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Livro: ‘Um Estranho Lugar para Morrer’

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‘Um Estranho Lugar para Morrer’ foi considerado o melhor romance em 2014 por várias publicações de referência, como a Economist, o Financial Times e o Guardian.

Derek B. Miller é o autor deste thriller invulgar que conta muito mais do que apenas um crime. Fala de família, de desilusões, de paixão e da necessidade de fazer as pazes com o passado.

O livro conta a história de Sheldon, um judeu notte-americano de 80 anos que revela sinais de demência. Depois da morte da mulher, a sua neta, Rhea, decide levá-lo para Oslo, na Noruega. Lá, percebe que uma vizinha está a ser perseguida e a tentar proteger o seu filho pequeno. Sheldon decide ajudar, mas a mulher acaba morta e o octogenário com uma criança para proteger.

É o romance de estreia de Derek B. Miller e já foi publicado em doze países. Na sua curta visita a Portugal, sentámo-nos com o autor e descobrimos um pouco mais sobre a obra.

É o seu primeiro romance. Como se sentiu quando soube que ia ser vendido a nível internacional?

No início, ninguém queria publicar o meu livro. Aliás, o primeiro país a publicá-lo foi a Noruega, o que é um pouco estranho. Só mais tarde é que foi selecionado na Austrália, depois em Inglaterra, na Alemanha, nos EUA… Foi uma bola de neve… Sempre que algo acontecia, era um sentimento maravilhoso.

A personagem principal, Sheldon, é realmente única. Onde foi buscar inspiração?

Andava a pensar muito sobre a morte dos meus avós. Era muito próximo dos pais da minha mãe, e por isso queria olhar para esse tempo e para a identidade judaica americana, que é muito diferente da europeia. Queria compreender. A inspiração veio daí, de querer estar mais perto dos meus avós.

Porquê a Noruega?

Principalmente por razões pessoais. A minha mulher é norueguesa. Tínhamos acabado de ter um filho e eu andava a pensar muito sobre o país. Durante o tempo em que estamos a escrever, queremos escrever sobre algo que seja interessante. A Noruega era o desconhecido. Os americanos não pensam sobre este país. Era a oportunidade de descobrir algo.

Durante o livro, faz muitas analepses (regressos ao passado). Porquê?

É essencial. A back story é a história. O que o Sheldon está a tentar fazer é salvar a vida do pequeno rapaz que caiu nos seus braços sem ele querer. Ao fazê-lo, tem de lidar com o filho que perdeu no passado e que não conseguiu salvar. É como um círculo a fechar. A história é baseada nessa tragédia na sua vida, a morte do filho. As ações dele, o que ele faz para salvar o menino, o seu sentido de humor negro, é tudo por causa de quem ele é e do que fez. Se o leitor não conhecer o passado, o presente não é tão interessante.

Neste livro fala de família, perda, demência, crime. Porquê juntar tudo?

Porque a nossa vida é assim. A vida vai evoluir e o amor, a família e a perda são coisas que não podemos evitar. O livro é sobre família, amor, escolhas e as consequências das escolhas que fazemos.

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