Ana Pinto, Mentora e criadora da plataforma ‘Naturalmente Mulher’, explica-lhe o lado sombra de cada mulher
Todo o ser humano é composto por um lado sombra. Aliás, só existe sombra porque somos seres de luz. Trabalhar com os aspetos femininos sombrios da nossa alma requer uma intenção consciente, coragem profunda, persistência, determinação e responsabilidade. Todas nós temos um lado sombrio, e trabalhar com ele é um aspeto essencial do crescimento interior.
Tu saberás quando estiveres pronta para encarar o teu lado sombrio feminino. Ele irá emergir na sua essência plena e inexplorada e, mais importante do que tudo, sem disfarces. Nesse momento saberás que estás pronta para te amar na plenitude, incluindo os aspetos menos aceitáveis, agradáveis e simpáticos.
Socialmente falando, para as mulheres é especialmente conflituoso serem percebidas como tendo emoções ou identidades que são sombrias. Contudo é neste trabalho com as nossas sombras que temos acesso à nossa essência multifacetada.
Não podemos permanecer na superfície: devemos mergulhar fundo em tudo o que somos e isso significa aceitar a mulher-sombra que existe em nós e que podemos continuar a tentar fingir que não existe. Carl Jung defende que a sombra é a parte inconsciente da personalidade: o nosso “lado obscuro”. É referido como “obscuro” por ser constituído pelos aspetos para os quais ainda não estamos conscientes, que lutamos para manter escondidos e julgamos serem inaceitáveis. Contudo, este lado obscuro pode conter também desejos positivos, paixões e sonhos. Se não pensarmos que merecemos o que secretamente queremos, recalcamos esses impulsos na sombra.
A nossa mulher-sombra é feita de tudo o que é instintivo: raiva, paixão, anseio e desejo. Se suprimirmos o nosso lado selvagem de emoções como estas, corremos o risco de bloquear a capacidade de reclamar o nosso poder, criatividade, brilho e propósito superior.
A raiva precisa de ser exteriorizada sem vergonha. Isto é diferente de hostilidade ou uma atitude defensiva. Quando repreendemos as partes de nós próprias que achamos desprezáveis e fracas, tendemos a projetar essas qualidades noutras pessoas e no mundo à nossa volta, ou seja, vemos essas qualidades nos outros em vez de as vermos em nós mesmas. Amar e aceitar a nossa sombra é dos atos mais importantes de autocura.
Por onde começar?
Podemos começar por fazer uma lista de coisas que sentimos ou fazemos e que consideramos negativas, inaceitáveis, vergonhosas e não queremos que as pessoas saibam. O simples ato de escrever liberta. Culturalmente, as mulheres são fortemente encorajadas a negar a raiva. Afirmar “estou com raiva” tem um poderoso efeito de cura. Basta reconhecer e aceitar.
Lembra-te, só há sombra onde há luz. Todas, sem exceção, temos o lado sombra. Não estamos erradas, nem somos culpadas, nem nos tornamos inaceitáveis por causa disso.
Devemos agradecer à nossa mulher-sombra por nos mostrar onde estamos a esconder o nosso poder e por nos dar a consciência e autenticidade que precisamos para a nossa transformação. Sejamos verdadeiras connosco e criemos espaços seguros e sem julgamento para que outras mulheres o possam fazer também.
Ana Pinto

Permite-te curar, processar e evoluir
Mentora e criadora da plataforma ‘Naturalmente Mulher’, que visa apostar no desenvolvimento pessoal feminino, especialmente nas áreas da maternidade, desenvolvimento pessoal e divórcio consciente. Dedica-se à criação de conteúdos e mentorias para ajudar outras mulheres a alcançarem uma vida de clareza, propósito e equilíbrio. Tudo é criado de forma individual e de acordo com as necessidades de cada mulher.
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