Artigo de Opinião Álvaro Lopes-Cardoso, Fundador e CEO da UPNDO, start-up portuguesa de saúde e impacto social
A atividade física não é apenas desporto, é muito mais do que isso: é movimento, é presença, é uma forma de equilibrar corpo e mente num mundo onde, infelizmente, o stress e a ansiedade são a norma.
O stress constante, a ansiedade, os picos de terror e de euforia, a falta de sono. Ir para a cama e acordar a meio da noite com a cabeça a mil, a pensar em estratégias, números, reuniões. Há dias em que o corpo pede descanso, mas a cabeça não desliga. Como combater? Com rotinas de atividade física e não me refiro apenas a treinos de corrida, natação ou bicicleta. Mas sim movimento diário, das pequenas coisas que fazem toda a diferença.
O Papel da Atividade Física na Saúde Mental e Produtividade
No mundo corporativo, fala-se muito de performance e produtividade, mas raramente se discute o impacto do movimento nesses fatores. Estudos mostram que a atividade física regular melhora a função cognitiva, reduz os níveis de stress e aumenta a capacidade de foco. No ambiente de trabalho, isto traduz-se em decisões mais rápidas, maior criatividade e melhor gestão emocional.
As empresas que incentivam os seus colaboradores a moverem-se – seja através de pausas ativas, espaços de trabalho mais dinâmicos ou incentivos ao exercício – veem melhorias diretas na produtividade e na satisfação das suas equipas. Afinal, um colaborador que se sente bem consigo mesmo é um colaborador que entrega melhores resultados.
O Ritual do Movimento: O Poder de Pequenos Hábitos
Todos os dias de manhã e à noite, dou um passeio com a Goa, a minha cadela. É um ritual nosso. Ela cheira cada canto e esquina, marca o território com a precisão de quem tem um mapa mental da cidade. Eu, por outro lado, aproveito para respirar fundo, apanhar um pouco de sol e regular o meu ciclo circadiano. Não há pressa, não há notificações, não há reuniões. Apenas movimento, presença e uma pausa necessária para o cérebro.
À noite, depois de um dia de trabalho e de treinar, saio novamente com a Goa. Este momento não serve apenas para lhe fazer companhia – é a forma que encontrei para encerrar o dia, para desligar o ruído mental e preparar-me para descansar.
Mas não é só com a Goa que estes momentos acontecem. Algumas das voltas mais especiais que dou são com o meu filho Rodrigo. Caminhar lado a lado, sem distrações, cria um espaço perfeito para conversarmos sobre tudo e sobre nada. Sobre a escola, sobre os sonhos dele, sobre a vida. É nesses momentos que nos ligamos de uma forma diferente, porque o movimento liberta a mente, abre espaço para reflexões mais profundas e cria oportunidades para diálogos que, muitas vezes, não surgiriam no meio da rotina do dia a dia.
Pequenos gestos como este são essenciais. Movimentar-se não significa apenas treinar intensamente. Significa levantar-se da secretária, fazer pausas, alongar, caminhar, respirar fundo ao ar livre. Significa estar consciente do corpo e da mente.
Além dos benefícios individuais, a atividade física tem um impacto transformador na sociedade. O desporto e o movimento são ferramentas poderosas de inclusão, igualdade e desenvolvimento social. Em comunidades vulneráveis, projetos que promovem atividade física ajudam a combater o sedentarismo, a fortalecer laços sociais e a criar oportunidades para jovens.
Desde correr por uma causa até integrar iniciativas que incentivam a mobilidade ativa nas cidades, cada passo conta. Uma sociedade que se mexe é uma sociedade mais saudável, mais resiliente e mais conectada.
Neste Dia da Atividade Física, o convite é simples: mexe-te. Não precisa de ser uma corrida de 10 km ou um treino intenso no ginásio. Pode ser uma caminhada ao ar livre, um passeio de bicicleta, uma pausa ativa no trabalho. O importante é criar momentos de movimento na tua rotina, porque são eles que te mantêm equilibrado, saudável e produtivo.
O corpo foi feito para se mexer – e a mente agradece.
Artigo de Opinião Álvaro Lopes-Cardoso
Fundador e CEO da UPNDO, start-up portuguesa de saúde e impacto social
