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Legislativas no feminino: Isabel Moreira

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13. Como é que se resolve o problema do desemprego de longa duração?

Com a aposta em políticas de crescimento económico e não de recessão, com a aposta na qualificação, com a reposição de salários, com a diminuição do IVA, com uma política de IRC inteligente que promova quem emprega com direitos e que penalize quem emprega com precariedade.

14. Como é que se resolve a disparidade salarial entre homens e mulheres?

Essa questão é muito profunda e a luta começa com o combate à pobreza e ao desemprego, “lugares” onde as mulheres são sempre as mais atingidas. Só a defesa do Estado Social e do crescimento garante as condições de combate a esse ultraje.

15. Como é que se resolve a pouca representação das mulheres na política?

Já se fez alguma coisa. Mas a verdade é que ainda estamos a pagar séculos de uma cultura patriarcal. Mesmo o Direito, até há pouco tempo (historicamente) foi produzido exclusivamente por homens. A lei muda, mas as mentalidades têm um tempo diferente.

16. O que fazer com a violência doméstica, já que o número de casos em Portugal é igual há 20 anos?

Continuar a lutar com as armas criadas em sucessivos Governos, continuar a fazer do tema um consenso, aperfeiçoar continuamente não só as leis mas o que se passa no campo, introduzir nas escolas uma disciplina obrigatória de educação cívica, no âmbito da qual, desde cedo, os jovens apreendam os valores da igualdade e da dignidade.

Aqui, tem-se por normal, numa perspetiva sexista, que uma mulher seja culpada por não ter um homem a tutelá-la, e impedem-na de ser mãe. É uma vergonha.

17. Que medidas concretas é que propõe para que aumente a natalidade em Portugal?

Uma aposta forte na melhoria das condições laborais e no crescimento económico, para aumentar o rendimento disponível das pessoas. Já agora, permitir que qualquer mulher, sem discriminações, tenha acesso a técnicas de procriação assistida e que casais do mesmo sexo possam candidatar-se à adoção.

18. O que é que pensa da procriação medicamente assistida (PMA) para mulheres solteiras não estar contemplada na lei?

O PS, justamente, apresentou um projeto de lei permitindo o acesso à PMA a todas as mulheres, sem discriminações, e a casais do mesmo sexo. Foi chumbado. O assunto está resolvido em Espanha desde 1986. Aqui, tem-se por normal, numa perspetiva sexista, que uma mulher seja culpada por não ter um homem a tutelá-la, e impedem-na de ser mãe. É uma vergonha. Quem pode, vai a Espanha realizar o sonho de ser mãe. Quem não pode, fica à margem da lei.

19. O que é que pensa da adoção por casais homossexuais?

Tive a oportunidade de ser signatária de um projeto de lei permitindo a adoção por casais do mesmo sexo. Foi chumbado. É um absurdo que não possam candidatar-se. Toda a gente sabe que já existem centenas de famílias homoparentais. E as crianças estão bem. A capacidade de parentalidade não tem qualquer relação com a orientação sexual.

20. Porque é que há tantos ex-deputados e ex-ministros em altos cargos das maiores empresas portuguesas?

Não é a mim que tem de perguntar.

21. A responsabilidade da crise deve ser atribuída a quem?

À crise internacional de 2008, à má resposta europeia através de planos de austeridade sem ter em conta as condições específicas de cada país e com um conteúdo recessivo, e a um Governo de direita que aproveitou o memorando para ir para além dele e apostar fortemente na chamada austeridade expansionista, falhando em todos os objetivos que traçou em 2011 e quebrando promessas eleitorais.

22. Como é que se resolve a crise?

As apostas são: crescimento, emprego e qualificação.

23. O que é que acha da reestruturação da dívida portuguesa?

Penso que a questão poderá vir a ser posta. A dívida disparou para níveis inacreditáveis. O Governo herdou uma dívida de 98% e aumentou-a para mais de 130%.

24. A UE como está é a fonte dos problemas ou das soluções para Portugal?

Tem de ser parte da solução, mas tem de ser capaz de se avaliar e de perceber que há muito a corrigir na UE.

25. Se a Grécia cai, o que é que acontece a Portugal? E o que é que acontece se a Grécia não sai do euro?

Seria o desastre. Nós somos a Grécia, a Grécia somos nós, a Europa é a Grécia, o mundo é a Grécia. A Grécia não pode ser acantonada como se, política, económica e estrategicamente, não tivesse a ver com todos. Chantagear a Grécia com a saída do Euro é um crime político.

Há mais para ler sobre estas cinco candidatas a deputadas na LuxWOMAN de outubro.

Não perca amanhã as respostas de Maria Luís Albuquerque.

Imagem de destaque: Isabel Moreira © D.R.

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