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Cancro da Tiroide: uma especialista explica-lhe tudo o que precisa de saber

O cancro da tiroide resulta de uma multiplicação desordenada de células anormais. Na maioria dos casos limita-se à tiroide, podendo ser de tamanho reduzido e praticamente sem crescimento, noutros casos mais graves pode atingir os tecidos à volta da tiroide, os gânglios linfáticos do pescoço e, mais raramente, pode disseminar-se à distância.

Nas últimas décadas, tem-se verificado um aumento do número nacional de casos, que tem sido contínuo, rápido e estatisticamente significativo em mulheres e homens.

Hoje assinala-se o Dia de Sensibilização para o Cancro da Tiroide e a LuxWoman falou com a Maria João Oliveira, endocrinologista e porta-voz da Associação das Doenças da Tiroide (ADTI),  para saber mais sobre este cancro.

Existem diferentes tipos de cancro da tiroide?

O cancro da tiroide mais frequente é o carcinoma diferenciado da tiroide – carcinoma papilar e folicular – o papilar representa 70 a 80% de todos os cancros da tiroide e o folicular 10 a 15%. O carcinoma medular da tiroide é menos frequente e aparece em cerca de 5 a 10% dos casos e o carcinoma anaplásico é muito raro estando presente em menos de 2% dos casos (este muito grave com uma mortalidade considerável).

As mulheres sofrem mais com esta doença?

A maioria das doenças endócrinas é mais frequente nas mulheres e o cancro da tiroide não é uma exceção. Possivelmente o ambiente hormonal será mais propício a estas doenças e a maior prevalência de doenças auto-imunes no sexo feminino também favorece o aparecimento da patologia da tiroide.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é fácil e inicia-se com a palpação cuidadosa da tiroide que se localiza na face anterior do pescoço. No caso de se detetar alguma tumefação (nódulo), segue-se a realização de uma ecografia, exame acessível, de baixo custo e sem riscos de radiação para a pessoa. A ecografia é o exame mais sensível que permite detetar e caracterizar os nódulos da tiroide (contudo deve ser realizada apenas se houver uma indicação do médico). Quando estes apresentam algumas características ecográficas que possam fazer suspeitar de malignidade ou são de maior volume (>1,5 – 2cm) devem ser submetidos a uma punção (biópsia) aspirativa com uma agulha fina – são retiradas células que depois de coradas com reagentes específicos e observadas ao microscópio permitem, na maioria dos casos, classificar o nódulo como benigno ou maligno – cancro.

É de realçar que o cancro da tiroide tem bom prognóstico, com mortalidade muito reduzida, desde que convenientemente tratado e orientado por uma equipa clínica, multidisciplinar, orientada para o tratamento desta doença.

Quais os primeiros sintomas da doença?

O cancro da tiroide pode ser completamente assintomático. Contudo, o aparecimento de uma tumefação (inchaço) na parte anterior ou lateral do pescoço de crescimento rápido, dura e pouco móvel pode ser o primeiro sinal de cancro da tiroide. Mais ainda se esta se acompanhar de rouquidão ou dificuldade em engolir.

Como melhorar o diagnóstico da doença?

Não se sabe bem porque é que o cancro da tiroide aparece. Pessoas com mais de 40 anos,  com familiares com cancro da tiroide ou que foram submetidas a radiações, principalmente radioterapia da cabeça ou do pescoço, têm maior probabilidade de desenvolver um cancro da tiroide. Os médicos assistentes devem estar atentos nestes casos e no caso de aparecimento de um nódulo da tiroide o doente deve ser referenciado a um centro com experiência na abordagem e tratamento desta doença.

Dá para prevenir? O que se deve fazer?

Na realidade não há uma verdadeira prevenção do cancro da tiroide, para além de evitar radiação cervical – como exemplo as proteções de chumbo que se utilizam quando se realiza um RX.

A ecografia da tiroide não deve ser realizada “como rotina” pois pode detetar nódulos milimétricos sem importância que assustam desnecessariamente as pessoas. Devemos estar atentos quando surge um nódulo no pescoço.

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