Pioneira em Portugal e na Europa, a Palhaços d’Opital é uma iniciativa que nasceu em 2013 do sonho de Jorge Rosado em ser um Palhaço d’Opital. Ao projeto juntou-se a mulher, Isabel Rosado, e, juntos, perceberam que a grande maioria das organizações de Palhaços da área da saúde no mundo se focavam só nas crianças. Estava, por isso, na altura de fundar um projeto que trabalhasse com adultos e mais velhos em ambiente hospitalar.
“As crianças são o foco da grande maioria das organizações de Palhaços da área da saúde no mundo, mas nós percebemos que a faixa etária mais velha é a que mais precisa de intervenção, e também aquela onde é possível causar um maior impacto”.
Com quase 12 anos de vida e um crescimento incrível, a Palhaços d’Opital mantém os mesmos valores e ideais do primeiro dia: “Levar alegria, humor e afetos aos Mais Velhos, em ambiente hospitalar”.
Palhaços d’Opital
Através de visitas regulares aos espaços hospitalares, conduzidas por profissionais com formação específica, a Palhaços d’Opital leva, há quase 12 anos, a sua missão aos adultos e mais velhos que se encontram hospitalizados, em tratamento e à espera de uma consulta.
Créditos: Palhaços d’Opital
Tendo já sido alvo de estudos de casos científicos que validam a sua intervenção, os Palhaços d’Opital procuram criar momentos de abstração da dor/doença, intervindo através do riso, do humor, da alegria, da música e de performances artísticas. Estas dinâmicas hospitalares são pensadas, estruturadas, testadas e ensaiadas, podendo demorar de 3 a 6 meses até serem apresentadas no hospital.
“Estas intervenções artísticas visam humanizar o espaço hospitalar onde se encontram os adultos/seniores, valorizando e dignificando os Mais Velhos, proporcionando assim um ambiente mais propício a uma recuperação mais saudável e rápida”.
A equipa, neste momento, é constituída por oito Palhaços d’Opital: o Doutor Risotto, a Doutora Donizete Chiclete, a Doutora Bem-Haja, a Doutora Lola Girassola, a Doutora Béchamel, o Doutor Zé D’Alguém, a Doutora Balelas e a Doutora Chique Esperta. Estes são artistas profissionais, com formação nas áreas de teatro e música, e com experiência de atuação e formação específica na área de Clown Doctor em ambiente hospitalar. Antes de integrarem a equipa são feitas 250 horas de formação por ano. O processo de seleção dos Palhaços d’Opital passa por quatro fases, seguidas de um estágio. Ou seja, só após 3 meses de formação intensiva é que são iniciadas as visitas hospitalares, sempre a pares, e acompanhadas por um Palhaço Doutor Sénior.
Créditos: Palhaços d’Opital
De forma a assegurar a continuidade da atividade da Palhaços d’Opital, Isabel afirma que “toda a ajuda é bem-vinda”. Posto isto, quem quiser ajudar, poderá fazê-lo através de um donativo por MBWay (938 780 202) ou por transferência bancária (IBAN: PT50 0010 0000 58266520002 43).
Paralelamente à ajuda monetária, este Natal o projeto está com a iniciativa “Tocar Magia”, que conta com o apoio da Coca-Cola e da Delta Cafés, e que permite enviar um postal cantado para alguém hospitalizado. Para participar basta aceder a tocarmagia.pt, escolher uma versão especial da música “Tocar Magia” criada por Zé Rebola, vocalista dos Anaquim, e interpretada por diferentes artistas portugueses, como Diogo Piçarra, Toy, Mafalda Umbelino Camilo e Zé Rebola, Coimbra Gospel Choir, Tuna Médica de Lisboa e os próprios Palhaços d’Opital. Este postal musical, personalizado com o nome do destinatário ou até de uma ala hospitalar inteira, será enviado diretamente aos hospitais parceiros.
Por detrás de um grande projeto, está uma grande mulher
Isabel Capelo Rosado é apaixonada pela sua missão de vida. Para si, o que realmente nos define, é a capacidade de tocar a vida de outros, de tentar fazer a diferença que queremos ver no mundo. E, nesse sentido, luta, “todos os dias, com todas as suas forças, por um mundo mais justo e inclusivo para os mais velhos”.
Esta vontade de fazer a diferença, vem desde cedo. Enquanto estudante, esteve sempre ligada a grupos nacionais e internacionais que a ajudaram a crescer e a acreditar que todos podemos mudar o mundo, cada um na sua missão. Houve uma altura, que chegou, até, a pensar em ser missionária. Aos 22 anos ingressou no mercado de trabalho como professora de Educação Visual e Tecnológica do ensino básico e por lá ficou durante 25 anos.
Sem qualquer experiência na área de empreendedorismo ou no terceiro setor, Isabel deu vida, nos primeiros 7 anos da Palhaços d´Opital, à Enfermeira Belita, da qual, por vezes, tem saudades. No final de 2019 assumiu o compromisso de ser Presidente da Palhaços d´Opital e em janeiro de 2020 iniciou funções a tempo inteiro, passando a desempenhar o papel de CEO. “Como era a única no BackOffice a tempo inteiro, fazia de tudo: gestão de recursos humanos, angariação de fundos, organização da contabilidade, organização de eventos…”, conta.
Ao longo do tempo, foi investindo em formações nesta área e hoje está mais como coordenadora das diversas equipas do que como executora. Mas, partilha, “esses tempos foram essenciais para perceber melhor os vários departamentos”.
O que é que o futuro reserva?
Chegar aos hospitais de todo o país e tocar todas as vidas possíveis, é o que pretende a Palhaços d’Opital para o futuro. Desejam ser agentes catalisadores da mudança que pretendem ver na sociedade.