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Surto de sarampo nos EUA

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Apesar dos medos de Rita Ferro Alvim, de Joana Seixas e de outras mães e pais contemporâneos, os especialistas defendem que as vacinas não trazem consequências nocivas para a saúde de uma criança. A pediatra Filipa Prata acrescenta que o mecanismo de funcionamento das vacinas consiste unicamente em aumentar a capacidade do sistema imunitário na defesa contra a doença em causa: “As vacinas têm na sua composição substâncias denominadas adjuvantes, que têm por efeito ajudar a aumentar a resposta do sistema imune, mas que na dose ou forma química utilizada não têm efeitos adversos para o organismo.

As vacinas atualmente utilizadas têm um elevado grau de eficácia, segurança e qualidade. Reações graves, sistémicas, são muito raras e frequentemente coincidências. Não devemos esquecer-nos de que o risco, a morbilidade e a gravidade das doenças possíveis de prevenir por vacina é superior ao risco de ter uma reação adversa à vacina.” A pediatra realça ainda a importância de se cumprir o Plano Nacional de Vacinação na sua totalidade.

“As crianças devem ser vacinadas de acordo com Programa Nacional de Vacinação independentemente de frequentarem ou não a creche. Muitas das doenças possíveis de prevenir por vacina, têm maior risco de ocorrer ou de causar sequelas no primeiro ano de vida, pelo que o esquema de vacinação recomendado tem como objetivo obter a melhor proteção, na idade mais adequada e o mais precocemente possível. De acordo com este esquema, aos 6 e aos 12 meses de idade completa-se a primovacinação, respetivamente para sete e para 11 infeções/doenças das 12 abrangidas pelo PNV. Aos 13 anos, é administrada às raparigas, a vacina HPV”, explica.

Para a especialista, a importância da vacinação reside não só nas próprias crianças como na comunidade em que se inserem. Alertar a comunidade para os perigos da não-vacinação deve ser uma preocupação base, como acrescenta: “O objetivo das vacinas é proteger o indivíduo e a comunidade. As vacinas só podem ser eficazes se a sua cobertura permanecer de forma contínua a um nível suficientemente elevado. Para que o PNV continue a ser um êxito é necessário manter elevadas as coberturas vacinais. O aparecimento de grupos antivacinas poderá pôr em risco toda esta situação. A intervenção ao nível destes grupos reveste-se de especial importância, não só para evitar o risco para as próprias crianças não vacinadas, mas também para prevenir a disseminação, a partir de casos importados, de doenças infecciosas que se encontram eliminadas do nosso país, como a poliomielite, ou em fase de eliminação, como o sarampo. Vale a pena frisar que, nos últimos 10 anos, os únicos casos de sarampo em Portugal foram importados de outros países e que só não se assistiu a um surto epidémico devido à alta taxa de cobertura vacinal.”

Foto © Reuters.

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