É jornalista freelancer. Colaborou com diversos jornais e revistas. Atualmente escreve para o Público e para o Jornal de Negócios. Foi autora e apresentadora de programas de televisão da RTP. Trabalhou em rádio. Organiza e modera debates. Licenciou-se em Filosofia na Universidade Nova de Lisboa. Atualmente frequenta o mestrado, também em Filosofia. Recentemente comissariou o ciclo de cinema “Noite e Nevoeiro – Portugal e o Holocausto”, organização da Cinemateca com a Embaixada dos EUA, a FLAD e a Gulbenkian, em 2013.
Idade: 41 anos
Naturalidade: Trás-os-Montes
Blog: anabelamotaribeiro.pt
No meu blog encontra: o meu arquivo, anos e anos de trabalho. Centenas de entrevistas (o grosso dos textos) a pessoas tão diferentes quanto o Mario Testino e o Ricardo Araújo Pereira, o Mourinho e a Joana Vasconcelos. Ponho um conteúdo novo todos os dias.
Adoro cremes. Mas confesso que não sou tão cuidadosa quanto gostaria. Nem gasto tanto dinheiro quanto outras amigas. Contudo, há exceções. Sempre que tenho o creme Previous, da clínica Ivo Pitanguy, acho que estou no Céu. Fora de órbita, mesmo. Tem uma textura como nunca vi, um cheiro maravilhoso e uma hidratação que me faz esquecer a palavra hidratação durante o dia. Depois, só o nome Pitanguy já evoca coisas boas…
Nada me deixa tão fascinada e fora do mundo como o cinema. Gosto de ir de manhã, à tarde, à noite. Gosto de me sentar entre a terceira e na quinta fila, bem ao centro. Não me importo nada de ir sozinha (pelo contrário). Uma vez fui ver às sete da tarde o filme de Rossellini “Viagem a Itália” e tive literalmente a sensação de que aquilo tinha salvo a minha vida (bem, o meu dia, pelo menos). O sítio em Lisboa onde encontro uma programação estupenda e um público amante de cinema (pelo menos, tanto quanto eu), e que respeita o cinema e não faz comentários para toda a sala, é a Cinemateca – Museu do Cinema. Sinto-me em casa.
A Petiscaria Ideal é quase uma taberna (como a irmã-gémea que vive na porta do lado, Taberna Ideal). Mas comem-se aqui exclusivamente petiscos. As mesas são corridas, não há lugares marcados. A Susana (chef) e a Tânia (proprietária com a Susana) recebem como na sala de jantar da nossa mãe. Sem cerimónia. A comida é muito boa e muito boa sempre. O preguinho, com cogumelos e em bolo do caco, é para mim uma instituição semanal. A tarte de alfarroba é sumptuosa.
Petiscaria Ideal
Rua da Esperança 100, Lisboa
Tel.: 213 971 504
Taberna Ideal
Rua da Esperança 112-114, Lisboa
Tel.: 213 962 744
A água San Pellegrino tem uma enorme vantagem: custa um euro (coisa assim) e transporta-me para Itália. Por mim, estava em Itália sempre. Não havendo tempo e massa para isso, penso nos lugares que já visitei, vejo pedaços de filmes, releio livros e anotações. A San Pellegrino tem mais gás do que a Água das Pedras e menos do que a Carvalhelhos (gosto de todas!). Lembra-me um título de Clarice Lispector: ‘Água Viva’. É leve, feita para dias de sol e vida de esplanada. Recentemente a Missoni e a Bulgari fizeram rótulos especiais para a San Pellegrino. Prefiro o tradicional.
A Granado é mais ou menos equivalente à nossa Ach Brito (como a Phebo é equivalente à Confiança). Marcas de exceção, do tempo em que se escrevia farmácia com ph, que foram revitalizadas nos últimos anos, mantendo a qualidade de sempre e as embalagens rétro. Descobri a Granado por acaso, numa drogaria de esquina no Brasil. Infelizmente não se vende em Portugal, mas peço aos meus amigos que me tragam uma quantidade considerável de produtos ou trago eu quando viajo… Os preços são razoáveis. Gosto especialmente de um gel para pernas cansadas, do hidratante de açaí e de uma manteiga para pôr nos pés. Também há um sabonete chamado Salomé…
Gosto muito do cheiro a figo. (Gosto muito de figos.) Experimentei o cheiro a figo da L’Artisan Parfumeur, da Jo Malone e da Diptyque. O meu preferido é este último. É um cheiro quente e ao mesmo tempo a dias de calor (tempo de figos…), clássico e moderno, que vai bem com a minha pele. Também gosto que não seja um perfume banal. Não são muitas as pessoas que conheço que usam este cheiro.
Adoro roupa! Compro pouquíssima, desfaço-me de peças de que gosto muito, sou maníaca com a arrumação (cabides todos para o mesmo lado, evidentemente!). Mas acho que nunca me desfiz de um vestido Dries van Noten. (Por acaso, sim!) Ou de um vestido Marni. (Também…) Acho que não resisti a comprá-los porque eram lindos de morrer, mas não me ficavam bem. Dries van Noten e Marni fazem vestidos maravilhosos (não fazem bem calças), com estampados lindíssimos, um movimento e um chique que poucos criadores conseguem. Só tenho pena que os preços sejam estupidamente proibitivos. Dantes, só comprava nos saldos, com 50% de desconto. Agora, se não estiverem com 70%, não chego lá. E mesmo assim…
A Bertrand do Chiado é a livraria mais antiga da Europa. E uma das mais bonitas. A sucessão de salas convida a uma descoberta passo a passo. As madeiras lembram as bibliotecas das casas abonadas, com livros a escaparem-se da estante, um sofá aqui, outro acolá. Faço lá um debate sobre livros todos os meses. A entrada é livre. Na primeira quinta-feira de cada mês.
Quando preciso de trabalhar (fazer uma entrevista), recorro frequentemente ao bar do Hotel do Chiado, recuperado por Siza Vieira depois do incêndio. No sétimo piso avista-se a colina em frente, o Castelo, a Sé, o Tejo olhando à direita, a baixa pombalina a nossos pés. Desde há muito que servem chá Kusmi, de que gosto muito. A versão Detox tem cheiro a citronela, e a energia que o chá verde e o mate dão. E posso jurar que ajuda a perder volume…
Fotografias Anabela Mota Ribeiro © Clara Azevedo