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Ver bem é viver melhor: a prevenção é o pilar da saúde visual

Artigo de Opinião de Marcelo Filipe, Optometrista GrandOptical

Quando pensamos em saúde, raramente os olhos são os protagonistas da conversa. Falamos de alimentação, de exercício físico e de check-ups de rotina… mas esquecemo-nos de que a visão é o sentido que mais usamos para interagir com o mundo. E, no entanto, é também um dos mais negligenciados. Só quando algo começa a falhar, quando já não conseguimos ver as letras pequenas ou os olhos ardem depois de várias horas no computador é que nos lembramos da importância dos nossos olhos. A verdade é simples: a prevenção em saúde visual não é um luxo, é uma necessidade e é meio caminho andado para evitar problemas maiores.

Muitas pessoas acreditam que ver “mais ou menos bem” é suficiente, ou que apenas a dor justifica uma ida ao profissional de saúde ocular, mas essa não é a realidade. Ao contrário do que muita gente pensa, ver bem não significa que os olhos estejam saudáveis. Fazer uma avaliação visual regularmente é tão importante como medir a tensão arterial ou fazer análises. Principalmente para as crianças, que muitas vezes não sabem explicar que veem mal. Ou para quem trabalha em frente a ecrãs o dia todo e acha normal terminar o dia com dor de cabeça. E sim, isso também vale para os mais velhos porque há muito que se pode fazer para manter a autonomia e a qualidade de vida.

Além disso, a maioria das doenças visuais graves — como o glaucoma, a degeneração macular ou a retinopatia diabética — evolui de forma silenciosa. Quando os sintomas aparecem, pode ser tarde demais para recuperar o que foi perdido. Visão não é só nitidez. É conforto, é precisão, é segurança. É conseguir trabalhar ao computador sem fadiga, conduzir sem riscos, aprender sem obstáculos. E tudo isso começa com uma avaliação visual regular, mesmo sem queixas.

Crianças, adultos e seniores: cada etapa com as suas exigências

Nas crianças, a deteção precoce de problemas visuais pode mudar o rumo da aprendizagem e do desenvolvimento cognitivo. Uma criança que não vê bem dificilmente lê bem, e isso afeta toda a sua escolaridade.

Nos adultos, a prevenção ajuda a manter o rendimento profissional e a qualidade de vida. Um erro refrativo não corrigido, como o astigmatismo, pode provocar dores de cabeça, fadiga ocular e menor produtividade.

Nos seniores, o foco está em travar a progressão de doenças degenerativas e garantir autonomia. O envelhecimento ocular é inevitável, mas há muito que pode ser feito para retardar ou controlar os seus efeitos.

O optometrista é o primeiro ponto de contacto na cadeia de cuidados da visão. Avalia, orienta, corrige e, quando necessário, encaminha para outros profissionais de saúde ocular. Com recursos clínicos e tecnológicos, consegue identificar riscos antes de se tornarem problemas. A consulta de optometria não deve ser vista como uma resposta à urgência, mas como uma rotina preventiva — tal como o controlo da tensão arterial ou da glicemia.

A visão é generosa. Ela vai-se adaptando, compensando, enganando-nos… até deixar de conseguir. É aí que muitos percebem que não basta ver “mais ou menos”. Que a saúde visual não é garantida só porque conseguimos ler ao longe ou ao perto. Investir na saúde visual é investir na qualidade de vida. E isso começa com uma mudança de mentalidade: não esperar pelos sintomas. A prevenção é o único caminho responsável e eficaz para proteger o bem mais precioso que os olhos nos oferecem — a capacidade de ver o mundo com clareza, durante toda a vida.

Marcelo Filipe

Optometrista GrandOptical

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