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Ser e não parecer

Se questiona, frequentemente, as suas conquistas, carrega o peso da culpa e da vergonha e sente que, por mais que tente, nunca é boa o suficiente, este artigo é para si. A psicóloga Filipa Jardim da Silva, fundadora e CEO da Academia Transformar, acaba de lançar o novo livro, ‘Síndrome da Impostora’, uma obra com relatos reais, ferramentas práticas e exercícios de autoconhecimento, um guia para parar de se autossabotar e, finalmente, conseguir agir com confiança. Leia a entrevista com a autora.

O que é a síndrome da impostora? Como se define?

A síndrome da impostora é como viver num palco onde, apesar de todos os aplausos, sentimos que estamos a enganar o público. É aquela sensação persistente de que não somos suficientemente boas, que o nosso sucesso se deve à sorte, ao acaso ou ao erro de avaliação de alguém, e que, mais cedo ou mais tarde, seremos desmascaradas. Não importa o nível de competência ou conquistas, a dúvida está sempre à espreita. É uma experiência psicológica comum a pessoas altamente competentes, mas que se sentem constantemente inadequadas ou incapazes, mesmo quando há provas objetivas do seu talento. Vários estudos indicam que cerca de 70% das pessoas sentem a síndrome da impostora em algum momento da sua vida profissional.

Como se origina? Quais são as suas principais causas?

A síndrome da impostora não nasce connosco, mas cresce connosco. Tem raízes profundas em vários fatores. São eles: A educação e infância – se crescemos a ouvir que precisávamos de ser “perfeitas”, que falhar não era opção ou que o nosso valor dependia da validação externa, podemos interiorizar a crença de que nunca seremos suficientemente boas. De igual forma, a comparação e a rivalidade acentuam, também, esta síndrome, no sentido em que me habituo a medir o meu valor em função dos resultados dos que me rodeiam. Depois, a cultura de alta performance – vivemos numa sociedade que glorifica o sucesso visível e imediato, o que nos faz sentir que não podemos errar ou mostrar vulnerabilidade, e isso, naturalmente, resulta numa pressão tóxica. O terceiro ponto, os modelos sociais – se não vemos pessoas como nós em posições de liderança ou sucesso, sentimos que talvez não pertencemos ali. Daí a diversidade e a representatividade serem tão importantes na nossa sociedade. A verdade é que muitas de nós aprenderam a serem excelentes profissionais, mas más juízas da nossa própria competência.

Afeta unicamente mulheres ou também pode afetar homens?

Não é um exclusivo feminino! Também afeta muitos homens. No entanto, enquanto as mulheres tendem a internalizar as dúvidas (“eu não sou capaz”), os homens, por norma, lidam com o problema de forma diferente, apostando mais em estratégias de compensação, como o excesso de trabalho ou a afirmação de autoconfiança.

Por que razão afeta mais mulheres?

As mulheres enfrentam desafios adicionais, que amplificam este fenómeno, tais como: expectativas culturais e sociais – durante séculos…

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