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A Gripe Pediátrica: Desmistificar para Proteger

Magna Alves-Correia, Médica Imunoalergologista – Hospital CUF Porto e Secretária geral-adjunta da SPAIC, alerta para a importância da vacinação contra a gripe

Anualmente, a gripe sazonal causa aproximadamente 1 bilhão de infeções em todo o mundo, 3 a 5 milhões de casos graves e até 646 mil mortes associadas à gripe. Infelizmente, existe uma perceção pública generalizada de que a gripe é uma doença rotineira de gravidade leve. No entanto, o risco de mortalidade associado à gripe aproxima-se do risco de síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2 (SARS-CoV-2). Os casos que requerem hospitalização ocorrem mais frequentemente em idosos com idade ≥65 anos e crianças com menos de 2 anos de idade, esta última implica ainda mais na transmissão subsequente para adultos mais velhos.

Recentemente, foi publicada a Norma da DGS para a vacinação sazonal contra a gripe: outono-inverno 2025-2026. E as notícias não podiam ser melhores!

A principal novidade da Norma n.º 009/2025 é o alargamento da recomendação da vacinação para todas as crianças entre os 6 meses e os 5 anos de idade, com particular destaque para os primeiros dois anos de vida. Este grupo passa agora a integrar os grupos-alvo oficiais da campanha sazonal de vacinação — algo que até 2024 estava limitado às crianças com patologias de risco.

Outra novidade importante é a gratuitidade da vacina injetável no grupo de crianças entre os 6 e os 24 meses. Isto significa que os pais com crianças desta faixa etária podem dirigir-se aos seus Centros de Saúde para fazer esta vacinação.

E não terminamos por aqui, existe ainda mais uma diferença importante: a vacina intranasal viva atenuada foi oficialmente incluída como opção disponível fora do contingente gratuito, dirigida a crianças imunocompetentes com 2 ou mais anos.

A introdução da vacina intranasal é vista como uma estratégia prática, eficaz e menos invasiva — facilitando a aceitação por parte das crianças e famílias.

Acreditamos que vacinar as crianças é, portanto, uma medida de saúde pública com efeitos benéficos diretos e indiretos — tanto para as famílias como para a comunidade.  Como principais fatores para esta recomendação temos: a imaturidade do sistema imunitário, elevada taxa de transmissão entre crianças, o elevado recurso aos serviços de saúde, com impacto significativo em urgências, hospitalizações e uso de antibióticos e por fim, os efeitos indiretos como o absentismo escolar e laboral nos pais, e o risco para conviventes frágeis, como bebés pequenos, avós ou familiares imunodeprimidos.

Assim, nesta época sazonal outono-inverno 2025-2026 a vacinação contra a gripe é fortemente recomendada para todos os grupos de alto risco onde se incluem as doenças respiratórias, idosos e imunocomprometidos para maximizar a proteção contra resultados graves bem como crianças saudáveis a partir dos 6 meses de idade.

A inclusão explícita de crianças saudáveis até aos 5 anos, aliada à introdução da vacina intranasal, representa um avanço significativo na proteção da saúde pediátrica, comodidade de administração, e reconhecimento da importância da gripe como doença evitável pela vacinação.

O ano de 2025 assim, traz uma abordagem bem mais abrangente e preventiva à vacinação contra a gripe em crianças.

Acreditamos que quanto mais crianças vacinadas, menor a circulação do vírus, menor a pressão sobre os serviços de saúde e maior a proteção dos mais frágeis entre nós.

Somos todos agentes de Saúde Pública e cabe a todos nós reduzir a pressão desta infeção com elevado impacto na nossa Sociedade!

Vacine as suas crianças!

Juntos vencemos a gripe sazonal!


Magna Alves-Correia

Médica Imunoalergologista – Hospital CUF Porto

Secretária geral-adjunta da SPAIC

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