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8 anos é o tempo que demora a diagnosticar a endometriose em Portugal

Em Portugal, 228 mil mulheres são afetadas pela endometriose. Na grande maioria dos casos, esta, não tem cura e apenas pode ser controlada. Os especialistas alertam para a importância do diagnóstico precoce na tentativa de impedir a progressão da doença, para formas mais graves ou agressivas, pois atinge doentes cada vez mais jovens, afetando cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva.

Fátima Faustino, Presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, explica que a “Endometriose é uma doença complexa, heterogénea e que nos põe, de facto, desafios diários. É uma doença que afeta cerca de 10% das mulheres em idade fértil e que tem uma grande repercussão na sua qualidade de vida. É uma doença heterogénea porque não há casos clínicos iguais, existem variantes inerentes à própria doente e mesmo à doença em si. De facto, o desafio é diário em relação não só à clínica, como ao diagnóstico e também ao tratamento”.

A Gedeon Richter Portugal elaborou o Estudo VivEndo, com o apoio da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG) e da Associação Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose (MulherEndo), para perceber a dimensão do problema no nosso país. Para a elaboração deste estudo foi realizado um questionário sobre a jornada de 883 mulheres portuguesas que têm endometriose. A maioria está na faixa etária entre os 31 e os 45 anos (66,5%).

Quanto aos resultados, o estudo revelou que a idade média do aparecimento dos primeiros sintomas foi aos 20 anos. Além disso, a maioria das mulheres com endometriose descreve a dismenorreia intensa (83,6%) e a dor pélvica não menstrual (68,1%) como primeiros sintomas. 

Quanto à procura de ajuda médica, as inquiridas afirmam que demoraram cerca de 4 anos, em média, a ir a uma primeira consulta. Em média, cada mulher, consultou 3 profissionais de saúde antes do diagnóstico. Sendo que, 36,5% consultou 5 ou mais profissionais de saúde. Posto isto, decorreram em média 4 anos entre a primeira consulta e o diagnóstico de endometriose. Sobre isto, a Presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia explica que o “atraso no diagnóstico é uma das condições que mais preocupa. Nos últimos anos e com a divulgação que tem existido da doença, tem havido uma melhoria no tempo de diagnóstico, uma vez que as mulheres já recorrem aos centros mais diferenciados na área do tratamento da Endometriose e estão mais despertas para a própria sintomatologia e não param de procurar uma solução para o seu problema”.

Em relação à gravidez, os dados do estudo concluíram que 77,7% das mulheres que tentaram engravidar tiveram dificuldades e 51,4% destas recorreram a tratamentos de PMA para conseguir engravidar.

Quanto aos tratamentos, o estudo revela que 76,8% das mulheres encontrava-se a fazer tratamento médico para a sua endometriose e 58,9% já teve de trocar de tratamento médico. Além disso, a maioria das mulheres já tinha sido submetida a uma cirurgia devido à endometriose (59,1%).

Foram ainda abordados o impacto psicológico e o impacto na vida sexual, que são os fatores que mais afetam a vida das mulheres com endometriose (nível 6,4 e 6,3 respetivamente, numa escala de 1 a 10).

Susana Fonseca, Presidente da MulherEndo, indica que, de forma global, os resultados foram ao encontro daquilo que a associação percebe no dia a dia e que outros estudos internacionais já indicavam. Ou seja, existem, ainda, “mulheres com muita sintomatologia e com um tempo médio de diagnóstico de 8 anos”. 

Frisa, ainda, que o caminho que tem vindo a ser traçado nos últimos anos “é mesmo muito importante e é essencial continuá-lo. Porque a doença é muito enigmática e, é necessário ainda descobrir muito sobre ela, nomeadamente formas de tratamento mais eficazes para os sintomas que são tão vastos”.

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