13. Como é que se resolve o problema do desemprego de longa duração?
O desemprego de longa duração corresponde, no essencial, a um desajustamento entre as qualificações dos trabalhadores e as necessidades das empresas. É, assim, essencial requalificar esses trabalhadores e orientá-los para outras áreas profissionais, em que destacaria o setor social, pela relevância crescente que assume, por exemplo, o envelhecimento da sociedade.
14. Como é que se resolve a disparidade salarial entre homens e mulheres?
Com mudança de mentalidades e com políticas ativas de promoção de oportunidades iguais para ambos os géneros, pelo estabelecimento de quotas mínimas para os géneros sub-representados nas diversas profissões e categorias, e sobretudo pela educação das novas gerações.
(…) é essencial investir na educação dos jovens para que não aceitem a violência doméstica como algo natural nas suas vidas, estar atento a todos os sinais e envolver a comunidade e as autoridades no esforço de denúncia e combate.
15. Como é que se resolve a pouca representação das mulheres na política?
Trata-se de uma mudança cultural que tem vindo a fazer-se sentir em Portugal, mas que ainda tem muito caminho pela frente. Passa pelo reconhecimento, por parte das estruturas partidárias, das vantagens da participação ativa das mulheres nas equipas, mas também por uma melhor organização das atividades que torne mais fácil conciliar a atividade política com a vida familiar.
16. O que fazer com a violência doméstica, já que o número de casos em Portugal é igual há 20 anos?
Uma questão muito difícil de resolver e um problema que deve envergonhar-nos a todos. Também neste ponto é essencial investir na educação dos jovens para que não aceitem a violência doméstica como algo natural nas suas vidas, estar atento a todos os sinais e envolver a comunidade e as autoridades no esforço de denúncia e combate.
17. Que medidas concretas é que propõe para que aumente a natalidade em Portugal?
É essencial a denúncia das situações de discriminação e pressão sobre as mulheres trabalhadoras em idade fértil, e a Justiça deve ter mão pesada nesses casos. O programa da coligação apresenta um conjunto de medidas muito concretas para promover o aumento da natalidade, desde o aumento do quociente familiar a medidas que permitem um maior apoio por parte da família, incluindo a reforma a tempo parcial, só para dar um exemplo. Mas o problema da natalidade é comum à maioria das sociedades desenvolvidas e exige uma ação concertada em termos de apoios sociais, incentivos fiscais e mudança de mentalidades. O desenvolvimento económico e o aumento de oportunidades de emprego estável contribuem positivamente para atenuar o problema.
18. O que é que pensa da procriação medicamente assistida para mulheres solteiras não estar contemplada na lei?
Os meios disponíveis, que são escassos, devem ser afetos primeiro às famílias constituídas e que precisem desse apoio.
19. O que é que pensa da adoção por casais homossexuais?
Concordo.
20. Porque é que há tantos ex-deputados e ex-ministros em altos cargos das maiores empresas portuguesas?
Deduzo que porque a sua experiência profissional e política tenha sido considerada relevante para as funções que foram convidados a exercer. Não aceito generalizações de que não haja competência profissional por parte de ex-deputados e ex-governantes que justifique os cargos que desempenham.
21. A responsabilidade da crise deve ser atribuída a quem?
Em democracia, regime em que os governados escolhem os seus representantes, a responsabilidade é sempre partilhada. Naturalmente que cabe mais a quem tem mais responsabilidades na tomada de decisões, nomeadamente aos Governos que contribuíram para a acumulação de desequilíbrios graves da economia nacional e não combateram eficazmente a crescente desigualdade social daí decorrente.
MF | Défice dos primeiros oito meses abaixo do previsto no Orçamento do Estado http://t.co/FD5niIHB0w
— Governo de Portugal (@govpt) 25 setembro 2015
22. Como é que se resolve a crise?
Como resolvemos as anteriores, com muito trabalho e perseverança, para assegurar que o caminho já traçado e as melhorias já conquistadas não se perdem, porque o pior já passou. Com a consciência de que não há soluções milagrosas ou instantâneas para corrigir problemas acumulados durante décadas. E com esperança e confiança.
23. O que é que acha da reestruturação da dívida portuguesa?
A dívida pública portuguesa constitui um encargo pesado para os portugueses, mas importa recordar que é a memória dos défices passados, ou seja, das escolhas erradas feitas no passado. A continuação da sua sustentabilidade e da progressiva redução dos respetivos encargos deve continuar a ser feita através dos mecanismos de mercado, assegurando que se mantém o acesso ao financiamento, não só do Tesouro como da economia nacional no seu todo.
24. A UE como está é a fonte dos problemas ou das soluções para Portugal?
A UE é o espaço natural de integração de Portugal. Por definição, é um projeto em permanente construção e aperfeiçoamento. Será tanto mais fonte de soluções quanto mais Portugal se coloque numa posição de responsabilidade e credibilidade que nos permita contribuir ativamente para o seu desenho.
Portugal é o 30.º país do mundo com melhores políticas para a inovação http://t.co/LSNsi04bCL
— Governo de Portugal (@govpt) 17 setembro 2015
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25. Se a Grécia cai, o que é que acontece a Portugal? E o que é que acontece se a Grécia não sai do euro?
Um cenário de saída da Grécia da área do euro parece estar, de momento, afastado, mas cabe sobretudo à própria Grécia contribuir para que assim se mantenha, se for essa a vontade soberana do seu povo. Tal como cabe a Portugal continuar a trabalhar para que a sua posição seja avaliada em função dos seus próprios méritos e não de terceiros, sendo que os nossos parceiros europeus deram mostras de grande solidariedade para com Portugal nos momentos em que dela necessitámos.
Há mais para ler sobre estas cinco candidatas a deputadas na LuxWOMAN de outubro.
Não perca amanhã as respostas de Rita Rato, deputada do PCP.
Imagem de destaque © Arquivo Lux.