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Pós-parto: os dois grandes mitos da recuperação

Para uma recém-mamã, quando é hora de retomar as idas ao ginásio, o que é preciso ter em conta? Falámos com a fisioterapeuta Inês Cancela de Abreu, especialista em saúde da mulher e cuidados infantis, que nos explicou a importância de evitar exercícios demasiado intensos na recuperação pós-parto e os dois grandes mitos associados a esta fase da vida de uma mulher.

“Quanto mais forte for o exercício, mais rápido o meu corpo vai ao lugar!”

Depois do parto e com as inúmeras alterações físicas e hormonais que ocorrem durante a gravidez, todo o nosso corpo está a trabalhar para regressar ao ponto em que estava antes. Nesse período, ainda não estamos aptas a aguentar o exercício físico intenso. “Os músculos do abdómen estão separados (diástase), a relaxina deixou os ligamentos mais lassos, os órgãos pélvicos estão a voltar à sua posição normal, a cicatriz do períneo ou da cesariana encontra-se em recuperação e sabemos que nenhuma destas situações beneficiará com exercício forte ou descontrolado”, elucida a fisioterapeuta. “Pedir um grande esforço a um músculo ou usar cargas altas numa articulação que não esteja preparada resulta frequentemente em lesão, stress articular e compensações por parte do resto do corpo.”

Um dos erros mais comuns na recuperação pós-parto é voltar às corridas cedo de mais. “Por estarem tão acessíveis, acabam por ser um recurso para muitas mães”, explica Inês. No entanto, esta é uma atividade que “só é aconselhável a partir dos seis meses após o parto e depois de se confirmar que tudo se encontra bem com o pavimento pélvico”. Porém, não desmotive. De acordo com a terapeuta, “é possível voltar-se ao corpo que se tinha antes, mas é importante aceitar que esse processo se vai fazendo à medida que o corpo está preparado”. Uma dica? Iniciar uma recuperação consciente o mais breve possível, assim que receber alta médica.

“Estou habituada a ir ao ginásio uma ou duas vezes por semana, por isso não preciso da supervisão de um profissional da área materno-infantil”

É verdade que tudo depende do tipo de parto e das alterações que a gravidez provocou no corpo da mãe, mas há questões que devem ser avaliadas e tratadas de forma específica. Exemplos? O fortalecimento abdominal e do períneo. “Algumas pranchas e os convencionais ‘crunchs’ [abdominais de flexão do corpo], aumentam a pressão dentro do abdominal, levando a um aumento da diástase. Em relação ao períneo, existem inúmeras compensações musculares que podem surgir quando pedimos a uma mulher a contração do pavimento pélvico”, explica a especialista.

Mesmo que pense que consegue voltar a fazer o treino que fazia antes da gravidez, lembre-se de que a ajuda de um profissional especializado na área da saúde da mulher será sempre mais adequada e eficaz do que os conselhos cheios de boas intenções do seu personal trainer. “Cabe ao profissional saber para cada uma das suas alunas quais os exercícios desaconselhados e quais aqueles que promovem uma recuperação mais eficaz, tendo em conta que cada mulher reage de maneira diferente na realização de um exercício. Mesmo fazendo exercício físico regular e conhecendo os princípios de treino, é essencial ser avaliada e orientada pelo menos nos primeiros um a três meses”, esclarece Inês.

Inês é também fundadora da Fisioterapia Mães & Filhos, uma empresa que disponibiliza serviços no âmbito do pré e pós-parto, e também do bebé, nomeadamente Pilates clínico, com aulas ao domicílio (preços a partir de €200, duas vezes por semana), ou numa das suas instalações, em Lisboa e em Algés (a partir de €50, duas vezes por semana); drenagem linfática manual ou cinesioterapia respiratória (ginástica respiratória) em bebés e crianças.

Conheça os benefícios do Pilates clínico através de uma experiência pessoal na LuxWOMAN de maio.

Imagem de destaque: Um dos exercícios de Pilates clínico orientado pela fisioterapeuta Inês © Fisioterapia Mães & Filhos.

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