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Mãe e filha em concerto

Maria Rita apresenta uma homenagem emocionante à sua mãe, um espetáculo único: ‘Maria Rita Canta Elis Regina’, dia 28 de junho no Pavilhão Rosa Mota (Porto) e dia 29 de junho no Pavilhão Atlântico (Lisboa). Em conversa com a LuxWoman, a ‘cantadeira de histórias’ confessa-nos que será, acima de tudo, um concerto “muito emotivo, onde por vezes dá vontade de chorar”.



O repertório de Elis Regina é um muito vasto e uma referência em todo o mundo. A escolha das músicas foi difícil?

Escolher entre um repertório tão longo, foi realmente muito difícil. Posso mesmo dizer que foi a tarefa mais difícil da minha vida! Porque realmente é um repertório muito rico, muito vasto e, acima de tudo, é tudo muito bom, muito bem escrito, muito inteligente! Foi muito difícil, tive de seguir, essencialmente, dois caminhos. O primeiro, as músicas que eu precisava de ouvir, que me sabia bem escutar, que iam de encontro às minhas próprias expectativas… Depois, as canções que eu gostaria de tocar, as que passam pela minha história, pelas minhas experiências… Tenho essa necessidade grande de identificação com a canção e com a história da canção, sou uma ‘cantadeira de histórias’…

O que é que deposita de seu nestas canções?

Pisando o palco para fazer um espetáculo de homenagem à minha mãe e sabendo da expectativa que existia em relação a este momento da minha carreira, por parte do público, procurei fazer o mais próximo do original possível, nalgumas canções. Noutras, porque senti um pouco essa necessidade, brinquei com a sonoridade. Mas, de facto, o que fica mais presente neste projeto é o respeito pelo público, porque o espetáculo abrange não só o público que conhecia as canções de Elis Regina e que tinha (e tem) uma grande admiração por ela, como o público que não conhecia as canções e que fica a conhecer… Portanto, esse respeito tem necessariamente de existir, se mudasse as músicas por completo, estaria a desrespeitar. Posso dizer que escolhi ser fiel aos arranjos, mas brinquei com as sonoridades de algumas músicas, respeitando a sua essência.

É cantora por causa da sua mãe?

Aquilo que somos passa por questões complexas, como a própria genética e as decisões do próprio ser humano. É algo muito subjetivo, talvez relacionado até com o próprio talento da pessoa… Comigo, apenas posso dizer que se não fosse cantora, então não sei mesmo o que é que seria!

Estudou Comunicação Social e Estudos Latino-americanos na Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos…

Sim, na adolescência, numa tentativa de perceber o que é que queria fazer para o resto da vida. Em casa do meu pai tinha contacto com a música e sempre gostei de cantar. Comecei a cantar em bares e sempre senti que era realmente o que gostava de fazer.

Aprendeu música com o seu pai?

Tinha 12 anos quando pedi ao meu pai que me ensinasse a tocar com ele. Mas o meu pai também não tinha como me ensinar, porque não conhecia a técnica, tinha aprendido sozinho, era autodidata e, portanto, não tinha metodologia. Então, sempre aprendi tudo sozinha. Tanto o meu pai como a minha mãe nunca tiveram aulas… E eu também nunca tive educação formal.

Guarda recordações da sua mãe?

Não tenho lembranças da minha mãe em casa, nem a cantar, porque ela morreu quando eu tinha 4 anos, eu era muito pequena…

Como é que se sente a interpretar canções de Elis Regina?

Apenas as canto, não as interpreto… Sou uma cantora diferente da minha mãe… Mas, de facto, é muito emocionante, é um espetáculo em que sou mais filha do que cantora. Cantar as músicas de Elis Regina, sendo filha dela, é algo que me deixa muito emocionada, é um espetáculo muito tocante! Choro diversas vezes… E no Brasil, que é um país onde a minha mãe é um ídolo, é indescritível! As pessoas sentem o espetáculo de uma forma intensa, também choram comigo, é fantástico. E depois, como cantora, é um desafio enorme, porque são canções muito conceituadas, que pertencem a um repertório de muitos anos, a um imaginário… Musicalmente, são difíceis de cantar, são canções complexas, com 30 ou 40 anos… Será, sem dúvida, um espetáculo muito emocionante, em que sou mais filha do que cantora, um espetáculo muito positivo, mas muito forte!

Bilhetes, a partir de €25.

Imagem de destaque © Marcos Hermes

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