No mundo inteiro, a cada três segundos, acontece uma fratura resultante da osteoporose. Possivelmente, enquanto está a ler esta frase, já ocorreram duas fraturas como consequência desta patologia. Por isso, se é mulher e principalmente se está na menopausa ou pós-menopausa, este artigo é para si!
Os casos de osteoporose são mais frequentes em mulheres do que em homens, sendo que uma em cada três mulheres sofre desta condição no pós-menopausa. Isto acontece principalmente devido à diminuição dos níveis de estrogénio – uma hormona predominante no género feminino. Quando a mulher entra na menopausa, dá-se a redução da produção de estrogénio, o que vai afetar a densidade mineral óssea.
Quando os ossos perdem a sua densidade natural, tornando-se mais frágeis e propensos a fraturas, temos osteoporose. Normalmente não dá sinais e, na maior parte das vezes, esta doença silenciosa não é diagnosticada até ocorrer uma fratura que, em circunstâncias normais, não aconteceria. Usualmente, as fraturas relacionadas com a osteoporose resultam de quedas pouco aparatosas, movimentos bruscos e até mesmo na sequência de um espirro, afetando maioritariamente ossos com maiores dimensões, como a anca, a coxa, os braços, o punho ou coluna vertebral. A fratura da anca (colo do fémur) é a mais frequente, registando uma taxa de mortalidade de cerca de 20% no primeiro ano após a fratura, com menos de metade dos sobreviventes a conseguir recuperar os seus níveis de função anteriores, persistindo a dor crónica, a perda de autonomia e a dependência de terceiros.
É, por isso, importante reconhecer que a osteoporose é uma doença que pode ser prevenida e tratada, com medidas além da medicação que estão ao nosso alcance.
Para prevenir a osteoporose, tome nota, adote a prática regular de exercício físico – com ênfase em atividades como a caminhada, corrida e musculação; limite o consumo de tabaco e álcool; e faça uma dieta equilibrada e rica em cálcio e vitamina D.
Quando a doença é diagnosticada, é necessário que sejam administrados cuidados de saúde adequados para a sua gestão, bem como apostar na redução do risco de fraturas. Em Portugal, por exemplo, 75% das mulheres que sofrem de osteoporose não recebem tratamento adequado.
O tratamento pode incluir a toma de medicamentos que têm como objetivo aumentar a densidade mineral óssea, seja pela inibição da reabsorção óssea, seja pela estimulação da formação óssea. Acresce ainda a realização de exercícios físicos seguros e adaptados, uma dieta saudável ou até mesmo a toma de suplementos nutricionais com o intuito de fortalecer os ossos. Fale com a sua equipa médica para avaliar o seu risco e antecipar o diagnóstico e tratamento à ocorrência de fraturas osteoporóticas.
O nosso organismo é composto por partículas de dimensão microscópica e tudo aquilo que nos compõe se encontra em constante vibração e harmonia. Tomamos como garantido que a nossa estrutura óssea se manterá sempre forte. Contudo, muitas vezes o que tomamos como garantido pode deixar de ser o pilar do nosso corpo.
É, pois, imperativo que, tendo as mulheres mais propensão ao desenvolvimento de osteoporose, dediquem mais atenção ao tipo de práticas que realizam no seu quotidiano porque, tal como em muitas outras coisas na vida, mais vale prevenir do que remediar!
Artigo de opinião de Elsa Mateus
Presidente da Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas
