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Adriana Proganó: quem é a vencedora da 14.ª edição do Prémio Novos Artistas?

Nasceu na Suíça, mas reside e trabalha em Lisboa. Adriana Proganó estava no 1º ciclo quando o bichinho da arte começou a despertar. Na aula de expressão plástica, conta-nos que se lembra de ter ficado “espantada com tudo, com os materiais principalmente, e de voltar para casa como se estivesse a voltar de outro planeta, completamente iluminada. Desde esse dia fiquei obcecada com as artes e não dei nenhuma hipótese ao resto

Com uma licenciatura e pós-graduação em Artes Plásticas, teve ainda oportunidade de estudar pintura na Accademia di Belle Arti di Venezia, em Itália, consolidando os seus conhecimentos nesta área. Este ano, aos 29 anos, foi a vencedora da 14.ª edição do Prémio Novos Artistas, um prémio dado pela Fundação EDP e que pretende dar reconhecimento a artistas que estão a começar a sua carreira. Este prémio no valor de 20 mil euros é a mais relevante distinção que um jovem artista visual pode receber em Portugal, sendo muito importante para jovens, como a Adriana.

A peça apresentada pela jovem artista mostra-nos uma narrativa pictórica em que as figuras que habitualmente vivem dentro dos seus quadros ganham vida e alcançam a sua liberdade fora das telas, transformando-se em esculturas que estão presentes no maat e que podem ser visitadas ainda.

Quando é que nasceu a sua paixão pela arte?

Desde que percebi que era possível fazê-lo, acho que no 1º ciclo tínhamos uma aula chamada expressão plástica, lembro-me de ficar espantada com tudo, com os materiais principalmente, e de voltar para casa como se estivesse a voltar de outro planeta, completamente iluminada. Desde esse dia fiquei obcecada com as artes e não dei nenhuma hipótese ao resto.

O que é que significou para si ter ganho a 14.ª edição do Prémio Novos Artistas?

Já queria há algum tempo, foi um prémio que fui seguindo desde 2018, considero-o o mais importante a nível nacional para os jovens artistas e, por isso, é uma honra ter participado ao lado destes artistas e curadores que eu adoro. Foi uma felicidade muito grande ter ganho, dei o meu coração inteiro, de olhos meio fechados.

Adriana com a peça vencedora. Foto de Salvador Colaço

Adriana com a peça vencedora. Foto de Salvador Colaço

Qual foi a inspiração para a obra vencedora?

Acho que tudo o que me rodeia me inspira para ser e fazer. Não foi nada em específico que me trouxe até aqui, mas foi todo o meu processo de fazer que caminhou nesta direção. Foi um desejo de libertação das figuras. A inspiração vem de um sentimento de querer ser livre, e que tudo seja livre, não sei bem.

Os seus artistas de referência são?

São tantos, se não forem quase todos, mas vou dizer os que me impactaram mais até hoje: Rose Wylie, Mika Rottenberg, Pina Bausch, Horace Pippin, Paul Gauguin, Hilma Af Klint, Kerry James Marshall, Mariko Mori, Matthew Barney, Romeo Castellucci.

E o futuro?

Que a vida me abane, me levante ao colo e me dê um beijinho na boca.

Foto de Salvador Colaço

Foto de Salvador Colaço

É difícil ser-se artista a “tempo inteiro” nos dias que correm?

Sempre foi. Fico muito triste quando vejo artistas que dizem que os artistas têm de estar sempre no atelier, vêm mesmo de um sítio de enorme privilégio, não fazem a mínima ideia do que é ser artista que não tem família no meio, ou meios financeiros. Muitos artistas têm de ter trabalhos à parte para conseguirem fazer arte, porque a arte não os sustenta. Entre outros problemas.

O que é que ainda pode e deve mudar?

Deve tudo mudar, sempre constantemente. O respeito, a liberdade, acesso à habitação, educação e saúde a tudo e todes deveria ser um direito. Muito importante seria que as pessoas pudessem fazer o que gostam sem ter de estar a lutar pela sobrevivência. O respeito e a liberdade inclui a natureza e os animais, que nós tendemos a fingir que não fazemos parte.

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