Sensibilizar crianças, pais e educadores para a perturbação de hiperatividade e défice de atenção (PHDA), dar visibilidade a esse mundo tão único, cheio de desafios, mas também de beleza e possibilidades e quebrar estereótipos, são alguns dos objetivos de Bruna Lopes, mãe de uma criança neurodivergente e autora de um livro e de uma curta-metragem sobre o tema.
‘Silvestre e a PHDA’ é o nome do livro infantil que surgiu da sua experiência enquanto mãe. Mais do que uma história, trata-se, como a própria refere, de “o início de uma coleção dedicada à neurodivergência, com o objetivo de promover a aceitação, compreensão e inclusão das crianças que pensam e sentem de forma diferente. A obra tem sido reconhecida como um recurso valioso por profissionais de saúde e educadores, que o recomendam como ferramenta para abordar estas questões de forma acessível e empática”. A curta-metragem tem o título ‘Batidas no Coração’ e caracteriza-se como um projeto cinematográfico, desenvolvido com o apoio do Município de Alcobaça, da Junta de Freguesia da Maiorga e da Sociedade Filarmónica Maiorguense, realçando o papel transformador da música. Disponível no Instagram, em autora_brunalopes_, já alcançou cerca de 10.000 visualizações. Com aulas gratuitas e adaptadas para crianças com necessidades especiais, proporcionadas por uma professora habilitada em Ensino Especial, a curta mostra como a arte pode ser uma poderosa ferramenta de inclusão e contou, também, com o apoio da Cercipeniche (Cooperativa de Educação, Reabilitação, Capacitação e Inclusão).
A AUTORA, EM ENTREVISTA.
Porquê um livro sobre esta temática? Porque razão sentiu necessidade de escrever este livro?
Escrever sempre foi uma paixão, e os livros têm um papel importante na minha vida e na vida dos meus filhos. Como mãe, muitas vezes, procuro livros que reflitam as nossas experiências, que ajudem os meus filhos a compreender melhor o mundo à sua volta e a eles mesmos. Um momento marcante foi quando, há alguns anos, numa leitura noturna, o meu filho neurodivergente me perguntou se algum dia poderia haver um livro sobre crianças como ele. Essa pergunta despertou, em mim, a consciência de que há poucos recursos que abordem a PHDA – perturbação de hiperatividade e défice de atenção – e a neurodivergência, de forma acessível e empática, para as crianças. Este livro nasceu dessa necessidade, como uma ferramenta para sensibilizar, educar e, sobretudo, mostrar que todos têm o seu lugar e o seu valor no mundo. À medida que o projeto foi ganhando forma, decidi ir mais além e criar uma coleção de livros, em que, cada obra, representa uma temática específica dentro da neurodivergência. O objetivo é amplificar a inclusão e contribuir para uma maior compreensão destas condições, tanto para crianças, como para famílias e educadores.
E a curta-metragem, como surgiu?
Queria dar visibilidade a esse mundo tão único, cheio de desafios, mas…
