[wlm_register_Passatempos]
Siga-nos
Topo

A Nobreza do Caminho

A esperança média de vida a aumentar, a natalidade a diminuir e a faixa etária com mais de 60 anos a representar, cada vez mais, uma fatia ativa da sociedade. Numa era com novos desafios, o cenário impõe uma nova questão: o que é, hoje, a velhice? 

Foi quando tinha 56, 57 e 58 anos que Felipa Fernandes Thomaz, hoje com 59, se viu numa situação que nunca antes tinha vivido: “Consegui ultrapassar os três anos mais difíceis da minha vida, física e emocionalmente”, explica. O diagnóstico de um cancro de mama, um divórcio e os filhos a saírem de casa para irem estudar para longe poderiam ter constituído os ingredientes perfeitos para que a tristeza se instalasse. Mas Felipa não quis que assim fosse. “Nessa fase difícil, aprendi muito, tive de me reinventar, tive de renascer. Hoje, tenho consciência de ter uma força, uma tranquilidade e capacidades que desconhecia ter”, diz, acrescentando: “Dificilmente o faria sem o apoio incondicional e vital dos meus três filhos, da minha família mais chegada e dos meus amigos.” Hoje, sente-se com força. “Tento aproveitar ao máximo aquilo que a vida me traz, sem medo. Aprendi que é possível, e que nunca é tarde, para começar uma nova realidade, uma nova vida”, explica. Tirou um curso de Medicina Chinesa, está a dar consultas e vai estagiar um mês para a China. Será, hoje, a geração com mais de 60 anos mais ativa do que era a geração anterior? Felipa responde, sem reservas: “Não tenho uma dúvida! Por muitas e variadas razões: não só porque demograficamente a nossa realidade é diferente da dos nossos pais (temos que trabalhar até mais tarde, temos que ser mais ativos; a esperança média de vida aumentou); porque o acesso à informação e comunicação, seja ela qual for, está facilitadíssima e totalmente disponível para todos, coisa que não existia nem acontecia nas gerações acima; porque as oportunidades são incomparavelmente mais e maiores do que as que os nossos pais tinham – oportunidades de nos reinventarmos pessoal e profissionalmente; oportunidades de viajar e de conhecer o mundo abrindo-nos os horizontes; oportunidades de voltar a estudar, e não me refiro somente à universidade da terceira idade, mas, sim, ao vasto universo de excelentes cursos e formações online de universidades do mundo inteiro, na área que quisermos; e, também, porque o conhecimento sobre o ser humano e sobre a saúde, cada vez mais acessível a todos, leva-nos a uma maior consciência, a termos melhores opções e a tomarmos melhor conta de nós próprios e da nossa saúde, proporcionando-nos uma maior qualidade de longa vida ativa”, diz.

QUE SOCIEDADE É, HOJE, A NOSSA?

Neste novo confronto de gerações, onde o cenário se faz de novos contornos, que sociedade se apresenta aos nossos olhos? Maria João Valente Rosa é demógrafa, professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – Universidade Nova de Lisboa e investigadora da IPRI-Nova. Para a especialista, o encontro de gerações é um ponto benéfico, como salienta: “As alterações…

Matéria Completa para os artigos da revista

Veja mais em Sociedade

PUB