Olá, querida leitora! Para o mês de Dezembro trago-lhe o tema “Trabalho em Tempo de Natal”.
Dezembro convida-nos a sentir, e é por isso também, para muitos, um mês de emoções misturadas. Entre balanços e metas, há quem viva este mês com entusiasmo, há quem o encare com exaustão. Nas empresas, este é também um tempo paradoxal: entre o fecho do ano e o planeamento do próximo, as equipas aceleram enquanto, paradoxalmente, o corpo e a mente pedem mais serenidade. É precisamente neste contraste que se revela a oportunidade preciosa de humanizar o trabalho.
Humanizar não é um conceito abstrato. É reconhecer que cada pessoa traz consigo histórias, ritmos, cansaços e esperanças. É lembrar que o desempenho não nasce apenas de competência, mas também de bem-estar, pertença e propósito. E em Dezembro, quando a cultura do consumo e da urgência tende a dominar, a verdadeira liderança é aquela que sabe desacelerar, olhar para dentro e cuidar de quem faz a empresa acontecer.
Do lado dos empregadores, humanizar pode significar mais escuta e menos automatismo. É questionar: como estão as pessoas que trabalham connosco? Que espaço lhes damos para respirar, refletir e sentir que o seu contributo é valorizado? Pequenos gestos – um agradecimento genuíno, um momento de partilha, um reconhecimento público – têm um poder imenso na construção de um clima de confiança e ligação.
Mas a humanização não é apenas responsabilidade da liderança. Cada trabalhador tem também o poder de transformar o seu contexto. A forma como nos relacionamos com os colegas, como acolhemos a diferença, como contribuímos para o bem-estar comum, define o tom humano das organizações. O Natal recorda-nos isso: somos parte de uma comunidade, e o cuidado mútuo é a base de qualquer equipa saudável.
Este é, por isso, um mês ideal para repensar o que significa “trabalhar bem”. É possível entregar resultados sem perder o lado humano, é possível ser produtivo com empatia e é urgente cultivar ambientes onde o sucesso individual e o coletivo caminhem juntos.
Humanizar o trabalho em tempo de Natal é, no fundo, um exercício de coerência: se valorizamos a solidariedade, a empatia e a generosidade fora do trabalho, por que não o fazer também dentro dele? Que este mês seja mais do que uma época de festas – que seja o ponto de partida para um novo ciclo em que trabalhar e cuidar deixem, finalmente, de ser verbos opostos.
A humanização em contexto de trabalho não é um luxo: é uma escolha diária de cuidar, ouvir e reconhecer. Porque o verdadeiro espírito deste mês que nos leva muitas vezes a uma maior empatia, vontade de partilha e sentido de propósito pode (e deve) durar o ano inteiro.
Desejo-lhe um Feliz Natal.
Susana Garrett Pinto

Empreendedora Social, Fundadora e CVO by THF
@byTHF.pt