trabalho doloroso e delicado conseguir dar equilíbrio à vida que se cria, mas a energia, o amor, a loucura, a responsabilidade e a riqueza da vida que vivo com a minha família faz de mim uma pessoa abençoada, normal e muito cansada. Fui eu que escolhi esta vida plena e é isso que tenho.

O que é que sentiu a ‘artista transversal’ Ute Lemper quando foi convidada para um papel no mais recente filme de Woody Allen, ‘Magic in Moonlight’?

Ora! O papel era demasiado pequeno para sequer merecer ser mencionado. Infelizmente…

Quantas cidades internacionais habitam o seu coração hoje? Quais delas a fazem sentir-se em casa?

Sinto-me em casa em vários países e cidades. Alemanha, Inglaterra, Paris, Espanha, Nova Iorque, Buenos Aires. E Lisboa, claro! Todos estes lugares fazem parte de mim e do que sou hoje.

Lisboa é uma cidade muito familiar, mas nem toda a gente gosta. Tem aqui bons anfitriões que podem levá-la a dar uma volta pelos sítios certos?

Não tenho muitos amigos em Lisboa, nem por isso, mas tenho memórias da cidade que já duram pelo menos há 20 anos. Estive dois meses a filmar em Lisboa. De dois em dois anos, dou concertos em espaços diferentes. Acho a cidade muito melancólica e triste, por vezes muito terrena. A proximidade do mar faz com que ela permaneça suspensa, com uma dimensão de eternidade. Preocupa-me o facto de certas zonas da cidade estarem arruinadas, parecendo pobres, perdidas e esquecidas, mas depois ouvimos a vida, as gargalhadas, o ambiente…

Faria escolhas diferentes na sua vida e na sua carreira se pudesse recomeçar tudo tendo novamente 20 anos?

Não sei responder. Com todas as coisas boas e complicadas que foram acontecendo, acho que já fiz um belo caminho pela vida. Sempre tive apoiantes, a ajuda de amigos, fãs e família, sempre tive a música. Não foi sempre fácil, nada é sempre fácil. Muitas vezes, entreguei-me totalmente de coração cheio e fiquei arrasada, mas é preferível isso a não ter dado nada. Pelo menos, atirei-me de cabeça com vontade de aventura e curiosidade. Valeu a pena, estou em paz e sinto-me abençoada.

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