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Surto de sarampo nos EUA

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Para Joana Seixas, atriz, que optou por não vacinar o seu primeiro filho, Francisco, os efeitos secundários são, precisamente, um dos principais problemas, algo que deveria ser desde logo explicado aos pais, como defende: “O mais importante é que os pais se informem bem sobre todas as vacinas. Uma das questões que sempre me intrigaram é porque é que não nos entregam com todas as vacinas, apenas com algumas, uma bula médica com os efeitos secundários, tal como fazem com os medicamentos. A verdade é que é preciso investigar bastante para ficar a conhecer bem todas as vacinas e os seus efeitos. Um dos sites que recomendo para um conhecimento informado é Nacional Vaccine Information Center. Pessoalmente, acho que o calendário de vacinação do primeiro ano de vida é muito pesado para um bebé, mas cada família deve fazer a sua gestão desse calendário consoante o ambiente em que está inserida e as condições e a informação a que tem acesso.”

Adversos à não vacinação de bebés e crianças, os especialistas lutam contra esta tendência. Para Filipa Prata, pediatra, os benefícios imediatos das vacinas têm necessariamente de se sobrepor a quaisquer outros riscos que estas possam acarretar. “Nenhuma outra medida, à exceção do fornecimento de água potável às populações, contribui tão decisivamente para a melhoria da saúde pública e para prevenir mais casos de doença como as vacinas. Para que as vacinas sejam eficazes e seja possível diminuir drasticamente a incidência de uma doença, é necessário que a taxa de vacinação seja muito elevada, ou seja, superior a 95%. A eficácia da vacinação traduz-se no controlo e na eliminação das doenças infeciosas. Os pais e mesmo os médicos mais jovens acabam por não conhecer essas doenças e perdem a perceção dos benefícios induzidos pela vacinação, e depois a preocupação com os possíveis efeitos adversos ganha outra dimensão”, diz.

Ciente dos efeitos secundários das vacinas, mas crente de que são necessárias para o saudável desenvolvimento dos seus filhos, Rita Ferro Alvim, apresentadora de televisão e autora do blogue e do livro com o mesmo nome, ‘Socorro, Sou Mãe’, decidiu seguir o Plano Nacional de Vacinas. Após muita pesquisa, os seus filhos têm hoje as vacinas em dia: “É o melhor para eles. Já estudei muito este tema e, pessoalmente, sem condenar outras opiniões, acho que é o mais certo. Por eles, pela sociedade, pela saúde pública. Sempre que damos um químico, há, claro, contraindicações, mas temos de pesar o que é mais importante. As vacinas são importantes”, explica.

Os químicos são algo que a preocupa, assim como os efeitos secundários das vacinas, mas, para Rita Ferro, ser mãe é isso, ponderar riscos e benefícios, acreditar que se está a fazer o melhor e esperar que tudo corra bem, como explica: “Já andei frenética, a ler sobre o assunto das vacinas, principalmente na altura da gripe A. Por várias razões, acabei por não vacinar a minha filha e até fiquei contente, porque a vacinação se mostrou desnecessária… Evito ao máximo dar remédios aos meus filhos, os químicos assustam-me muito, mesmo os antibióticos… Muitas vezes, acho um exagero e à mínima coisa medica-se, quando há outras formas de cura. Mas serão piores os efeitos secundários do que aquilo que uma doença grave destas pode trazer? Sinceramente, não sei, nem acho que alguém saiba bem. Isto da saúde é uma lotaria! E se pensarmos muito, tudo é um risco. Desde a epidural à própria alimentação, também carregada de químicos… Acho só poderemos usar o nosso bom senso, o nosso coração e alguma pesquisa… E esperar que tudo corra bem! A vacinação é só mais uma das preocupações da parentalidade. Temos de tomar decisões quase sem informação e, muitas vezes, condicionados por guerras enormes de poderes. É esperar termos tomado a decisão certa…”

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