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Pedro del Hierro homenageado em exposição. A entrada é gratuita

O Museu Lázaro Galdiano de Madrid e a La Fábrica, em colaboração com o Tendam, inauguraram na quarta-feira passada a exposição “Pedro del Hierro. Do mestre à marca”, que permanecerá na sala Pardo Bazán até dia 3 de novembro. A exposição, com a curadoria de Laura Cerrato, tem como objetivo homenagear o trabalho do designer espanhol, que se estreou em 1974, e cuja casa continua ativa 50 anos depois apesar do seu falecimento em 2015. A exposição é constituída por uma seleção de peças têxteis, imagens, vídeos e outros suportes.

Faz 50 anos que Pedro del Hierro (Madrid, 1948-2015) mostrou, pela primeira vez, as suas coleções na capital espanhola. Com apenas 28 anos, seria o último modista – e o mais novo – a entrar na Câmara da Moda espanhola recebendo, assim, o título de Mestre e a fazer parte de um grupo que constituiu grandes nomes na história da Alta-Costura espanhola, como Pedro Rodríguez e Manuel Pertegaz. Desde muito novo que se distinguiu pela visão pioneira, na sua geração: para que o mecanismo da moda operasse extremamente mais além de um pequeno atelier de desenho; era imprescindível a fusão entre a criatividade e o setor industrial. A sua convicção de que o pronto-a-vestir seria fundamental para entender os novos estilos de vida, assim como para a democratização da moda, distinguiram-no desde o início.

Pedro del Hierro © Archivo Pedro del Hierro (Diego Santos Vivero)

Pedro del Hierro © Archivo Pedro del Hierro (Diego Santos Vivero)

A exposição parte do início da sua carreira enquanto criador, explorando a sua visão pioneira e consequente vinculação com os sócios comerciais para levar as suas peças a toda a Espanha. Fá-lo-ia associando-se com diversos grupos empresariais até encontrar o Grupo Cortefiel – atualmente, Tendam – que viria a ser o seu aliado definitivo, fechando o seu primeiro contrato de produção e distribuição em 1990, e afirmando a sua aliança em 1999, com a venda da firma. Este movimento estratégico refletia as tendências da indústria observadas em França, com todas as casas de moda e os conglomerados de luxo. No país vizinho, que uma firma sobreviva além do seu criador é algo comum – Dior, Chanel, Saint Laurent -, todavia isto seria um feito extraordinário em Espanha.

Figurinos de Pedro del Hierro, coleção outono-inverno 1987-1988 © Archivo Pedro del Hierro (Diego Santos Vivero).

Figurinos de Pedro del Hierro, coleção outono-inverno 1987-1988 © Archivo Pedro del Hierro (Diego Santos Vivero).

Desde então que a teatralidade dos seus designs na passarela – marcados por um uso apurado de assimetrias e constantes referências à arte – conviviam com uma adaptação consciente e racional das peças que terminavam em múltiplos espaços de venda. Essa aliança transformou-se num legado posterior que, após o falecimento do designer, foi mantido vivo pelos sucessores como os atuais diretores criativos da firma, Nacho Aguayo e Álex Miralles.

A exposição foi possível graças à colaboração de inúmeras instituições e particulares que cederam peças e documentos das diferentes etapas criativas de Pedro del Hierro, desde as suas primeiras criações à sua consagração como marca. Por um lado, o arquivo privado de Pedro del Hierro, propriedade de Diego Santos Vivero, cuja documentação dará, a todos os visitantes, um material praticamente inédito, mostrado pela primeira vez. Por outro lado, serão exibidas peças no Museu do Traje de Madrid, provenientes do Arquivo Tendam, da Coleção Alventosa Talamantes e de outras coleções particulares que guardam e mantêm peças originais de Pedro del Hierro.

Polaroides do backstage dos desfile da coleção primavera-verão 1993. © Archivo Pedro del Hierro (Diego Santos Vivero)

Polaroides do backstage dos desfile da coleção primavera-verão 1993. © Archivo Pedro del Hierro (Diego Santos Vivero)

“Pedro del Hierro. Do mestre à marca” será, também, uma retrospetiva sobre um criador fascinante e uma celebração da relevância atual da firma que leva o seu nome. Prova disso é o reconhecimento que a Academia Espanhola de Moda entregou no dia 13 de junho, concedendo o prémio de Honra no marco da primeira edição dos Prémios da Academia Espanhola de Moda, cuja gala foi transmitida, em direto, pela Rádio Televisão Espanhola.

Fotografia da coleção primavera-verão 1993. © STUDIORIOLA_

Fotografia da coleção primavera-verão 1993. © STUDIORIOLA_

“A roupa não é nada sem a pessoa que a leva. Uma forma de se expressar. Indubitavelmente, o que revela é a forma de ser da pessoa que a veste”. Estas palavras de Pedro del Hierro, numa entrevista dada em 1995, demonstram a evolução de um criador marcado por uma compreensão astuta da anatomia humana, da arquitetura da cor, assim como uma grande habilidade para a escolha e tratamento de tecidos.

Disponível até ao dia 3 de novembro no Museu Lázaro Galdiano, em Madrid, a entrada na exposição é gratuita. Saiba mais em agenda-de-actividades/exposiciones-temporales.

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