Dia 18 de fevereiro assinala-se o Dia Internacional da Síndrome de Asperger. Por vezes, ao cruzarmo-nos com pessoas desajustadas socialmente, mais reclusas, mas competentes, em determinadas áreas e, até, geniais, mesmo sem competências médicas, arriscamos um diagnóstico: “Tem Asperger!” Aquela nossa vertente médica (ou louca?) de rotularmos a sociedade…
AS CARACTERÍSTICAS
Acredita-se que prodígios como Michelangelo (o pintor/escultor/etc., não a tartaruga ninja!),Mozart, Andy Warhol ou Bill Gates possam partilhar este diagnóstico. A síndrome de Asperger é, de facto, uma síndrome com características especiais, mas, muitas vezes, difíceis de distinguir de outras situações, como o autismo de alta funcionalidade. Partilha das dificuldades de comunicação e de interação social, da tendência por comportamentos repetitivos, por obsessões, mas com cognição normal ou, até, acima da média. Não está presente a perturbação intelectual, mas o desenvolvimento global pode estar afetado pelas dificuldades em entender a mensagem e os sentimentos do outro (e os próprios). O discurso tomado de forma demasiado literal, a falta de entendimento pela ironia ou empatia pelo desconforto, a dificuldade em entender regras sociais, o interesse restrito a determinados assuntos, mas, também, a descoordenação motora, as dificuldades na motricidade fina, a falta de aptidão para atividades físicas, o receio de atividades coletivas e eventos sociais, tudo isto está relacionado com a síndrome de Asperger.
A ORIGEM DO NOME
A síndrome de Asperger deve o seu nome a Hans Asperger, um médico austríaco, ele próprio com peculiaridades comportamentais e… simpatias nazis (o que diminui bastante a minha simpatia pela designação da doença). Descreveu-a, pela primeira vez em 1944 e referiu-se a ela como “psicopatia autista”. O dia internacional da síndrome ainda acontece a 18 de fevereiro, coincidindo com a data de nascimento do médico. Em 1981, o nome síndrome de Asperger foi utilizado pela primeira vez; em 1989 foram definidos critérios clínicos para o seu diagnóstico. Em 1992, foi incluída na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID-10), da Organização Mundial da Saúde, e, em 1994, no Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais (DSM-IV), da Associação Americana de Psiquiatria (o mesmo onde ainda constava a homossexualidade como doença)….
