Depois de sete anos a navegar pelos oceanos, a artista e ativista Barbara Veiga inaugura a exposição fotográfica ‘Mundo Insular’, dia 7 de maio, no Espaço Espelho D’Água.
Autora do livro “Sete anos em sete mares”, Barbara atravessou mais de 80 países com o intuito de dar visibilidade a causas socioambientais. ‘Mundo Insular’ é o registo que nasce com a necessidade de conectar as pessoas com estes universos que parecem estar tão distantes da maioria – as ilhas. E fazer esta aproximação com os seus ecossistemas, povos – originários ou não- e culturas.
Barbara Veiga
São 26 obras em que terá a sensação de estar a navegar com Barbara e a atravessar ilhas em diversas partes do mundo. Lugares como Cuba, Austrália, Maldivas, Ilha Stromboli (Itália), Japão, Lanzarote (Espanha), Fiji, Ilhas Faroé, Islândia, Tailândia, Açores e Fernando de Noronha.
Viver sete anos no mar foi um grande desafio para a artista, que começou a fotografar ainda adolescente, no Rio de Janeiro, onde nasceu. Ao mesmo tempo, foi uma oportunidade única para olhar para o mundo sob uma nova ótica. A começar pela chegada. Seja por terra, céu ou mar, cada meio tem as suas particularidades e emoções, coisa que Barbara percebeu logo – o que refletiu diretamente na sua forma de fotografar. A relação com o tempo mostra-se estendida, mais sensível e bem mais presente quando a aproximação é pelo oceano. A sua fotografia, que sempre foi espontânea e gentil com a narrativa, passou a ser ainda mais respeitosa com o tempo do mundo. Um novo olhar que lhe permitiu maior compreensão sobre si mesma e sobre a sua posição no planeta.
Fernando de Noronha. Barbara Veiga
“Acredito muito que precisamos desenvolver mais trabalhos em educação, fazer com que esta realidade do oceano chegue mais perto das pessoas. Através da arte, de uma comunicação sincera e transparente, podemos levar as pessoas até os mares, para haver um relacionamento mais profundo e de mais compreensão. E para garantir a nossa sobrevivência”, explica Barbara, que reforça a urgência de ações de política pública e de mais discussão dentro de casa, nas escolas e nas empresas:
“a gente precisa revolucionar o ambiente que vivemos, mudar nossas decisões quotidianas, reinventar profundamente nossos hábitos e tomar decisões que estejam alinhadas com dados científicos, com uma ética que caminhe junto da preservação do oceano, o maior de todos os biomas.”
Lanzarote. Barbara Veiga
‘Mundo Insular’ inaugura com uma performance especial de Barbara, às 17h. A exposição fotográfica pretende criar uma reflexão visual e a performance, que será acompanhada por Heloisa Farah Flesch, é um trabalho que vai além, a fim de sensibilizar as pessoas através do seu olhar do oceano sob a perspectiva de uma ilha.
“Meu convite com a exposição e com esta performance é trazer toda a conectividade possível, todo aquele sentimento de participação tão vital”, finaliza.
20% do valor arrecadado pela venda das obras serão doados a pequenas e médias instituições e associações portuguesas que trabalham em prol da conservação ambiental.
