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O AVC é a principal causa de morte em Portugal. Saiba como prevenir

Com o mês de janeiro a chegar ao fim, a FAST Heroes 112 incentiva a não deixar para o próximo ano os cuidados a ter para melhorar a sua saúde e prevenir o Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Vítor Tedim Cruz, presidente da Sociedade Portuguesa do AVC (SPAVC), alerta que “o AVC continua a ser a principal causa de morte em Portugal, sendo que, se vivermos tempo suficiente, uma em cada quatro pessoas vão ter um”.  Há que ter em conta que existem fatores de risco que, ao acumularem-se, “aumentam a probabilidade de a pessoa ter um AVC a partir dos 55 anos e, em alguns casos, numa idade ainda menor”. Além disto, como acontece na doença de Alzheimer, a probabilidade de uma pessoa ter um AVC depende também do seu “fundo genético”.

Por isso, é crucial prevenir o AVC antes de acontecer, mas é também importante saber prevenir a repetição. “Em Portugal, cerca de um terço dos AVC são repetições. Quando uma pessoa tem um AVC que não deixou nenhuma sequela, redobra-se a responsabilidade”, aponta o neurologista. Deve perceber-se as causas, de forma a estabelecer a melhor estratégia para impedir a repetição, “através de intervenções farmacológicas, alterações ao estilo de vida e reabilitação”.

Segundo a Organização Mundial do AVC, 90% dos AVC estão associados a 10 fatores de risco preveníveis. São eles:

  • Hipertensão: a tensão arterial elevada afeta cerca de 50% das pessoas em todo o mundo e, muitas vezes, não provoca sintomas visíveis. Danifica as artérias no corpo, criando condições para que se rompam ou sejam formados coágulos, sendo que mais de metade dos AVC estão associados a hipertensão ou pressão arterial elevada. É, por isso, importante medir a pressão arterial e consultar o médico. A tensão arterial é considerada perto de “ótima”, quando os valores são de TAS<120mmHg e TAD<80mmHg.
  • Baixa atividade física: um milhão de AVC por ano estão relacionados com a inatividade física. 30 minutos de qualquer atividade que aumente a frequência cardíaca, cinco vezes por semana, pode reduzir o risco de AVC em 25%.
  • Dieta pobre: a alimentação incorreta está ligada a mais de metade dos AVC, sendo que pequenas mudanças na dieta podem fazer uma grande diferença no que diz respeito ao risco de AVC. Boas escolhas alimentares irão ajudá-lo a manter um peso saudável, reduzir a pressão arterial e diminuir o colesterol, todos fatores de risco para o AVC. A “Dieta Mediterrânica”, com uma forte aposta em alimentos de origem vegetal e pequenas porções de carne e peixe tem benefícios para a saúde e prevenção do AVC.
  • Peso a mais: o excesso de peso é um dos principais fatores de risco para o AVC, estando ligado a quase um quinto dos casos. Ter peso a mais aumenta o risco de AVC em 22%. Já a obesidade eleva este risco em 64%. Isto deve-se ao facto de este fator aumentar o risco de pressão arterial elevada, doenças cardíacas, colesterol alto e diabetes tipo 2, que, consequentemente, contribuem para um maior risco de AVC. Manter um peso saudável ajudará a reduzir este risco.
  • Fibrilhação auricular: esta é uma condição caracterizada pelo batimento cardíaco irregular e muitas vezes muito rápido. Se não for tratada, é um importante fator de risco para AVC, uma vez que aumenta cinco vezes a probabilidade de sofrer um. Os AVC causados pela fibrilhação auricular têm maior probabilidade de ser fatais ou causar deficiências graves, mas são extremamente preveníveis.
  • Fumar: o risco de ter um AVC aumenta substancialmente em fumadores, uma vez que uma pessoa que fuma 20 cigarros por dia está seis vezes mais suscetível a ter um AVC. Deixar de fumar reduz o risco de ter um AVC, mas também outras doenças. O mesmo acontece para quem não é fumador, mas vive com um.
  • Abuso de álcool: beber demasiado álcool, regularmente ou não, pode aumentar o risco de AVC. Globalmente, o consumo excessivo de álcool está relacionado com mais de um milhão de AVC todos os anos.
  • Colesterol elevado: o colesterol é uma substância cerosa, semelhante à gordura, que circula no sangue e pode ser encontrada nos alimentos que comemos, principalmente as gorduras saturadas. A maior parte do colesterol no seu corpo é produzida pelo fígado e transportada pelas lipoproteínas através do sangue. Existem dois tipos de lipoproteína – lipoproteína de baixa densidade (LDL) e alta densidade (HDL). O AVC está ligado a altos níveis de colesterol LDL, que pode ser controlado através de mudanças no estilo de vida e/ou medicamentos. Exames de sangue podem dizer quais são os seus níveis de colesterol e ajudá-lo a geri-los com o seu médico.
  • Diabetes: uma em cada cinco pessoas que sofrem um AVC tem diabetes, tendo também uma maior probabilidade de vir a sofrer sequelas face ao resto da população. O AVC e a diabetes partilham muitos fatores de risco, mas a maioria destes podem ser tratados através de mudanças no estilo de vida e/ou medicação. Se tiver diabetes, é importante conversar com o seu médico sobre o risco de AVC.
  • Depressão e stress: cerca de um em cada seis AVC estão relacionados com a saúde mental. A depressão e o stress estão associados a um risco quase duas vezes maior de AVC, principalmente em adultos de meia-idade e idosos.

Em Portugal, a mortalidade por AVC manteve uma tendência decrescente nos últimos anos, mas dados mais recentes mostram que este é um trabalho que não permite descanso, uma vez que a pandemia inverteu a tendência. Além da prevenção, é também crucial aprender a identificar os principais sintomas do AVC e a agir correta e rapidamente caso este seja detetado.

FAST Heroes 112

A iniciativa FAST Heroes 112 surge como uma resposta a esta necessidade. Através de recursos educativos interativos gratuitos e com a ajuda dos professores portugueses, tem como objetivo educar crianças entre os 5 e os 9 anos e os seus familiares. Pretende-se, assim, que as crianças adquiram competências práticas para salvar vidas de uma forma envolvente e divertida. Tudo isto enquanto descobrem um pouco mais sobre a importância da empatia e do amor.

Desenvolvida em parceria com o Departamento de Políticas Educativas e Sociais da Universidade da Macedónia, conta com o apoio da Organização Mundial de AVC, da Sociedade Portuguesa do AVC, da Direção-Geral da Educação e da Iniciativa Angels. Além do português, os materiais estão já adaptados para várias línguas. Para participar na campanha, basta ir ao website oficial, e fastheroes.com, e registar-se como professor para implementar a iniciativa nas aulas ou inscrever a sua criança.

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