Esta é Cerveja. Tem sete anos e vai ser mãe pela terceira vez. É uma das burras cujo leite é utilizado nos produtos da Phillippe by Almada, uma nova marca portuguesa de cosméticos.
Que o leite de burra tem benefícios extraordinários na pele (grande potencial antioxidante, firmeza e hidratação) já desconfiávamos, pela sua utilização frequente nas antigas civilizações, sobretudo por Cleópatra.
Mas quisemos ir à fonte e conhecer melhor os animais e o processo de utilização desta matéria-prima tão rara (as burras dão apenas 1,5 litros de leite por dia e estes são partilhados com a cria!).
A vida da Cerveja nos campos do Vale do Sorraia, no Ribatejo, é feita de rotinas. “Os burros são animais que não gostam de imprevistos”, dizem-nos Jorge Leal Barreto e Miguel Carvalho, sócios da DMC – Donkey Milk Cosmetics, detentora da marca Phillippe by Almada.
Apesar de a exploração da produção de leite de burra não ser feita pela própria DMC, mas sim pela empresa parceira Naturasin, o conhecimento que os responsáveis têm sobre estes animais é exímio. E explicam-nos: “Sempre que um animal não cumpre a rotina diária é porque está com algum problema.”
Na exploração que detêm existem cerca de 50 cabeças de gado em regime permanente. O território divide-se em: “Os animais que estão em ordenha, as crias, as burras que estão prenhas, a maternidade (onde se encontram as burras prestes a parir ou que tiveram uma cria há pouco tempo) e, por último, mas não menos importante, o espaço do garanhão Trovisco”, o pai de todas as crias.
