Bem, namorar, namorar não foi bem, mas quase. Na realidade, fomos experimentar o Menu São Valentim do chef executivo do Ritz Four Seasons, Pascal Meynard.
É Diana Castello Branco quem faz as honras da casa e nos leva pelos meandros gastronómicos do Ritz. O almoço foi servido numa sala contígua à cozinha, onde costumam decorrer as reuniões de menus.
A cozinha do
Ritz é enorme. De um lado, Room Service, os quentes aqui, os frios ali… literalmente isto é o mundo. E poder estar do lado de cá é um privilégio.
O chef Pascal Meynard espera-nos e senta-se à mesa connosco, e ainda bem porque as perguntas sucedem-se. Somos apenas quatro jornalistas e seis pessoas à mesa.
Começamos com o Carabineiro Marinado com Citrinos, Legumes Crocantes, Óleo de Limão e Basílico. Ah, que lindo! Estamos perante um jardim encantado, literalmente, onde o carabineiro faz de chão, os legumes crocantes (cenoura, tomate confitado, rabanetes, pepinos) se distribuem entre diversas gelatinas e citrinos. E há pétalas, claro, não fosse este um jardim.
Seguem-se as Vieiras com Trufa Preta Melanosporum, Geleia de Funcho e Alho Francês com Pimenta Fumada. Ultrafeminino este prato, talvez pela gelatina que ficou cor-de-rosa porque se apaixonou pela beterraba. As vieiras estão cozinhadas na perfeição, a trufa está lá, discreta, para não anular sabores. O alho francês concede-lhe alguma frescura. Fala-se do
chef, do
Ritz de outros tempos e do
Ritz de hoje.
Existem dois pratos que são opção no menu: Cherne com Pinhões, Canneloni de Couve e Amêijoas e Clorofila de Rúcula ou Filete de Vitela au Combava (Lima Keffir), Beringela Lacada com Miso, Crocante de Kumquat e Sésamo Preto. Somos seis, uns comem carne, outros peixe, a mim calha-me o cherne e, ainda bem. Gosto da leveza do peixe, aqui enriquecida com pinhões. A couve e as amêijoas embrulharam-se e surgem enroladas em finíssimas folhas de massa philo, e a clorofila de rúcula ajuda a refrescar alguns calores que possam surgir.
Desta vez fala-se de vinhos e de copos. Ainda têm os antigos copos? “Temos claro!” Alguns minutos depois, surgem-nos três copos alinhados numa baixela com o pano de linho. São os pormenores que contam, afinal estamos no Ritz. Qualquer semelhança com os copos que se usam hoje é pura coincidência, mas são maravilhosos…
Terminamos com o Coração de Framboesa e Hibiscos. E o chef pasteleiro Fabian Nguyen junta-se a nós. E desconstrói o que temos à frente, as framboesas surgem no pedestal de morangos e cobrem-se de ouro, o chocolate branco oferece-nos uma folha de corações e o gelado faz-nos voltar atrás no tempo porque sabe a gomas.
Está-se muito bem aqui, mas a minha vida (infelizmente) não é só isto!