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Amar em tempos de tecnologia

Em menos de 50 anos, passámos dos namoros ao portão com os pais a vigiar atrás da cortina para todo um mundo de oportunidades de sedução à distância de um clique. É fácil amar na era da Internet? Que desfecho teria tido a história de Romeu e Julieta se tivessem Facebook?

Nem sempre sabemos lidar com a influência que as redes sociais têm nas nossas relações, mas todas sabemos que esta existe.

Quando a psicóloga clínica Cláudia Morais, autora do livro ‘O Amor e o Facebook’, começou a trabalhar em terapia de casal, há mais de 12 anos, chegavam ao seu consultório várias histórias de infidelidade associadas à Internet. Naquele tempo, eram sobretudo as salas de chat que vinham associadas aos relatos de traições.

Já naquela altura era frequente confrontar-me com pessoas que olhavam para a Internet como uma coisa ‘do demo’, como se a Internet, em geral, e as salas de conversação e os programas de mensagens, em particular, pudessem ser culpados de alguma coisa. Mais tarde, chegou o Hi5 e a conversa era basicamente a mesma. Com o Facebook, o discurso não mudou. Pelo contrário, tornou-se mais frequente.

Aquilo com que me deparo em contexto clínico não é o aumento dos casos de traições, mas sim o aumento de situações em que a traição foi descoberta através do Facebook. Há muitos casos de traições que começaram com uma aproximação no Facebook, mas noutros casos as pessoas até já se conheciam de outras andanças e o Facebook acabou por funcionar ‘apenas’ como mais um facilitador. Porque é isso que esta rede social é: um facilitador. As pessoas já não têm de se esforçar muito para estarem próximas de ex-colegas, ex-namorados, ex-vizinhos, etc.

E, na rede, é muito mais fácil arriscar uma frase mais atrevida ou até mesmo um convite para um copo sem ter medo da rejeição. Por outro lado, as pessoas também se expõem mais facilmente, escrevem algumas coisas que não diriam cara a cara.

Tudo isso faz com que muitas vezes se sintam afetivamente mais próximas daqueles com quem não convivem presencialmente. Daí até que haja alguma ligação emocional ou até alguma atração pode ser um pequeno passo. Resumidamente, eu diria que a infidelidade sempre existiu, sim. Mas hoje é ainda mais fácil concretizá-la graças ao Facebook.

Esta é uma reportagem que não vai querer perder! Leia tudo na edição de fevereiro, já nas bancas.

Imagem de destaque Barbour

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