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A vulnerabilidade de ser Mãe

Vulnerabilidade – o lado fraco de um assunto ou questão, o ponto por onde alguém pode ser atacado, ferido ou lesionado, fisicamente ou moralmente. Vulnerabilidade implica risco, fragilidade ou dano.

Será? Ou pode ser igualmente a possibilidade de correr riscos, de viver na incerteza e poder estar exposto emocionalmente, isto é, ter a coragem suficiente de se mostrar?

Quando vemos alguém chorar, comover-se pela mínima situação, julgamos a pessoa como mais fraca emocionalmente… mas será mesmo?

A vulnerabilidade de ser Mãe, começa quando uma mulher se prepara para a maternidade, onde várias dúvidas e conflitos surgem.

Embarcar nessa aventura traz imensas alegrias, mas igualmente muitas ansiedades. Ninguém prepara emocionalmente as Mães para aquilo a que terão de renunciar, sobre como se vão frustrar, e as noites mal dormidas que vão determinar o seu humor,  paciência e resiliência.

Surgirá, inevitavelmente, o sentimento que é uma péssima Mãe, culpada, incapaz, insuficiente e que por vezes perde-se na extrema dedicação, confundindo a exaustão física e emocional com incompetência materna.

A mulher passa do papel principal para espetadora, num abrir e fechar de olhos, e com a agravante de que tem de lidar com as suas alterações físicas e emocionais. As Mães assumem responsabilidades delas e do resto da família, porque só assim parece bem ou porque a sociedade assim as fez crer.

Essa mesma sociedade cruel e fria, cheia de julgamentos e críticas, que promove a escassez, o julgamento e a vergonha. Existe toda uma expectativa criada, uma pressão à volta, que muitas vezes é mascarada com frases do género “tens um talento natural”, “as mulheres já nasceram com esse instinto”, “sabes porque o bebe está a chorar?”, “vê lá o que comes porque estás a dar de mamar!”, e um outro rol de frases. São frases como estas que fazem exirit um sentido de responsabilidade excessivo, e de que as Mães têm de ser supermulheres, um ser “sobrenatural” que tem as respostas para tudo e é revestida de uma armadura inquebrável.

As Mães choram, sentem-se esgotadas da sua energia, sozinhas, insuficientes, cheias de vergonha de si próprias e daquilo que os outros pensarão delas. Mães afetuosas e dedicadas que se afogam em culpas e sentimentos de autopunição!

Mães, devem destruir estes mitos, e aprenderem sobre si próprias, sobre permitir, sobre merecimento e saberem delegar responsabilidades, e igualmente saber falar sobre o sentem.

Mas como?

  • Ignorar a cultura de escassez ou insuficiência
  • Admitir que são vulneráveis
  • Largar o perfeccionismo
  • Largar o controlo
  • Largar a culpa e a vergonha

Quando queremos amar e viver em plenitude com o nosso coração, e queremos relacionar-nos com o mundo a partir de uma afirmação de valor, temos de falar do que nos incomoda e atrapalha, nomeadamente da culpa, do medo, da vergonha e da vulnerabilidade.

Permitir-se a ser vista!

Quantas vezes as Mães sentem dificuldade em serem vulneráveis, por acharem ser fraqueza?

Ser vulnerável é aceitar a incerteza da vida, o risco e a exposição emocional que inevitavelmente existe.

O mascarar dos sentimentos e da sua essência, de vontades, fará com que se tornem numa luz fraca da pessoa que outrora foram… desconectadas da sua essência, com medo de falhar, com terror de lhes ser apontado o dedo.

Mostrar que são vulneráveis, pode sim ser uma forma de coragem, uma forma de força, uma verdadeira potência para lidar com as adversidades e com os dilemas.

Que Mãe não se sente vulnerável quando, por exemplo, um filho lhe expõe uma situação complicada e a ela sente no seu interior uma vontade de resolver tudo, mas não sabe como? Ou quando não tem resposta para uma qualquer questão colocada?

É necessária uma grande força para as Mães se permitam ser vulneráveis. Num mundo em que a segurança, a eficácia e a felicidade absoluta são tão valorizadas, as que se atrevem, em um determinado momento, a renunciar à sua armadura de suposta perfeição, ou de supermulher, demonstram uma coragem notável.

“Fortes” são aquelas Mães que são capazes de se mostrar com suas luzes e sombras, com os seus defeitos e virtudes. Que têm a coragem de assumir que caíram e voltaram a erguer-se, ao invés de se preocuparem com quem poderá ter assistido à sua queda.

Quem somos e a forma como abordamos o mundo fará muito mais a diferença em como os nossos filhos se vão sair, do que aquilo que sabemos sobre os educar.

Tudo se vive pelo exemplo!

Mães, não tenham medo: sejam vulneráveis!

Sabem porquê?

Porque para se aceitarem, sentirem-se merecedoras e para que consigam ser gentis convosco é importante aceitar que são vulneráveis. Todos os seres humanos o são, por isso essa condição também é inegável às mulheres, logo às Mães. Sem aceitação não existe evolução. E sem autoestima não existem conexões sinceras. A verdadeira fraqueza reside na ocultação e não na manifestação.

Quando forem capazes de deixar para lá o que as outras pessoas pensam e passarem a assumir a própria história, ganham acesso ao valor pessoal, o sentimento de que são suficientes, e que merecem o amor e pertencimento.

“A vulnerabilidade não é conhecer a vitória ou a derrota, é compreender a necessidade de ambas, é empenhar-se. É entregar-se de corpo e alma” – Brené Brown.


Artigo de Opinião

Sandra Carujo

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Especialista em Eneagrama Parental, Especialista em Educação Montessoriana, certificada em Inteligência Emocional e Social, e certificada em Parentalidade e Educação Positivas

Instagram: @sandracarujo.pt

Facebook: facebook.com/reequilibratesempre

Site: www.sandracarujo.pt

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