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Figurinos de Tenente no S. Luiz

De 3 a 5 de julho, Adriana Queiroz e a orquestra Concerto Moderno levam ao Jardim de Inverno do Teatro São Luiz o espetáculo “KW”, inspirado no universo musical de Kurt Weill. O designer português José António Tenente foi o responsável por criar os figurinos de Adriana para este espetáculo.

Com um trabalho reconhecido e galardoado com vários prémios de ‘Criador de Moda’, Tenente dedica agora grande parte do seu trabalho à criação de figurinos para espetáculos. Estivemos à conversa com ele para saber de onde vem a inspiração.

© Fernando-Guerra
Quantos figurinos fez para este espetáculo de Adriana Queiroz?

Ao todo, são três imagens que correspondem aos três períodos da obra do compositor, sobre os quais incide o espetáculo: alemão, francês e americano.

Onde foi buscar inspiração?

A inspiração partiu diretamente das décadas desses períodos e dos imaginários que lhe estão associados: austeridade e severidade para o período alemão, por contraste com o período francês que é mais luminoso, livre e ousado; para o americano, o esplendor e o glamour associados à ‘mitologia’ hollywoodesca.

Qual foi a reação de Adriana ao ver os figurinos?

O trabalho foi sendo acompanhado evolutivamente. Tivemos várias conversas, trocámos opiniões, mostrei-lhe algumas das minhas ideias de partida, com alguns exemplos de peças já feitas para testar silhuetas, cores e proporções. A conclusão do processo foi naturalmente bem aceite e as provas muito animadas. Estou certo de que a Adriana está contente com o resultado e confiante de que as imagens criadas servem a sua conceção para o espetáculo.

Qual é a maior diferença entre desenhar para um desfile de moda ou figurinos que sobem a um palco?

Há sempre condicionantes a ter em conta num e noutro casos. No entanto, quando estamos a trabalhar para um espetáculo, sabemos à partida que poderão estar mais questões envolvidas, relativas à movimentação do corpo. Em dança, isso é teoricamente mais óbvio, mas, mesmo no teatro, dependendo muito do que o encenador tem em mente, os figurinos reforçam essa intenção. Aliás, os figurinos servem sempre para reforçar as opções do espetáculo, e podem até fazê-lo por contraste e condicionarem intencionalmente o movimento.

Moda ou figurinos: tem preferência?

Como espetador, sempre gostei muito de várias áreas do espetáculo, nomeadamente dança, ópera e teatro. Por isso, tive sempre muita vontade de colaborar profissionalmente em todas estas diferentes vertentes da atividade artística.

Quais os figurinos que gostou mais de fazer até hoje?

Todos os projetos que tenho desenvolvido têm as suas particularidades e agradam-me por diferentes razões. É muito difícil escolher um. Posso, talvez, destacar uma fase recente do meu trabalho, em que tive a oportunidade de experimentar linguagens e universos diferentes na dança e no teatro. Tudo num ritmo alucinante, com estreias consecutivas entre meados de novembro de 2013 e o início de fevereiro de 2014: ‘À Espera de Godot’, de Samuel Beckett, com encenação de Carlos Pimenta; ‘Sem um Tu Não Pode Haver um Eu’, de Paulo Ribeiro; ‘Os Três Últimos Dias de Fernando Pessoa’, a partir de António Tabuccchi, com encenação de André Gago; ‘Fica no Singelo’, de Clara Andermatt; ‘Como Queiram’, de Shakespeare, com encenação de Beatriz Batarda; e ‘Fausta’, um espetáculo do Pedro Gil e do Tonan Quito, com texto de Patrícia Portela. Foi um período particularmente inspirador e sugestivo, com viagens de ‘séculos’ entre os autores dos textos, e com estéticas muito diversificadas.

Onde vamos poder ver mais criações de José António Tenente no futuro?

Estou a colaborar com a companhia Palco 13 na sua nova produção, ‘La Nonna’, a estrear muito em breve, e na nova obra de Nélia Pinheiro para a Companhia de Dança Contemporânea de Évora, com estreia para o final de julho. No início da próxima temporada, estarei de novo com o Paulo Ribeiro e a Companhia Nacional de Bailado e também com uma nova produção da Orquestra Metropolitana, a estrear em outubro e para a qual me acabam de convidar.

Detalhes:

KW: Adriana Queiroz e Concerto Moderno, com direção de César Viana

Bilhete: €10 (ver descontos aqui)

Morada: Jardim de Inverno do Teatro S. Luiz, Rua António Maria Cardoso, 38, Lisboa

Contactos: bilheteira@teatrosaoluiz.pt | 213 257 650

Imagem de destaque AdrianaQueiroz © Susana Santos

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