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Sangue azul do rock e da moda

Alexandra Richards foi a DJ convidada do Bulldog Gin na festa de verão do passado sábado, no Água Moments, em Vilamoura.

À entrevista chegou num descontraído look preto total, a contrastar com o cabelo platinado e o rosto moreno. Diz que sempre foi mais maria-rapaz, daí não estar a usar saltos altos.

Filha da supermodelo Patti Hansen e do guitarrista dos Rolling Stones, Keith Richards, Al, como prefere ser tratada, é modelo, DJ e artista. Fala com simplicidade da família, do trabalho e do futuro, fazendo-nos esquecer que faz parte da realeza do rock.

Foi com o azul do mar algarvio como pano de fundo que conversámos com ela, antes de mudar de visual para um colorido vestido de flores sem ombros e assumir as rédeas da cabine de DJ.

Prefere Alexandra ou Alex?

Alexandra. A minha mãe prefere, mas na realidade costumam tratar-me por Al.

É a primeira vez em Portugal?

Não, já cá estive, quando tinha 7 anos – não vou dizer há quanto tempo isso foi [risos]. Regressar agora em adulta é bom, para ver a cidade como ela realmente é.

Mas esteve no Algarve?

Não, em Lisboa. Esta é a primeira vez no Algarve.

Já visitou algum lugar?

Não, só conheci o caminho de carro [para o hotel], e achei lindo, mas demasiado longo, porque estava ansiosa por chegar.

Gosta de praia?

Sou uma beach girl! Eu e a minha família viajávamos entre a Jamaica, Antígua e Nova Iorque, quando era criança, por isso é algo que me está no sangue.

É modelo, DJ e artista. Como é que gere a carreira combinando as três áreas?

É um equilíbrio enorme. Os meus dois agentes trabalham muito bem em conjunto, para que não tenha de fazer uma produção depois de um trabalho como o desta noite [de DJ]. Eles equilibram bem os compromissos, por isso tenho de lhes dar 100% do crédito.

A moda e música são dois mundos que fazem parte da sua vida desde que nasceu. Mas qual delas a define melhor neste momento?

Adoro pôr música para as outras pessoas, não ‘toco’ nada meu. Gosto de pôr as pessoas a dançar, felizes. A carreira de modelo abrandou um pouco quando tinha 20 ou 21 anos. Nessa altura, um amigo meu pediu-me ajuda, eu já tinha tido uma experiência com outro amigo que também era DJ, e daí comecei a agendar as minhas próprias atuações como DJ. Depois foi uma bola de neve.

Agora a música está a ocupar mais tempo do que a moda ou a arte. Nesta última infelizmente, porque é uma grande paixão que tenho… Portanto, ser DJ é o mais importante para mim neste momento, porque me permite viajar e isso é algo que posso fazer agora, por não ser casada nem ter filhos. É uma experiência excelente! Ter tempo para mim até encontrar tempo para ter tempo para isso [risos]! Adoro viajar, conhecer novas pessoas, e poder fazer um trabalho num sítio como este é maravilhoso!

Li que quando era criança não queria ser modelo como a sua mãe. É verdade? O que é que a fez mudar de ideias?

Eu era mais do tipo maria-rapaz. Como vê, não estou a usar saltos altos como vocês, lindas senhoras [risos]. Um dia fiz um shooting e achei divertido, estava confortável em frente à câmara. Depois fiz outra produção, onde podia ser outra pessoa, quase como uma personagem. E foi muito divertido! E, claro, é ótimo conhecer os truques de maquilhagem, e também podemos viajar.

Com certeza que recebeu vários conselhos da sua mãe. Qual recorda ter sido o mais importante?

Julgo que o melhor conselho que ela me deu foi o de não ouvir tudo o que os outros pensam sobre como deveria ser ou parecer. É difícil não cairmos nesses padrões, sobretudo quando somos jovens ainda a tentar descobrir quem somos. “Mantém a cabeça no lugar”, é o que a minha mãe sempre me dizia. Para entrar na indústria da moda, especialmente como modelo, tens de ser tu mesma e ter uma consciência real de quem és e do teu bem-estar.

Imagino que deva haver muita pressão e demasiadas vozes…

Sim, sobretudo agora que as produções e os shootings são muito maiores. Só fiz um ou dois trabalhos onde era apenas eu, o fotógrafo e o maquilhador. Ir para uma praia e tirar fotos divertidas, era neste âmbito que a minha mãe trabalhava. Já lhe disse que agora não é bem assim. Temos o cliente, a roupa… muita gente! Por isso, é bom mantermo-nos fiéis ao nosso coração.

Também gostaria de, um dia, dar bons conselhos aos seus filhos, talvez até se eles seguirem os seus passos?

Claro! Se tiver sorte e encontrar um tipo maravilhoso, atirar-me-ia de cabeça. Mas penso que é todo um outro mundo, ainda não explorado por mim. É algo que quero no futuro, mas enquanto me mantenho ocupada e feliz a fazer o que gosto, e ainda sem assentar, vale a pena esperar.

É uma pessoa muito ligada à família?

Sim. Somos uma família grande, sobretudo do lado da minha mãe. Do lado do meu pai, tanto o meu irmão como a minha irmã, ambos mais velhos e a viver em Inglaterra, têm filhos. Na semana passada estive a lá a cumprir os meus deveres de tia e foi muito divertido. Tenho uma família enorme, e isso é entusiasmante.

A minha sobrinha Ella está agora a começar como modelo também. Não estamos a ajudá-la em nada, estamos a deixá-la fazer o seu caminho, mas, ao mesmo tempo, não deixo de lhe dar alguns conselhos que daria a qualquer jovem que esteja a iniciar a carreira nesta indústria.

E em relação à música, como é que se tornou DJ?

O meu amigo era residente num bar onde só iam quatro ou cinco pessoas – hoje em dia, tem muito sucesso, mas naquela altura estava no início da carreira. Eu costumava vê-lo e pensar que devia ser divertido, por isso pedi-lhe que me ensinasse um pouco. Alguns anos mais tarde, estava eu a trabalhar como modelo, outro amigo meu pediu-me ajuda, numa noite em que ia chegar mais tarde ao bar, e eu fiz a abertura. Depois foi uma bola de neve. Foi muito divertido sentir a energia das pessoas a dançar…

É isso que a atrai mais, a energia?

Sim, e é uma questão de controlo. Os meus amigos dizem que eu consigo ser bastante controladora [risos], por isso acho melhor colocar-me atrás de alguma coisa [risos] e controlar apenas a música! Sou modesta, mas sei que tenho bom gosto musical e que todos vão passar um bom bocado.

O seu pai ensinou-a a tocar guitarra, mas preferiu a cabine de DJ…

Adoro guitarra, ainda toco, mas não toco para ninguém. Há algumas canções que tenho treinadas e julgo que tenho uma que compus, de péssimo gosto (risos)…Toco ukulele também. Mas a questão não é “o meu pai é tão bom nisto [tocar guitarra] que eu não quero fazê-lo”. Eu apenas acho que não tenho a capacidade de criar algo tocante e icónico ao mesmo tempo. Ser DJ encaixa na perfeição no meu estilo de vida, posso viajar e ouvir música a toda a hora, mesmo que seja a promover a música de outras pessoas.

E quanto à arte, pode falar-nos um pouco sobre a sua vertente de artista?

Frequentei a escola de artes visuais quando me mudei para Nova Iorque, porque não queria que a carreira de modelo fosse a única coisa na minha vida aos 17 anos. Como já disse, gosto de estar ocupada e a moda não estava a ocupar-me demasiado tempo, por isso conseguia estudar. Estive lá dois anos, adorava as aulas de escultura.

Depois de desistir, continuei a desenhar sempre que podia, em casa. Agora, quando viajo, tiro muitas fotografias. Tenho uma [máquina fotográfica] Leica e uma [câmara de filmar] Alexa, do tipo “point and shoot”. Quer dizer, agora todos podemos ser fotógrafos com os nossos iPhones, mas estou realmente a gostar muito do mundo da fotografia, e misturo vários tipos de media. Também trabalho bastante em resina, pequenas esculturas… Mas gosto muito de multimédia, porque acho que a minha vida é multimédia!

E ouve música quando faz esses trabalhos manuais?

Sim, escolho uma música e coloco-a “on repeat”. É muito estranho, mas consigo ouvir a mesma música uma e outra vez sem me cansar. Isso acontece quando atinjo aquele estado em que, quando me apercebo, já passaram três horas! Quando penso nos meus artistas favoritos, noto que eles também só se tornaram famosos mais tarde e não preciso particularmente de dar o salto agora, desde que pegue naquela pequena peça e continue e trabalhar nela todos os dias, talvez um dia venha a expô-la.

Que novos projetos tem para o futuro?

Estudei joalharia há dois anos, quando estive em Paris durante dois meses, e foi muito divertido. Já tinha estudado na escola e sempre foi uma área de que gostei. Tenho desenhado várias peças e os meus amigos têm gostado e dizem-me que devia dedicar-me a isso. OK, agora só preciso de fazer mais um ou outro trabalho como DJ e talvez possa criar a minha própria marca [risos]!

Conheça em breve os favoritos de Alexandra Richards.

Imagem de destaque: Alexandra Richards, a atuar como DJ na festa.

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