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Marta Gil: o sonho a acontecer

Com apenas 10 anos participou no musical ‘Jasmim ou o Sonho do Cinema’, no Politeama. Seguiram-se várias séries juvenis, como ‘Morangos com Açúcar’ ou ‘O Diário de Sofia’, como protagonista. Foi, também, apresentadora do Canal Panda, sem deixar de continuar a participar em várias peças de teatro. “Se pudesse, seria mil e uma coisas e acho que foi isso que me despertou o interesse pela profissão de atriz”, sublinha, tendo, também, concluído, além de diferentes cursos e formações na área artística, o curso de Direito. O sonho de singrar em Hollywood levou-a a Los Angeles, onde participou em várias produções cinematográficas, fez teatro e publicidade, mas a pandemia trouxe-a de volta a Portugal. É então que decide entrar no reality show Big Brother Famosos. Fechada na casa mais vigiada do país, foi distinguida com o prémio de Melhor Atriz em Thriller nos International Film Awards Actress Universe, pela sua interpretação de Luna na curta-metragem “Red roses never die”, vendo o seu trabalho por terras do Tio Sam dar frutos. Por cá, regressou à ficção nacional com a novela ‘Festa é Festa’, da TVI, e depois de participar no BigBrother Famosos aceitou o desafio de integrar o painel de comentadores da edição seguinte do formato. Por agora está em digressão pelo país com o espetáculo ‘Boeing Boeing’, estando previsto o seu regresso à televisão em setembro, ‘em dois formatos diferentes’, revela. “Uma vez disse que uma das consequências mais importantes de ser atriz – e por isso figura pública – era o facto de poder ter uma voz mais ativa em determinados temas”, sublinha a atriz que sonha mudar o mundo, não sendo raro vê-la chamar a atenção para temas como a violência doméstica, o respeito pela liberdade sexual ou a luta pela igualdade de direitos das mulheres, entre outros.

Começou a representar em criança e foi sempre participando em séries, filmes e peças de teatro… Porquê atriz? De onde vem essa vontade de representar?

A vida e a sociedade moldam-nos para sermos uma coisa só, para nos focarmos numa única profissão. Se pudesse, seria mil e uma coisas e acho que foi isso que me despertou o interesse pela profissão de atriz. Poder ser várias pessoas diferentes, ter uma personalidade num dia e outra noutro. No fundo, viver histórias de vida diferentes.

Além da formação em interpretação, também terminou a licenciatura de Direito. O Direito era o seu plano B?

O Direito era um plano. No primeiro ano quase que virou plano A porque adorei o curso mas, rapidamente, percebi que o que queria era interpretar uma advogada – ainda estou à espera desse papel! Mas ainda bem que tirei o curso porque me deu muitas bases para o que sou hoje em dia.

Entretanto foi para os EUA. O que é que determinou a sua decisão de ir para os EUA, mais concretamente para LA? Quais eram os seus planos?

Claro que o meu sonho era ser uma atriz num mega filme em Hollywood (risos)! O sonho deve ser alto mas sou muito realista. Fui para trabalhar e viver fora e perceber se era possível viver da minha arte na cidade do cinema. A verdade é que, com muito trabalho e esforço, é possível. Fiz muitas curtas metragens, com as quais fui premiada, vivia muito da publicidade, fiz teatro, e quando ia fazer o meu primeiro grande filme rebentou a pandemia. Claro que não estava nas grandes produções mas acreditava que podia chegar lá e continuo a acreditar. Simplesmente agora tenho mais a noção que há uma grande dose de sorte e conhecimentos associados, não é só trabalho.

Ou seja, estava a correr bem? O balanço é positivo?

O balanço é muito positivo. Tudo o que nos tira da nossa zona de conforto é positivo. Foram dois anos duros mas guardo memórias incríveis. Aprendi a relativizar tudo muito mais e vim de lá uma pessoa muito mais forte. Percebi que não tenho medo nem vergonha de ir atrás dos meus sonhos.

Fotografia Mariana Rocha @ Brandfire

Vídeo Ana Rocha Nené @brandfire

Styling Diogo Raposo Pires

Maquilhagem e cabelos Frederico Simão

Agradecimentos Páteo Alfacinha @ Casa do Marquês

A Pandemia acabou por ditar o cancelamento das produções em que estava a trabalhar e o regresso a Portugal… Foi muito difícil perceber que teria de regressar?

Ainda hesitei durante uns dias mas quando percebi que as fronteiras iam fechar, comecei a achar que o assunto era sério. Ia fazer uma mega campanha publicitária que foi cancelada e nessa mesma segunda-feira comprei um voo e voltei na quarta-feira seguinte.

O que foi mais difícil no regresso a Portugal?

De início não foi muito difícil porque achava que vinha de férias, estava aqui uns meses e depois voltava. Quando percebi que isso não ia acontecer comecei a ganhar consciência que ia ter de trabalhar em Portugal.

E então decidiu deixar-se fechar na casa mais vigiada do país? O que a levou a participar no BigBrother Famosos?

Na verdade, não pensei muito. A minha resposta foi quase imediata. Pensei: ‘Porque não? O que é que tenho a perder?’. E agora vejo que foi o melhor que fiz.

A experiência correspondeu às suas expectativas?

O BB só me trouxe coisas boas. Desde pessoas que conheci, até ao impacto que teve em mim. Foi uma experiencia social incrível que vou levar para o resto da vida. É preciso ter sorte com o grupo, não fazemos o programa sozinhos e eu tive essa sorte.

Já era consumidora deste tipo de programa?

Não. Essa é a piada no meio disto tudo. Não só não consumia como até criticava o programa de forma negativa. Continuo a ter noção do estereótipo em que o BB se insere mas penso que está a mudar e, de certa forma, o nosso grupo contribuiu muito para isso. É um programa de entretenimento e como tal deve criar diferentes emoções no público. Gostava, cada vez mais, de ver pessoas fora da caixa, ali dentro.

Na edição que se seguiu, integrou o painel de comentadores. O que foi mais desafiante nesse papel?

Ser comentadora é duro. Até porque sou muito aberta a diferentes comportamentos mas há assuntos que me tiram do sério. Quando vejo ataques à liberdade sexual, desrespeito pelas mulheres, situações de machismo, venho ao de cima! O BB é essencial nestes temas porque chega a muita gente e pode ser um motor de informação muito importante. De resto, tento ser leve mas quando me empolgo fico muito emocional e, às vezes, um pouco agressiva na forma como falo. Ainda estou a tentar encontrar a melhor forma de discurso.

Gostou da experiência?

Adorei. Temos de relativizar tudo o que ali acontece e temos de nos lembrar que no final do dia aquilo é só um programa de televisão. Temos de nos divertir todos, concorrentes e famílias. Acima de tudo temos todos de ter noção que é um programa onde os comportamentos e atitudes vão ser criticados.

Fotografia Mariana Rocha @ Brandfire

Vídeo Ana Rocha Nené @brandfire

Styling Diogo Raposo Pires

Maquilhagem e cabelos Frederico Simão

Agradecimentos Páteo Alfacinha @ Casa do Marquês

Fez crescer em si mais vontade de voltar a apostar na apresentação, por exemplo?

Estou sempre pronta para todo o tipo de desafios, sou multifacetada mas a minha prioridade será sempre trabalhar como atriz.

Também regressou à televisão, enquanto atriz, na novela ‘Festa é Festa’. Como foi voltar à ficção nacional?

Foi maravilhoso! ‘Festa é Festa’ é o maior projeto de ficção do momento, líder de audiências desde o início. Tem um grande elenco e o público quer rir-se, a festa é a prova disso.

Enquanto estava na casa foi distinguida com o prémio de Melhor Atriz em Thriller nos International Film Awards Actress Universe. O que significa para si este prémio?

Foi incrível, até porque essa foi a primeira curta que fiz, em Los Angeles, com uma realizadora portuguesa. Ter recebido o prémio dentro da casa teve um gosto ainda mais especial. Lembrei-me que uma das razões para querer entrar na casa foi muito para mostrar a minha arte. Em diversos momentos criei cenas com diferentes personagens e o BB também é um palco para isso.

Pode significar uma maior abertura de portas a novas oportunidades?

Os prémios são apenas isso: prémios. Servem para nos alimentar o ego durante uns dias e acreditarmos mais em nós. Não penso no que me vai trazer. Fico muito feliz mas o trabalho continua.

Já está a trabalhar em novos projetos? O que se seguirá agora?

Estou com o espetáculo ‘Boeing Boeing’, em digressão pelo país e em Setembro voltarei à televisão em dois formatos diferentes.

No seu instagram revelou que voltou a dizer ‘sim’ a Cristina Ferreira… O que nos pode revelar?

Posso revelar que vou voltar como atriz e também com outro tipo de papel.

O que gostaria muito de ser desafiada a fazer?

Quero muito ter uma personagem que aborde o tema da saúde mental. Alguém que se encontra instável emocionalmente, quero voltar a fazer drama. Tenho saudades de mergulhar no lado mais escuro de uma personagem.

Fotografia Mariana Rocha @ Brandfire

Vídeo Ana Rocha Nené @brandfire

Styling Diogo Raposo Pires

Maquilhagem e cabelos Frederico Simão

Agradecimentos Páteo Alfacinha @ Casa do Marquês

O seu maior sonho é ganhar um óscar, verdade? O tal sonho americano? Pensa voltar aos EUA?

Deixo sempre em aberto. Agora estou aqui mas não fecho a hipótese de sair outra vez, em busca de um sonho qualquer. Aprendi a viver o presente. O agora é o mais importante.

Que outros sonhos a movem?

Mudar o Mundo! Esse sonho impossível continua a ser o que mais me move. Mudar mentalidades e comportamentos retrógrados, impedir injustiças, fomentar o respeito pela liberdade sexual de cada um, continuar a lutar pela posição das mulheres na sociedade. Uma vez disse que uma das consequências mais importantes de ser atriz – e por isso figura pública – era o facto de poder ter uma voz mais ativa em determinados temas. Isso continua a mover-me.

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