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Springkode: A start-up que veio revolucionar a moda

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Criada por Reinaldo Moreira, Francisco Pimentel, e Miguel Pinto, a Springkode é uma start-up portuguesa ligada ao setor têxtil e que promete revolucionar o mercado nacional e internacional. Utilizando o facto de no nosso país se localizarem algumas das fábricas que produzem para grandes marcas de alta costura, propuseram-se a dar nome a quem as concebe. Para eles, não fazia sentido não existir uma ponte entre as fábricas e o próprio cliente e essa foi a ideia base que permitiu a criação deste projeto.

Revolucionário, moderno e sustentável são alguns dos adjectivos com que podemos caracterizar a Springkode, mas quisemos conhecer mais e melhor sobre o projeto em si e quem o faz. Para isso, contaram com a ajuda de Reinaldo Moreira, um dos fundadores desta start-up, que ajudou a concretizar o objectivo.

Sabemos que tudo começou depois de ter recebido um par de meias, comprado numa fábrica de confeção. Como é que isso despertou a ideia para este negócio? Antes de receber essa encomenda, nunca tinha ponderado a criação deste tipo de projeto?

RM:Sim, isto começou com a minha sogra e com umas meias. A minha sogra ofereceu-me um par de meias. Um dia calcei-as e eram ótimas! Quando lhe perguntei onde as tinha comprado, respondeu-me que tinha sido diretamente numa confecção.

Isto foi um sinal. Fez-me perceber que não havia um canal direto. Apercebi-me de quão próximo estamos fisicamente de roupa de alta qualidade e ao mesmo tempo tão longe.Ir a fábrica é um privilégio. Porque não podemos ter todos ter acesso? Foi aí que pensei em criar esta porta de acesso e ter todas as fábricas ao dispor do consumidor.

Somos conhecidos por produzirmos produtos de elevadíssima qualidade mas não temos essa facilidade de acesso. É essa experiência que queremos que as pessoas tenham através da Springkode: encontrar peças de roupa de qualidade a preços mais acessíveis.

Qual é o critério para a associação das fábricas com a plataforma? Existe a preocupação pela integração de novas marcas ou prevalece o historial de trabalho já efetuado para alguns dos grandes nomes da moda?

RM:Queremos que os nossos clientes tenham a certeza absoluta da qualidade do produto que estão a comprar. Procuramos parceiros que trabalhem com as melhores marcas de roupa mundiais, que têm os mais altos standards de exigência na confeção das suas peças.

As nossas fábricas têm gabinetes de desenvolvimento próprio, com equipas internas experientes na criação de produtos originais que desenvolvem coleções próprias, de qualidade equivalente às das grandes marcas, e isso reflete-se no que oferecemos ao consumidor final. A indústria de confeção europeia é fortíssima no desenvolvimento de produto e Portugal é um exemplo de excelência dessa realidade.

Outro ponto fundamental para nós é a utilização de matérias-primas excedentes de produções feitas para as grandes marcas. Todos os anos as confeções armazenam centenas de metros de rolo de matérias-primas luxuosas, que não são usados e que acabam por ser guardados ou esquecidos. Com o uso destas matérias-primas, acreditamos que esta é uma forma de assegurarmos que as peças são produzidas com tecidos e malhas de altíssima qualidade e que temos um impacto positivo para a sustentabilidade desta indústria que é a segunda mais poluente do mundo.

A ideia é privilegiar a confeção portuguesa ou existe a ideia de internacionalizar e estabelecer parcerias com fábricas internacionais? Acha que isso pode pôr em causa o trabalho das fábricas nacionais com menos competitividade?

RM:A Springkode nasceu com ADN português mas o projeto tem ambição de crescer internacionalmente. Temos na Indústria Têxtil e Vestuário portuguesa dezenas de fábricas que, diariamente, desenvolvem e produzem roupa de elevadíssima qualidade. Estamos no Silicon Valley do têxtil europeu, portanto faz todo o sentido começarmos por aqui.

A diversidade e a quantidade de oferta são fatores importantes num projeto como o nosso, que pretende ser um marketplace plural com um impacto positivo na sustentabilidade do sector, sem abdicar do denominador comum: a qualidade, o preço e a transparência.

Considera que ainda existe muita mistificação acerca das marcas em si? O cliente privilegia a qualidade ou a marca em si?

RM:As pessoas compram marcas por uma série de razões. Desde a boa experiência com a marca no passado, como para manter uma certa imagem perante os amigos ou sociedade, outros porque são extremamente leais às suas love brands. Existe um grupo de clientes que privilegia uma marca de renome porque acredita ser uma certeza de qualidade e um outro porque lhe confere um status perante a sociedade.

O primeiro não se preocupa com logos, elementos ou referências de marca. Prefere os artigos confortáveis, bem confecionados, de qualidade e de bom toque, sem elementos distintivos de marca visíveis. Para o segundo é quase inconcebível investir numa peça de roupa de uma marca de renome sem a exibir de forma evidente.

Temos observado o surgimento de cada vez mais plataforma de revenda de produtos de marcas de alta costura. A exclusividade de 50 peças por modelo é para combater essa “epidemia” ou pretende dar a oportunidade ao cliente de obter peças exclusivas?

RM:O produto exclusivo é uma mais-valia comercial e fator de diferenciação face à massificação de produto que vemos hoje nas grandes superfícies comerciais e nos seus canais online. A limitação atual das 50 peças por modelo permite-nos diversificar a oferta e assegurar um uso mais eficiente da matéria-prima.

Com a limitação das quantidades por modelo, estamos a fomentar o upcyling destas matérias-primas, respeitando os recursos já consumidos na sua fabricação, tornando mais eficiente a cadeia produtiva e reduzindo o impacto ambiental da atividade.

A entrevista continua na página seguinte

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