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Sara Santos: estreia triunfal na ModaLisboa

Chegou e venceu. Sara Santos estreou-se na ModaLisboa na passada sexta-feira e levou para casa o prémio de melhor coleção da plataforma Sangue Novo.

‘Teentakeover’, uma coleção composta por seis coordenados de sportswear, todos eles masculinos, valeu-lhe fortes aplausos, um curso de cinco semanas na escola de design Domus Academy, em Milão, e uma bolsa de estudo, conquistas que deixam antever um futuro promissor para a jovem de 22 anos.

Antes de mais, parabéns, Sara! Como é que se sente neste preciso momento?

Tendo em conta que não estava à espera, estou super-eufórica. Não estava mesmo à espera. Estou feliz, acima de tudo! É mais um complemento para a minha formação. Depois disto, muito mais coisas virão.

Esta é a sua primeira vez no Sangue Novo…

Sim! Aliás, é o primeiro concurso em que participo.

Estava à espera de ser selecionada?

Não, de todo! Nada! Foi uma surpresa agradável, e ainda bem que aconteceu. A pessoa fica mais derrotista quando nada acontece, pode achar que não está a fazer bem as coisas, e isto é um incentivo.

O que significa este prémio?

Acima de tudo, evolução! Posso evoluir na minha carreira, naquilo de que gosto, e vou aprender muito mais. Estamos sempre a aprender. Receber um prémio assim é uma oportunidade excelente! Talvez não tivesse outra oportunidade, se não o tivesse ganho.

Qual foi o ponto de partida desta coleção?

Desenvolvi-a para uma disciplina do meu mestrado em menswear, na Escola Superior de Artes e Design (ESAD). Acabei por me identificar muito com a coleção e decidi concorrer com ela ao Sangue Novo. A inspiração principal vem de uma subcultura dos anos 1960, porque o vestuário masculino vai buscar muitas referências aos nossos antepassados. O clássico masculino é algo que não evolui muito, mas eu procurei explorar diferentes décadas e optei por desenvolver uma coleção inspirada nos anos 1960, na subcultura Mod, que deriva do Modernismo. Os jovens dessa subcultura eram muito radicais, muito revolucionários. Conseguiam transmitir os pensamentos através da maneira como se vestiam. Quis colocar, nesta coleção, um pouco disso: o ser radical na forma de vestir para marcar a diferença. Eles queriam marcar a diferença de qualquer forma, e eu achei que me identificava com isso. No fundo, eu também queria marcar a diferença enquanto designer. Foi por isso que concorri ao Sangue Novo com esta coleção, a ‘Teentakeover’: é mesmo para ter os jovens no poder.

A coleção é inteiramente masculina. Pensa continuar a seguir essa linha?

Sim, e é uma surpresa! No início do mestrado, achava que não iria identificar-me com o menswear, mas pensei que poderia ser importante segui-lo, visto que tirei a licenciatura só em womenswear. Só queria adquirir um pouco de experiência em moda masculina, mas depois acabei por gostar. Acho que me identifico muito e vou continuar a criar menswear.

O que a inspira?

Inspiro-me em tudo aquilo que me rodeia, que nos influencia de qualquer maneira. Gosto de ver e ler livros de arte e de pesquisar a história da moda. Pego em detalhes que já foram usados e procuro redesenhá-los e transportá-los para o presente. Procuro transformar as coisas do passado em algo mais atual.

Está a iniciar-se na indústria. Pensa na forma como gostaria que a sua marca fosse vista na história da moda portuguesa?

Não sei se já estou preparada para criar uma marca, isso é uma responsabilidade muito grande…

Está nos seus planos?

Talvez… Nos meus planos futuros, sim. Talvez mais tarde, quando tiver os conhecimentos mais consolidados e souber melhor aquilo que quero e para que mercado quero trabalhar. Talvez nessa altura me lance e crie uma marca diferente, mas funcional.

Em poucas palavras, como gostaria que a sua marca fosse conhecida?

Como uma marca irreverente, capaz de mostrar a nossa personalidade. O vestuário é isso, é dar a conhecer a pessoa que somos, os nossos pensamentos. Tem de ser uma marca com uma identidade muito própria, e ter roupas com as quais as pessoas se identifiquem.

Como encara o tema desta edição da ModaLisboa, ‘The Timers’?

As pessoas não podem esperar por amanhã para participar num concurso ou arriscar uma coisa nova. Muitas pessoas pensam ‘se calhar este ainda não é o momento’, mas eu acho que todos os momentos são a nossa altura. As pessoas devem arriscar, mesmo que ainda não estejam 100% preparadas, como eu. Arrisquei e consegui!

Há espaço na moda portuguesa para receber talento jovem?

Penso que sim. Temos é de ter os eventos certos, como a ModaLisboa, e as oportunidades certas na altura certa. Quando as coisas têm de acontecer, acontecem, mas temos de nos esforçar, claro. Acima de tudo, temos de dar sempre ‘o litro’, de andar a 100%, para que tudo fique bem. Temos de dar sempre o nosso melhor!

Imagem de destaque: Sara Santos. Fotos © ModaLisboa/Rui Vasco.

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