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Jean-Paul Gaultier: “E sim, ter o Fashion Freak Show em Portugal é uma espécie de sonho tornado realidade”

Estreou em 2019, em Paris, onde esteve em cena durante seis meses. Depois, seguiram-se Inglaterra, Japão e Alemanha. Portugal será o quinto país a receber a digressão mundial de JEAN PAUL GAULTIER  ̶  FASHION FREAK SHOW. Escrita e dirigida pelo designer de moda Jean-Paul Gaultier, a produção internacional estreia amanhã, dia 8 de novembro, no palco Sagres Campo Pequeno (Lisboa) e fica em cena até dia 12 de novembro. Segue, depois, para norte, de 16 a 19 de novembro, na Super Bock Arena (Porto). Os bilhetes estão à venda com preços de €20 a €90 na Ticketline e nos locais habituais.

Nesta celebração musical, inspirada na vida e carreira do designer francês, são apresentadas algumas das suas peças mais icónicas de alta-costura, entre outros modelos criados exclusivamente para o espetáculo. Além disso, em palco, os artistas recriam também desfiles de moda e os momentos mais importantes da vida do showman francês, desde a infância à ascensão no mundo da alta-costura, passando pelas mudanças culturais que a sua moda espelhou, e à sua personalidade irreverente e humorada.

Os espetadores são convidados a entrar no mundo de glamour, excessos, poesia e magia de Gaultier que, nesta exibição inédita, também presta tributo àqueles que inspiraram o seu trabalho: Pedro Almodóvar e Luc Besson (no cinema), Madonna, Kylie Minogue e Mylène Farmer (na música) e Régine Chopinot e Angelin Preljocaj (na dança), entre outros. Nile Rodgers é o responsável pela playlist explosiva do espetáculo que atravessa da disco ao funk, passando pela pop e pelo rock.

A LuxWoman teve oportunidade de falar com Jean-Paul Gaultier.

Sabemos que JEAN PAUL GAULTIER  ̶  FASHION FREAK SHOW é sobre a sua história de vida. Porquê?

Quando decidi fazer um espetáculo, a história que eu conhecia melhor era a minha. Como não sou muito bom com palavras, escrevi o espetáculo visualmente. Eu sabia que queria contar a minha vida – a história de um rapaz dos subúrbios que sonhava  trabalhar em moda -, mas também mostrar a minha evolução.

O que pode o público esperar deste espetáculo?

A minha ursinha de peluche Nana, que teve os primeiros seios cónicos – antes da Madonna -, é a responsável por nos contar a história. O público poderá ver vários momentos da minha carreira, como a confusão feliz que foi o meu primeiro desfile – saltei e aprendi a nadar mais tarde. Há muitos momentos felizes, mas também tristes.

Além disso, o mais importante é que o Fashion Freak Show diz que não há um tipo de beleza, mas muitos tipos e que a diferença é bela. Ao sermos nós próprios e ao seguirmos o nosso sonho, podemos escrever a nossa própria história.

Portugal é o quinto país a acolher este espetáculo. Sempre quis que este viesse para cá?

É sempre muito comovente para mim ver a reação do público internacional à minha história. Perceber que, de certa forma, ela é universal.

E sim, ter o Fashion Freak Show em Portugal é uma espécie de sonho tornado realidade – não o esperava, mas fiquei radiante no início deste ano quando conheci a maravilhosa equipa portuguesa que trabalhou para trazer o espetáculo para Lisboa e Porto.

É um privilégio poder apresentá-lo em duas das vossas belas cidades.

Qual é a sua cena favorita?

Seria como escolher entre os meus filhos – amamos todos os nossos filhos da mesma forma e eu não seria capaz de escolher. Tenho um elenco fantástico que dá vida a esta história todas as noites e não conseguiria escolher apenas uma cena.

Soma já 50 anos de carreira, que balanço faz?

É longo! E não o teria feito de outra forma.

Comecei a trabalhar em moda na Pierre Cardin, em 1970. Tinha 18 anos quando Cardin me deu a minha primeira oportunidade, apesar de ainda estar no liceu e de não ter frequentado uma escola de moda. Ele deu-me a coisa mais importante: a liberdade, para me exprimir da forma que quisesse e para fazer as minhas próprias escolhas.

Estou feliz por me ter retirado da moda quando o fiz, porque agora tenho mais tempo para projetos de teatro e exposições. Também estava na altura de deixar a moda para uma geração mais jovem. Nós, designers, temos de sentir os tempos e a sociedade que nos rodeia e estar em sintonia com as suas mudanças e mostrá-las através do nosso trabalho. Já não tenho tanto interesse por isso.

O próximo país a acolher o espetáculo, será?

Penso que será a Itália e depois a Espanha. E ainda há mais para vir.

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