A mim atrai-me particularmente, o mundo da publicidade. Cativa-me a criatividade, a liberdade de expressão e o mundo infinito de possibilidades… Partir do zero e poder preencher um espaço em branco é algo que me fascina e que me aguça a curiosidade. E ver resultados como o atual anúncio do novo Samsung Galaxy S4 dá corpo e forma a esse meu gosto.
Lembra-se de quando as campanhas da Coca-Cola faziam furor em todo o planeta, nos anos 90, e nos conduziam por um mundo imaginário?
Ou, mais recentemente, anúncios como este?
Todas víamos esses anúncios e pensávamos: ‘Porque é que em Portugal não se fazem coisas assim?’
Hoje, em território nacional, são cada vez mais as campanhas publicitárias que ganham prémios e o mérito deve ser reconhecido. O novo spot da Samsung em parceria com a TMN é mais uma razão que nos faz acreditar que a publicidade em Portugal está de boa saúde!
Com o objetivo de promover aquele que é considerado um dos smartphones mais surpreendentes de sempre, o novo Samsung Galaxy S4, a TMN desafiou três realizadores portugueses para uma produção inédita: criarem um filme cada um com a sua visão das características do smartphone, para que, juntos, formassem uma história infinita.
O ponto de partida foi o próprio equipamento, mais concretamente um conjunto de funcionalidades relacionadas com a imagem, a visão e a fotografia. A cada realizador foi entregue uma característica do smartphone, um budget e duas simples guidelines: todas as histórias teriam de estar inseridas no conceito ‘há coisas que vais querer contar a toda a gente’, o denominador comum a todas as campanhas da TMN, e cada história deveria começar com o telemóvel a chegar às mãos de alguém e acabar com o mesmo telemóvel a sair das mãos de alguém.
Leonel Vieira, João Nuno Pinto e Marco Martins puseram mãos à obra e o resultado foi, como a marca já nos habituou, surpreendente.
O filme de João Nuno Pinto:
O lado da magia e do sonho, sem ser um filme didático, foi o que tentei fazer. Queria abordar dois mundos, o da Natureza (o da essência das coisas) e o mundo urbano. É uma dualidade com que nos deparamos hoje em dia… Com o avanço da tecnologia, é-nos permitido tanto e conseguimos tanto, que também nos sabe bem regressar à essência das coisas… E por vezes, esquecemo-nos disso… O principal desafio nesta campanha foi, de facto, fazer um filme de publicidade que não parecesse publicidade! [risos] Queria algo que fosse mágico e não didático.
O filme de Marco Martins:
Fizemos algo pioneiro em Portugal: um filme publicitário, sem briefings fechados, sem aprovações finais, apenas com um voto de confiança… Tínhamos uma aplicação do telefone que devíamos explorar e partíamos dai… Quis, com este filme, contar uma história que, de alguma maneira, emocionasse as pessoas. Queria provocar sentimentos e emoções. Queria que o smartphone não parecesse um elemento exterior ao filme, mas antes que fosse um complemento para se conseguir algo…
O filme de Leonel Vieira:
Tínhamos a vantagem de ter total liberdade para trabalhar, o que em publicidade é raro… [risos] cada um de nós recorreu às suas circunstâncias e àquilo que queria fazer. Para mim, havia um interesse particular: fazer algo relacionado com a marginalização, um conceito que me acompanha em todos os meus trabalhos e pelo qual nutro especial gosto. Gosto de filmes com ambientes duros e crus. E foi isso que quis fazer com este filme. Queria um filme que não parecesse publicidade e que chamasse a atenção das pessoas através dessa crueza, desse lado mais cru da vida… E depois, por outro lado, queria algo realista. Queria contar uma história simples, mas humana. Foi quando me lembrei da gravidez… Quem é que fica indiferente ao nascimento de um bebé? Até os mais marginais são sensíveis a uma vida que é criada… Este foi o resultado que obtive, algo que constituiu, ao mesmo tempo, um ponto de partida para uma viragem no meu trabalho. Estou a trabalhar num novo filme, ‘Mulheres’, onde abordo um lado mais cru das personagens e onde falo da primeira vez do universo das mulheres, algo que ainda não tinha retratado.