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Descomplicómetro: contraceção

No Dia Internacional da Saúde Feminina e no âmbito do projeto Descomplicómetro, aproveitamos para abordar a importância de todas as mulheres conhecerem o seu corpo, as suas necessidades e as suas opções!

Particularmente, nesta data, celebremos a voz das mulheres, também na escolha do seu método contracetivo. O objetivo é garantir que as mulheres tenham o conhecimento para estarem seguras no que diz respeito à sua saúde íntima, escolhendo o método contracetivo mais adequado para si.

As escolhas estão do lado de cada mulher, que mediante o seu estilo de vida, dia-a-dia e rotinas, crenças e, claro, respeitando sempre os critérios de elegibilidade, tomará as suas decisões, com a ajuda do profissional de saúde. Esta decisão será fundamental para garantir uma correta adesão à terapêutica.

Felizmente, vivemos hoje numa era em que a informação é de fácil acesso! Temos informação disponível credível, “user friendly”. Nos dias de hoje, é comum a mulher chegar à consulta  já informada das opções contracetivas existentes, o que é um muito bom indicador do crescimento da literacia em saúde. A verdade é que a mulher de hoje procura, para além da contraceção em si, opções que lhe tragam liberdade, bem estar, outros benefícios não contracetivos e que se adequem ao seu estilo de vida, crenças e rotinas. Cada caso deve ser avaliado de forma ímpar, e tendo em conta todos estes fatores, não esquecendo os critérios de elegibilidade de cada método.

Portugal continua a ser um dos países com maiores taxas de utilização de contraceção hormonal combinada, a chamada pílula – entre 58-60%. E porque será? Mais fácil acesso? A amiga também está a tomar pílula? Será que por nunca ter tido filhos não pode, por exemplo, colocar um dispositivo intra-uterino (DIU)?

Felizmente, hoje em dia, temos várias opções  além da pílula. Quando falamos em contraceção combinada (estrogénio + progestativo) temos,  além da pílula de administração oral, a administração transdérmica (conhecida por “penso ou adesivo” de troca semanal) e a administração vaginal, com o anel vaginal (troca a cada 3 semanas).

Em relação à contraceção progestativa,  além das duas opções de administração oral existentes no mercado, existem opções reversíveis de longa duração como os dispositivos intrauterinos de levonorgestrel em 3 diferentes dosagens, o implante subcutâneo e o injetável.

Quando falamos de contraceção não hormonal,  além do preservativo interno e externo, temos o dispositivo intra-uterino de cobre e os métodos naturais.

Quanto à contraceção definitiva, existem opções disponíveis para a mulher: salpingectomia bilateral (remoção das trompas) ou laqueação tubária bilateral (corte das trompas); e para o homem: a vasectomia.

E agora, falando um pouco de dispositivos intrauterinos, ainda existem muitos mitos associados! Uma mulher que não tenha tido partos não pode colocar um dispositivo intrauterino? MITO! Uma adolescente ou adulta jovem não deve utilizar contraceção intrauterina? MITO! A eficácia da contraceção intrauterina é baixa? MITO!

A verdade é que existem vantagens associadas à contraceção reversível de longa duração, na qual se incluem os DIUs e o implante subcutâneo. No caso dos dispositivos intrauterinos de levonorgestrel, a perda de sangue vaginal irá ser menor e a dor pélvica também poderá reduzir. Outra vantagem é a eficácia não depender da colaboração da utilizadora, ou seja, não há risco de esquecimentos ou atrasos.

O que pretendemos é ter mulheres que estão satisfeitas com a sua escolha contracetiva, que confiem na sua segurança e na sua eficácia! Esta escolha deverá ser consciente, responsável e informada, com o apoio do profissional de saúde, de forma a serem cumpridos os critérios de segurança e elegibilidade! Por isso, informa-te, garante que conheces os métodos contracetivos disponíveis e questiona, junto do teu médico, se será o mais indicado para o teu estilo de vida, a altura da vida em que estás… no fundo se é o que faz melhor “match” contigo.

E, não te esqueças: … no que diz respeito à tua contraceção, a tua voz conta!

Artigo de Opinião de Dr.ª Patrícia Isidro Amaral 

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