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É possível fortalecer a relação do casal após o nascimento dos filhos

É sabido que o nascimento de um filho, ou vários, coloca a relação do casal à prova, por mais desejado que seja o bebé.

A adaptação de ambos a uma nova realidade, a falta de comunicação, a vida sexual em declínio e o parceiro pouco envolvido nos cuidados do bebé foram motivos apontados por um estudo recente (realizado no Reino Unido) que revelou que um quinto dos casais separam-se nos primeiros 12 meses de vida do bebé.

E porque o mais saudável para a família é a união, o amor e o respeito entre todos, é importante que o casal esteja preparado para a mudança que representa a chegada de um filho, bem como, o quão essencial é continuar a alimentar a relação de ambos, para manter viva e cada vez mais forte a chama da paixão.

Porque o nascimento de uma criança não deve significar o fim da vida e do romance do casal, falámos com a Carolina Vale Quaresma, Terapeuta Familiar, e com o seu companheiro Diogo Ferreira. Ambos trazem dicas que a vão ajudar a conciliar o fortalecimento da relação amorosa, com as responsabilidades parentais.

Carolina e Diogo

Carolina e Diogo

É importante saber conciliar o ser mãe/pai e o ser marido/mulher?

SIM, SIM e SIM. É importante não só conciliar, como respeitar cada papel. Ser mãe/pai e ser marido/mulher são ambos dois papéis e nenhum deles tem mais ou menos importância do que o outro. Saber gerir cada um dos papéis exige consciência, boa comunicação e sobretudo amor por nós próprios e pelos outros.

“O que sentimos é que os casais se focam demasiado em apenas um dos papéis e normalmente é no de ser mãe/pai, esquecendo-se de ser marido/mulher.”

Nós os dois aprendemos muito com o nosso passado e com a forma como vivemos nas nossas relações anteriores. Esta “escola” ajudou-nos muito a perceber o que queremos enquanto casal e enquanto família.

Como é que conciliam o fortalecimento da relação com as responsabilidades parentais?

Primeiro, reconhecendo que o facto de estarmos com os nossos filhos não significa que todo o tempo seja só e apenas para eles, ou seja, é possível e diríamos bastante necessário que mesmo quando estamos com as crianças, que elas próprias assistam a momentos de amor, de afeto, de boas conversas entre os pais.

E isto fortalece, não só a relação entre o casal mas também reforça através do exemplo aquilo que a criança aprende connosco sobre um relacionamento amoroso.

Está provado que nós enquanto adultos tendemos a repetir os padrões de vida dos nossos pais. Sermos um exemplo de amor para eles é fundamental para o seu crescimento e construção da sua própria família.

“É connosco que eles aprendem a amar.”

Carolina, Diogo e as filhas

Carolina, Diogo e as filhas

O que é que fazem para conseguir ter tempo a dois, todos os dias?

Deitar as crianças cedo é ponto de ordem, não só para que elas descansem bem e o que merecem, como também para nós é tempo útil em casal. Ao longo do dia, o que procuramos é estar focados em, com ou sem crianças, termos “tempo a dois”: olhar nos olhos, preparar o chá ou a refeição do outro, um abraço aqui, um beijo ali, uma mão dada numa viagem de carro ou simplesmente dizer ao longo do dia “amo-te”. O tempo é sempre relativo e, muitas vezes, não é a quantidade de tempo que se tem mas sim a qualidade de tempo em que se investe e como dizia o outro, “quem quer, arranja maneira, quem não quer, arranja uma desculpa” – e nós queremos.

Que dicas é que podem dar a outros casais?

FOCO E DECISÃO.

Focar em alimentar o relacionamento todos os dias. SIM, TODOS OS DIAS. É penoso, dá trabalho, às vezes é uma seca mas vale muito a pena. Quando um casal está focado em ser feliz em casal e em família, tudo se transforma e este foco reflete-se, assim, em pequenas coisas: nas palavras que se dizem, no contato físico, no bilhete deixado junto à escova de dentes, até nas compras que fazemos no supermercado.

Um casal focado em ser feliz é um casal feliz, é isto que sentimos e tantas vezes conversamos.”

Queremos ser felizes em casal, queremos ser um exemplo de amor para os nossos filhos. Queremos viver bem e juntos para sempre, por isso, decidimos TODOS OS DIAS escolher este caminho. Daqui vem a decisão diária de escolher sermos assim.

E acrescentaríamos também o: FALEM BASTANTE UM COM O OUTRO, não só “como foi o teu dia” mas um diálogo honesto, verdadeiro e sem medos e filtros, afinal de contas, estamos perante o nosso melhor amigo e uma das pessoas mais importantes da nossa vida.

Procuramos partilhar muito sobre nós, sobre o que estamos a sentir, sobre os nossos sonhos e desejos. E temos sentido que viver em casal desta forma tão genuína tem feito toda a diferença.

Como é que se mantém uma vida amorosa ativa tendo filhos mais dependentes e que necessitam de mais atenção?

Voltamos ao dormir bem. Se as crianças dormirem bem nos seus quartos, sem interrupções, sem visitas ao nosso quarto ao longo da noite, por exemplo, não é nada difícil, apesar das distrações e responsabilidades do dia a dia, mantermos a “chama” acesa. Dizer também que a atenção que eles podem necessitar não invalida que o casal não se encontre em tantos milhões de gestos e momentos de amor.

“A decisão de se ser casal diante dos filhos é simples de tomar e simples de fazer, é no fundo sermos nós próprios.”

Carolina, Diogo e a filha

Carolina, Diogo e a filha mais nova

Que impacto é que tem nas crianças o fortalecimento da relação amorosa dos seus pais?

Nós consideramos que somos EXEMPLO, somos referência, somos espelho para elas. Termos consciência disto, faz toda a diferença na forma como conduzimos a nossa vida a dois. Procuramos respeitarmo-nos para sermos também respeitados, esta é uma valente base aqui em casa.

Nos nossos dias mais desafiantes, sentimos logo diferença também nas miúdas, mais rabugentas, agitadas e atentas a nós. É “curioso”!

Não temos dúvidas que quanto mais estáveis e saudáveis os pais estiverem, mais tranquilos se sentem os filhos. Também pelo bem de toda a nossa família, decidimos focarmo-nos em viver na “Casa do Amor”, amamos isso e daqui não queremos sair nunca.

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