Ainda não tem planos para amanhã, dia 25 de abril? Saia à rua e junte-se aos milhares que, como manda a tradição, vão descer a Avenida da Liberdade. Pode, ainda, mergulhar na história da revolução, que tanto impacto teve nas nossas vidas, e visitar uma exposição ou assistir a um espetáculo sobre o tema. Seja qual for o plano, não se esqueça do cravo.
Espetáculo “Pena Capital”
O programa “CAMINHOS” propõe um momento de celebração da liberdade, no dia 25 de abril, através da poesia e da música. O espetáculo “Pena Capital” terá lugar às 17 horas, no Centro Cultural Alfredo Keil, em Ferreira do Zêzere, e presta homenagem à obra e à figura de Mário Cesariny, poeta e pintor que se destacou como voz livre, irreverente e incontornável do surrealismo português.
O recital, interpretado por André Gago e acompanhado pela criação musical de Francisco Sales, propõe uma imersão sensorial na poesia de Cesariny, cruzando palavra dita e guitarra ao vivo. Numa viagem intensa ao universo poético do autor, este espetáculo evoca a liberdade, a imaginação e a resistência, valores profundamente associados ao dia em que se comemora a Revolução dos Cravos.
Exposição “Cartazes sem Censura | 25 de Abril e a Revolução do «Verão Quente»”
Inaugurou ontem, dia 23 de abril, a exposição “Cartazes sem Censura | 25 de Abril e a Revolução do «Verão Quente»” no MAC/CCB – Museu de Arte Contemporânea. Organizada em colaboração com a WPP, a mostra transporta-nos para os dias históricos do 25 de abril de 1974, estendendo-se até ao intenso Verão Quente de 1975.
Mais do que simples cartazes, as peças apresentadas nesta exposição são testemunhos visuais de um período de transformação política e social, resgatados dos muros e paredes onde foram originalmente afixados e preservados numa pasta de desenhos durante cinco décadas. Refletindo o clamor pela liberdade e as diferentes expressões de esperança e desafio, estes cartazes capturam a essência de um Portugal em movimento e libertado da censura. Cada peça exposta representa uma voz emergente, contendo perspetivas dos vários quadrantes políticos da época.
A exposição estará patente até 28 de setembro e pode ser visitada entre as 10h e as 18h30. Para os residentes em Portugal, o bilhete tem um custo de €7.
Ir ao cinema ver “Camarada Cunhal”
No ano em que se assinalam 20 anos desde a morte de Álvaro Cunhal, o cinema português apresenta uma obra essencial sobre uma das figuras mais marcantes da história contemporânea do país. “Camarada Cunhal”, realizado por Sérgio Graciano, estreia nas salas de cinema hoje, dia 24 de abril.
Baseado no livro “Álvaro Cunhal, retrato pessoal e íntimo”, da autoria de Adelino Cunha, publicado em 2013, “Camarada Cunhal” adapta para o cinema um dos episódios mais marcantes da resistência contra a ditadura do Estado Novo em Portugal: a evasão de Álvaro Cunhal e de outros nove presos políticos da prisão de alta segurança de Peniche, um dos estabelecimentos mais temidos do regime salazarista. O filme mergulha no ambiente opressivo, mostrando a coragem, a determinação e a estratégia meticulosa que levaram à célebre fuga organizada pelo Partido Comunista Português.
“Quis saber quem sou” no Coliseu dos Recreios
Depois de um ano de digressão, “Quis saber quem sou – um concerto teatral”, de Pedro Penim, chega a uma das mais emblemáticas salas de espetáculos do país. Nos dias 25 a 26 de abril, 13 intérpretes sobem ao palco do Coliseu dos Recreios, em Lisboa, para revisitar as canções da revolução e assinalar os 51 anos do 25 de Abril, nesta produção do Teatro Nacional D. Maria II.
A meio caminho entre o concerto e a peça de teatro, “Quis saber quem sou — um concerto teatral” revisita as canções da revolução, as palavras de ordem, as cantigas que são armas, mas também as histórias pessoais das gerações que fizeram o 25 de Abril, trazendo para o palco jovens atores/cantores e colocando nas suas vozes e nos seus corpos de hoje, e do futuro, a memória das palavras da liberdade.