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Saiba tudo sobre o corte tardio do cordão umbilical!

Em 1988, realizou-se o primeiro transplante do mundo com células estaminais do sangue do cordão umbilical e em 1994 fez-se o primeiro transplante deste tipo em Portugal. Desde então, mais de 45.000 adultos e crianças beneficiaram de tratamentos com células estaminais do sangue do cordão umbilical, em todo o mundo.

Hoje, assinala-se o Dia do Sangue do Cordão Umbilical. Um dia de extrema importância que tem em vista acabar com a falta de informação e de gerar conhecimento sobre este tema.

Para desmistificar como o corte tardio do cordão umbilical, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é compatível com a colheita de células estaminais no momento do parto pedimos ajuda a Mónica Brito, Diretora de Operações e Administradora da Crioestaminal.

Dra. Mónica Brito, é diretora de operações da Crioestaminal, onde coordena as equipas técnicas e garante o rigor e a qualidade dos processos. Mais recentemente, frequentou um MBA em Gestão de Empresas pelo Institute of Business Management no Porto e assumiu funções na Administração da organização, sendo o seu papel fundamental no acompanhamento das operações quer a nível nacional, quer internacional.

Dra. Mónica Brito, é diretora de operações da Crioestaminal, onde coordena as equipas técnicas e garante o rigor e a qualidade dos processos. Mais recentemente, frequentou um MBA em Gestão de Empresas pelo Institute of Business Management no Porto e assumiu funções na Administração da organização, sendo o seu papel fundamental no acompanhamento das operações quer a nível nacional, quer internacional.

O corte tardio do cordão umbilical é compatível com a colheita de células estaminais no momento do parto e são vários os estudos que o comprovam, demonstrando que é possível realizar o corte tardio até 60 segundos e, simultaneamente, guardar as células estaminais. Portanto, “a colheita de sangue do cordão umbilical deve ser iniciada logo após o corte do cordão umbilical, de forma a colher o maior volume de sangue possível, uma vez que um maior volume de sangue significa mais células estaminais disponíveis e melhores hipóteses de sucesso no caso de um eventual tratamento. É importante que toda a amostra de sangue colhida seja enviada para o laboratório de criopreservação, onde a viabilidade da mesma para futuros tratamentos será avaliada.”, diz-nos Mónica Brito.

A preocupação e reticência dos pais em relação a este procedimento pode ser alguma, principalmente em relação ao bem-estar do bebé. No entanto, a Diretora de Operações e Administradora da Crioestaminal, esclarece-nos que são muitos os benefícios deste corte tardio para o bebé, como o aumento do nível de hemoglobina e das reservas de ferro do bebé, que poderão contribuir para melhorar o seu desenvolvimento até 6 meses após o nascimento. Para além disso, o maior fluxo sanguíneo poderá ser útil, também, para proteger bebés prematuros de lesões cerebrais e outras complicações comuns em casos de prematuridade, como a hemorragia intraventricular e a necessidade de transfusões de sangue após o nascimento.

Claro que tudo tem o seu lado negativo e podem existir, sim, complicações resultantes de um corte do cordão umbilical demasiado tardio, nomeadamente, a Policitemia (aumento considerável dos níveis de hemoglobina) ou a Icterícia (decorrente do aumento do nível de bilirrubinas no sangue), que exige fototerapia e prolongamento do internamento hospitalar.

Mas como é que se processa esta colheita? Mónica diz que é um processo simples. Os pais que decidem guardar guardar as células estaminais dos seus bebés levam consigo para o Hospital ou Maternidade o kit de colheita da Crioestaminal, com o qual os profissionais de saúde já se encontram familiarizados, e indicam à equipa de parto que pretendem fazer a colheita das células estaminais.

Logo após o corte do cordão umbilical, o profissional de saúde que assiste ao parto desinfeta o local da colheita do sangue do cordão umbilical. Após a colheita do sangue para um saco com anticoagulante, a amostra de sangue colhida, juntamente com uma porção do cordão umbilical propriamente dito, são devidamente acondicionados no kit de colheita, que deve ser sempre mantido à temperatura ambiente até ao momento do transporte. Assim que a mãe e o bebé se encontrem no quarto, o/a acompanhante deve ligar para a Crioestaminal, cujo número e horário se encontram indicados no kit, e efetuar a marcação de recolha.Seguidamente, a transportadora com a qual trabalhamos, a BioExpress, dedicada ao transporte de amostras biológicas a uma temperatura controlada, fará a recolha e o sangue e tecido do cordão umbilical chegam ao laboratório no próprio dia da recolha (salvo ilhas da Madeira e dos Açores). Nessa altura, dá-se início ao processamento das amostras de células estaminais para criopreservação, um método que nos permite guardar, a muito baixas temperaturas, amostras biológicas viáveis por longos períodos de tempo. Caso todos os requisitos de qualidade sejam verificados durante o processamento das amostras, de modo a garantirmos que podem ser usadas em eventuais tratamentos futuros, as células estaminais colhidas na altura do parto ficam guardadas pelos próximos 25 anos.

O kit de colheita da Crioestaminal encontra-se também preparado para os diferentes tipos de parto, tanto parto por via vaginal como por cesariana. No entanto, o recomendado é que a colheita de sangue do cordão umbilical seja realizada a partir das 34 semanas de gestação, sendo que, por vezes, no caso dos bebés prematuros ou em alguns casos de gémeos, não é possível colher volume de sangue suficiente para que se possa guardar uma amostra de células estaminais viável para um tratamento futuro. É importante referir também, que, num parto, a prioridade será sempre a segurança do Bebé e da Mãe, e a colheita de células estaminais só acontecerá se a segurança de ambos estiver assegurada.”, afirma Mónica Brito.

As células estaminais recolhidas do sangue e do tecido do cordão umbilical são de extrema importância e usadas em tratamentos de doenças, como leucemias, linfomas e alguns tipos de anemias.

As células estaminais do sangue do cordão umbilical são capazes de originar todos os tipos de glóbulos brancos, os glóbulos vermelhos e as plaquetas, ou seja, têm a capacidade de repor o nosso sistema sanguíneo. As células estaminais do tecido do cordão umbilical têm a capacidade de se diferenciar em células do tecido adiposo, do osso, ou da cartilagem, entre outros, sendo ainda capazes de regular a atividade do sistema imunitário, o que representa um enorme potencial de tratamento no âmbito da medicina regenerativa.”

Por isso é importante desmistificar esta ideia de que as células estaminais do cordão umbilical não são utilizadas na prática clínica e que constituirão uma opção, apenas, num futuro longínquo. E a Dra. Mónica Brito apresenta-nos alguns factos para ultrapassar este mito:

O maior grupo Europeu na área das células estaminais, o Grupo Famicord, ao qual a Crioestaminal pertence, já contribuiu para o tratamento de mais de 100 crianças com células estaminais do sangue do cordão umbilical, 10 dos quais realizados em crianças portuguesas, tratadas no âmbito de diferentes doenças, como a imunodeficiência combinada severa, a anemia aplástica grave, a paralisia cerebral e o autismo. Relativamente ao tecido do cordão umbilical, em contexto de terapia experimental, o Grupo Famicord já contribuiu para mais de 1700 tratamentos, sobretudo em patologias do foro neurológico.

É importante divulgar esta informação para que se possa ultrapassar este mito que limita o acesso das famílias a um bem único e que constitui uma opção de tratamento adicional.

Para saber mais sobre este tratamento, pode consultar o site da Crioestaminal.

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