

De 21 de outubro a 1 de novembro, a Amadora BD 2021 traz, aos 3 espaços do Festival, inúmeras exposições e recebe mais uma dezena de autores internacionais.
Uma dessas exposições celebra os 80 anos da Mulher-Maravilha, uma das maiores guerreiras do universo fictício da DC Comics, a super-heroína de origem greco-romana.
Falámos com Catarina Valente, Diretora do Amadora BD:
Esta exposição retrospetiva – que estará patente no Núcleo Central (Ski Skate Amadora Park) – ilustra a evolução de uma das personagens femininas da banda desenhada mais aclamada em todo o mundo. Sinónimo de poder coletivo feminino e umas das maiores defensoras da paz e da igualdade, a Mulher-Maravilha destaca-se das demais personagens de banda desenhada femininas por ter sido criada de forma autónoma e sem associação direta a qualquer super-herói masculino. Fundadora da Liga da Justiça e membro honorário da Sociedade de Justiça da América a Mulher-Maravilha “saltou dos livros aos quadradinhos” e é hoje considerada um dos maiores ícones femininos da cultura pop da banda desenhada. É de uma grande responsabilidade, esta exposição?
O Amadora BD é o maior evento nacional dedicado à banda desenhada e um dos mais importantes a nível europeu por isso o cuidado e responsabilidade que temos na preparação de qualquer exposição é muito semelhante em todas elas.
Esta exposição, de facto, apresenta-nos um ícone mundial com um longo e rico historial. A Mulher-Maravilha é uma das maiores guerreiras do universo fictício da DC Comics e representa, pela sua origem Amazona, um movimento coletivo feminino que defende os valores democráticos e pacifistas. Este movimento coletivo feminino em defesa do bem não podia estar mais atual mesmo hoje, passados 80 anos desde que a personagem foi criada. E é isso mesmo que vamos ver nesta exposição: a criação e evolução de uma personagem fantástica que hoje continua tão ou mais relevante do quando apareceu em 1941.
O que representa a Mulher maravilha para o Amadora BD?
Os 80 anos da Mulher-Maravilha não podiam deixar de ser comemorados no Amadora BD. A Mulher-Maravilha faz parte do imaginário de todos nós, que crescemos a vê-la em fantásticas aventuras nos livros, no cinema… e vamos continuar a ver a personagem a evoluir porque continua a ser inspiração para muitos artistas de banda desenhada. A acompanhar a exposição 80 Anos de Diana, a Mulher-Maravilha: Guerreira e Pacifista vamos ter no Amadora BD três dos mais conceituados ilustradores da DC Comics que se destacam pelo trabalho desenvolvido com a Mulher-Maravilha: o catalão Álvaro Martínez Bueno e os portugueses Miguel Mendonça e Daniel Henriques.
É algo incontornável, na história da BD em todo o mundo?
Será, talvez, uma das personagens que mais rapidamente vem à memória quando falamos do universo de super-heróis da banda desenhada. A Mulher-Maravilha foi a primeira personagem da banda desenhada feminina a ser criada de forma autónoma e sem associação direta a qualquer super-herói masculino, é fundadora da Liga da Justiça, membro honorário da Sociedade de Justiça da América… penso que este currículo “invejável” diz tudo e não precisa de justificação para afirmar a Mulher-Maravilha como uma personagem incontornável na história mundial da banda desenhada.
Acredita que a exposição terá bastante adesão?
A Mulher-Maravilha é um dos destaques da programação deste ano e estamos certos que será alvo de muita curiosidade por parte dos fãs. A exposição – que traz a Portugal três dos mais conceituados ilustradores da Mulher-Maravilha na DC Comics (Álvaro Martínez Bueno, Miguel Mendonça e Daniel Henriques) que connosco vão partilhar experiências e vivências – vai mostrar-nos a origem da personagem e muitas curiosidades sobre a sua evolução ao longo dos seus 80 anos de existência. Estamos muito confiantes e esperamos que os fãs da Mulher-Maravilha não percam a oportunidade de ver de perto peças únicas e originais.
Agora reabrimos a sociedade. É possível, já, fazermos este tipo de iniciativas. Que impacto teve o que ficou para tras? Esta pandemia…?
Em 2020 o Amadora BD realizou-se em modo totalmente virtual, mas na presente edição, já conseguimos regressar ao formato original embora ainda tenhamos de manter algumas atividades em modo virtual.
Desde o ano passado que temos vindo a fazer um intenso trabalho para ajuste do evento às exigências e restrições impostas pela pandemia Covid-19 e decidimos (para além de manter algumas atividades em modo online) descentralizar o Amadora BD, alargando o evento a três zonas distintas na cidade da Amadora: Ski Skate Amadora Park (local para onde é transferido o Núcleo Central), Bedeteca da Amadora (maior Bedeteca em todo o país) e Galeria Municipal Artur Bual.
A lotação, circulação, segurança e higienização de espaços comuns em todo o evento estão completamente asseguradas e adaptadas às novas normas e exigências decorrentes da Covid-19 e é totalmente seguro visitar o Amadora BD.
As pessoas estão com mais “fome” de cultura?
Sim, todos nós sentimos muito a falta de iniciativas culturais ao longo destes últimos meses e os fãs do Amadora BD certamente que estão ansiosos para voltar a ver os autores, as ilustrações ao vivo, as sessões de autógrafos…. Estamos convencidos que as pessoas que gostam de visitar o Amadora BD vão também elas regressar. Está tudo preparado, com muita segurança, para os receber: 13 exposições e mais de uma dezena de autores internacionais.
De que forma ficou afetada a cultura em Portugal e até no mundo?
A pandemia afetou tudo e todos… em todo o mundo. A cultura foi um dos setores mais afetados mas também foi uma das áreas onde se conseguiu “dar a volta” e continuar a produzir, com grande qualidade, mesmo durante os períodos de confinamento. Por exemplo, a jovem artista portuguesa Ana Margarida Matos, criou o seu primeiro álbum de banda desenhada, que ilustra a sua vida em tempos de pandemia, durante o período pandémico. O resultado do seu trabalho é visível este ano no Amadora BD numa exposição que vai estar patente no núcleo central do Festival, no Sky Skate Amadora Park.
Catarina Valente, Diretora do Amadora BD