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Festival Internacional dos Açores está de volta com oito concertos

Organizado pela CulturXis, uma associação que junta vários jovens oriundos de várias artes e que tem como missão institucional promover, desenvolver e divulgar iniciativas voltadas para o desenvolvimento cultural das regiões, o Festival Internacional dos Açores realiza a sua 17.ª edição de 30 de agosto a 4 de setembro com oito concertos. 

Tiago Nunes, atual diretor artístico e presidente da CulturXis, realça “que esta 17ª edição tem oito concertos dos quais cinco são gratuitos. A Terceira e São Miguel recebem nomes ímpares da música, e através das Masterclasses, temos oportunidade de privar e aprender com os músicos presentes, criando pontes de aprendizagens, democratizando assim o acesso à cultura”.

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O Festival Internacional dos Açores junta, a um cartaz de peso, as riquezas históricas, gastronómicas e paisagísticas de uma região cheia de caráter, moldada pela presença do mar, com paisagens de cortar a respiração. É neste cenário arrebatador dos Açores, que se receberá esta edição, que comemora o centenário do nascimento de José Saramago.  

O festival conta ainda com atividades complementares, tais como masterclasses e atividades de sensibilização e valorização da herança natural e cultural açoriana, chamando assim a atenção não só para a arte e a criatividade lato sensu, mas também para a sustentabilidade ambiental e para a importância do trabalho interdisciplinar e em rede em todos os domínios.

Gülsin Onay

Gülsin Onay

De realçar que, a 17.ª edição do Festival Internacional dos Açores, encerra com um espetáculo a favor da UNICEF Portugal, protagonizado pela pianista Gülsin Onay, Embaixadora da Boa Vontade desta instituição na Turquia. Na opinião de Luísa Motta (UNICEF  Portugal), “esta é uma iniciativa solidária que espelha o papel que a cultura pode ter.” 

Como tudo começou…

O Festival Internacional dos Açores nasceu na plenitude do Oceano Atlântico. O arquipélago açoriano apresenta-se como porto seguro a todos os que cruzam as águas e céus que separam os continentes europeu e americano.

O período que se seguiu à 2ª Guerra Mundial foi particularmente movimentado para as ilhas que, como escalas de voos transatlânticos, recebiam os viajantes que se deslocavam de e para Nova York. Movimentos pendulares que, invariavelmente, trouxeram a algumas cidades insulares a presença de reconhecidos músicos internacionais, que imprimiram um particular dinamismo ao ambiente cultural dos Açores.

Uma vida cultural que nem a instabilidade tectónica açoriana pôde travar. Após o grande terramoto de 1980,  que quase destrói a cidade de Angra de Heroísmo, Jorge Forjaz, então diretor da Direção Regional de Ação Cultural dos Açores, concentra esforços no reconhecimento da importância cultural e histórica da ilha e da cidade que se torna Património UNESCO da Humanidade três anos depois.

Em 1984, juntamente com Adriano Jordão, cria na ilha de S.Miguel, o Festival Internacional dos Açores, alimentando a onda de dinamização cultural e patrimonial insular. Juntos, levam ao Teatro São Micaelense, a soprano Teresa Berganza, à qual se seguiram alguns dos maiores nomes da música: Alicia de Larrocha, Moura Lympany, Ileana Cotrubas, Lella Cuberli, Sandor Végh, Ingrid Haebler, António Meneses, Maurice Bourg, entre outros, que até 2002 visitaram o arquipélago, trazendo a sua Arte.

Adriano Jordão Crédito: Luís Coelho/CARAS

Adriano Jordão
Crédito: Luís Coelho/CARAS

Adriano Jordão, um dos fundadores do Festival Internacional dos Açores, sublinha que “este projeto sempre foi muito especial para os Açores, e que esta edição é ainda mais especial, devido não só à sua ligação pessoal a José Saramago, como também à ligação de José Saramago à música. O violoncelo foi uma das fragilidades de Saramago”. “O Festival nasceu nos Açores, quando o Drº Jorge Forjaz foi secretário da cultura nos Açores e numa das suas viagens a Itália pretendeu replicar o que viu num festival de música clássica em Itália. Sem verbas para a concretização de um festival emergente nos Açores, fomos atrás de apoios e um homem ligado à música e à indústria petrolífera apaixonou-se pelo projecto e financiou o primeiro festival em 1984. Teresa Berganza foi a primeira artista do Festival. O Festival  prosseguiu  com outros apoios, mas em 2002 parou uma vez que fui nomeado Conselheiro Cultural do Brasil.  Assim que regressei a Portugal falei com o Tiago Nunes, actual director artístico e presidente da CulturXis, e o festival regressou felizmente o ano passado”, conclui.

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